Já cantava Caetano em Sampa que andar por São Paulo mexe com o coração. Não sei explicar o que é. A energia que paira sobre a cidade, que sai do chão, que se respira, mesmo com toda a poluição suspensa no ar. Acho que o ar lá é tão carregado, que energiza. Volto sempre com as baterias recarregadas.
O engraçado é que sempre faço as mesmas coisas. Andar pela Paulista, comer no Bixiga, explorar a Liberdade. Mas há sempre espaço para o novo, que muda a cada passagem pela megalópole: Mercado Municipal, Ibirapuera, Oca, Pinacoteca, Museu da Língua Portuguesa, Museu do Ipiranga, Anhangabaú, Teatro Municipal, Galeria do Rock.... Não falta o que explorar na terra da garoa.
Devo até ressalvar que somente em minha última ida para aquelas paragens é que me deparei com as famosas gotículas. Fazia tempo que lá só chovia forte. Não é a toa que os alagamentos são constantes. Afinal, floresta de concreto gera micro-clima.
Mas não é disso que quero falar. Quero falar da efervescência cultural que emana pelas ruas. Tenho vontade de ir na Virada Cultural, mas a oportunidade virá. Não que falte coisas do tipo no Rio, cidade que escolhi para morar (hoje). Uma amiga fluminense que está há dois meses em Sampa diz que a cidade é a minha cara. Quem mandou ser cosmopolita!
Não teria o menor problema em morar lá. Explorar melhor os recantos paulistanos. Tenho poucos pecados para com a cidade, como não conhecer o MASP. Conheço o vão, a feira, mas não o prédio. Já vi até projeções naquelas paredes que circunvizinham o museu. Até porque foi a programação da cidade para o Natal. Que, ressalvo, soube embelezar a avenida mais agitada do país.
Queria entender o que as pessoas tem contra São Paulo. Eu não tenho nada, fora o trânsito caótico a que estamos acostumados a ver. Mas é uma cidade que se reinventa nas pessoas, que dão jeitinhos para sobreviver. Ainda bem. Vai que isso vem da época dos bandeirantes, que só dependiam deles mesmos para criar a maior cidade do país. E pensar que tudo começou num pátio.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
domingo, 28 de dezembro de 2008
Auto-conhecimento
Hoje eu quero sair só...
Não demora eu tô de volta
Vai ver se eu tô lá na esquina
Devo estar!
Já deu minha hora
E eu não posso ficar
A lua me chama
Eu tenho que ir pra rua
A lua me chama
Eu tenho que ir pra rua...
Lenine
Não demora eu tô de volta
Vai ver se eu tô lá na esquina
Devo estar!
Já deu minha hora
E eu não posso ficar
A lua me chama
Eu tenho que ir pra rua
A lua me chama
Eu tenho que ir pra rua...
Lenine
Nada melhor para o auto-conhecimento que uma viagem. Ficar sozinho por um tempo. Só você e a imensidão de seus pensamentos. Saiba que vai bater a carência e a dúvida. Por que escolhi este caminho? Por que deixei de fazer aquilo? Tudo grita em sua mente. Perguntas, questões, respostas sem nexo, pierrot retrocesso, meio bossa nova, rock'in roll. Tudo trava. O riso. O choro. Nada sai, mas, ao mesmo tempo, tudo flui.
Não são só as viagens que fazem isso conosco. A própria época do ano. Pensar no que fez, no que deixou de fazer, no que não deveria ter feito... Valorar os acontecimentos. Mensurá-los. Impossível. Por isso que tanta gente se deprime nessa época. Já, que no momento que olhamos para trás, temos que mirar o horizonte à nossa frente, a espera de um novo ano. Ano este que cometeremos acertos e erros. Vamos falhar, isso é fato, mas também vamos vencer.
Uma coisa que sempre gostei de fazer para tentar colocar tudo em ordem foi caminhar. Sair sem rumo, seguindo o vento. Ou mesmo contra. O importante é ir. A lua chama a gente. Quando me vejo, já fui longe. Mas nada que me faça perder o caminho de volta. Se é que há volta. Creio que o caminho é semelhante, mas não o mesmo.
A viagem que comecei a falar no início do post foi a minha do Natal. Mas não quero começar uma lira paulistana. Tudo mudou. A volta para casa. A ausência. A presença. A carência. Tudo isso embaralhou os pesamentos. Tudo deu um nó. Mas, como diz o Lenine, não demora e já estou de volta. Mas sei que quero sair só. Não sem companhia, já que isso não me é um grande empecilho. Quero sair só, sem meus pensamentos, sem ninguém em minha cabeça.
Já me basta o irmão gêmeo siamês grudado em mim, que não me permite fazer certas coisas sozinho. A cirurgia de separação já começou. Fiz um exame preparatório. A meta é que ocorra nos primeiros meses de 2009. Resolução de ano novo: sair só!
Mas, não querendo me alongar mais, termino este post com uma fala do grande conhecedor do amor sem barreiras ou hipocrisias.
“Se o homem soubesse amar não elevaria a voz nunca, jamais discutiria, jamais faria sofrer. Mas ele ainda não aprendeu nada. Dir-se-ia que cada amor é o primeiro e que os amorosos dos nossos dias são tão ingênuos, inexperientes, ineptos, como Adão e Eva. Ninguém, absolutamente, sabe amar. D. Juan havia de ser tão cândido como um namoradinho de subúrbio. Amigos, o amor é um eterno recomeçar. Cada novo amor é como se fosse o primeiro e o último. E é por isso que o homem há de sofrer sempre até o fim do mundo - porque sempre há de amar errado.”
Nelson Rodrigues.
Não são só as viagens que fazem isso conosco. A própria época do ano. Pensar no que fez, no que deixou de fazer, no que não deveria ter feito... Valorar os acontecimentos. Mensurá-los. Impossível. Por isso que tanta gente se deprime nessa época. Já, que no momento que olhamos para trás, temos que mirar o horizonte à nossa frente, a espera de um novo ano. Ano este que cometeremos acertos e erros. Vamos falhar, isso é fato, mas também vamos vencer.
Uma coisa que sempre gostei de fazer para tentar colocar tudo em ordem foi caminhar. Sair sem rumo, seguindo o vento. Ou mesmo contra. O importante é ir. A lua chama a gente. Quando me vejo, já fui longe. Mas nada que me faça perder o caminho de volta. Se é que há volta. Creio que o caminho é semelhante, mas não o mesmo.
A viagem que comecei a falar no início do post foi a minha do Natal. Mas não quero começar uma lira paulistana. Tudo mudou. A volta para casa. A ausência. A presença. A carência. Tudo isso embaralhou os pesamentos. Tudo deu um nó. Mas, como diz o Lenine, não demora e já estou de volta. Mas sei que quero sair só. Não sem companhia, já que isso não me é um grande empecilho. Quero sair só, sem meus pensamentos, sem ninguém em minha cabeça.
Já me basta o irmão gêmeo siamês grudado em mim, que não me permite fazer certas coisas sozinho. A cirurgia de separação já começou. Fiz um exame preparatório. A meta é que ocorra nos primeiros meses de 2009. Resolução de ano novo: sair só!
Mas, não querendo me alongar mais, termino este post com uma fala do grande conhecedor do amor sem barreiras ou hipocrisias.
“Se o homem soubesse amar não elevaria a voz nunca, jamais discutiria, jamais faria sofrer. Mas ele ainda não aprendeu nada. Dir-se-ia que cada amor é o primeiro e que os amorosos dos nossos dias são tão ingênuos, inexperientes, ineptos, como Adão e Eva. Ninguém, absolutamente, sabe amar. D. Juan havia de ser tão cândido como um namoradinho de subúrbio. Amigos, o amor é um eterno recomeçar. Cada novo amor é como se fosse o primeiro e o último. E é por isso que o homem há de sofrer sempre até o fim do mundo - porque sempre há de amar errado.”
Nelson Rodrigues.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Chances
Faz dias que venho refletindo sobre chances, oportunidades, destino. São tantas coisas interligadas, que as possibilidades só aumentam em progressão geométrica. Para o bem e para o mal.
Mas fiquei pensando em dar uma outra chance para as coisas e pessoas que nos cercam. Quem não queria outra oportunidade de mudar algo do passado. Um não quando queria dizer sim. Um afago em vez de dizer adeus. Eu queria muitas outras chances. Chance para demonstrar o quanto amei, o quando gostei, o quanto foi importante para mim.
E me pego sempre dando essa chance. Mas raramente retribuem. Um telefonema não atendido, uma mensagem não respondida, um e-mail ignorado. Até a mais pura lembrança sem que haja necessidade de lembrarem. De eu lembrar que existo para o mundo.
Porém, isso tudo fica sem qualquer importância quando vejo crianças indefesas que não tiveram (ainda) a chance de ter uma família. Que foram abandonadas pelos pais em um abrigo, ao cuidado de estranhos que sabem amar e compartilhar. É incrível ver nos olhos que alguém te ama tanto e da melhor forma: a incondicional. Te ama simplesmente porque você existe. Vi isso pelos olhos de uma mulher que está na fase final de adoção de um garoto lindo e carinhoso. Em seus dois anos, sofrendo com o abandono de sua família biológica, ele sabe distribuir carinho e, com um sorriso, te conquista. E lá está ele, de cabeça erguida, dando mais uma chance para a vida, para as pessoas que o cercam.
Bem diferente de um outro, maiorzinho, e que mora no mesmo abrigo. Ele já fica mais na defensiva. Não sorri ou brinca de cara. Afinal, quem são esses estranhos que me observam? Quem vem aqui, na minha “casa” e quer interagir comigo? Mas, com o tempo e uns pirulitos, ele se solta e se mostra um garoto cheio de vida, que gosta de correr e de brincar. Que também quer chances da Vida. Vida esta que o privou de uma família modelada pela sociedade ocidental.
Não que o modelo pai-mão-filho(s) seja o melhor ou que isso venha a dar certo. O importante é ter carinho e amor, mesmo que o incondicional, entre os que vieram para estar juntos.
O que pode ocorrer, e tenho medo que isso venha a acontecer comigo, é o ser humano cansar de dar chances. Simplesmente desistir. Isso vale para tudo. Deixar de querer viver, de querer amar. Não se importar em estender a mão e oferecer uma oportunidade para que alguém mude.
Eu quero dar todas as chances que me forem possíveis para tentar viver. Viver bem, com saúde, com alegria, fazendo bem aos que me cercam e, principalmente, amando muito. Bastará ver no meu olhar que dei chance para o coração amar. E, se me derem uma nova chance, vou tentar não cometer os mesmos erros, mas também não tenho como garantir que não irei vacilar.
Mas fiquei pensando em dar uma outra chance para as coisas e pessoas que nos cercam. Quem não queria outra oportunidade de mudar algo do passado. Um não quando queria dizer sim. Um afago em vez de dizer adeus. Eu queria muitas outras chances. Chance para demonstrar o quanto amei, o quando gostei, o quanto foi importante para mim.
E me pego sempre dando essa chance. Mas raramente retribuem. Um telefonema não atendido, uma mensagem não respondida, um e-mail ignorado. Até a mais pura lembrança sem que haja necessidade de lembrarem. De eu lembrar que existo para o mundo.
Porém, isso tudo fica sem qualquer importância quando vejo crianças indefesas que não tiveram (ainda) a chance de ter uma família. Que foram abandonadas pelos pais em um abrigo, ao cuidado de estranhos que sabem amar e compartilhar. É incrível ver nos olhos que alguém te ama tanto e da melhor forma: a incondicional. Te ama simplesmente porque você existe. Vi isso pelos olhos de uma mulher que está na fase final de adoção de um garoto lindo e carinhoso. Em seus dois anos, sofrendo com o abandono de sua família biológica, ele sabe distribuir carinho e, com um sorriso, te conquista. E lá está ele, de cabeça erguida, dando mais uma chance para a vida, para as pessoas que o cercam.
Bem diferente de um outro, maiorzinho, e que mora no mesmo abrigo. Ele já fica mais na defensiva. Não sorri ou brinca de cara. Afinal, quem são esses estranhos que me observam? Quem vem aqui, na minha “casa” e quer interagir comigo? Mas, com o tempo e uns pirulitos, ele se solta e se mostra um garoto cheio de vida, que gosta de correr e de brincar. Que também quer chances da Vida. Vida esta que o privou de uma família modelada pela sociedade ocidental.
Não que o modelo pai-mão-filho(s) seja o melhor ou que isso venha a dar certo. O importante é ter carinho e amor, mesmo que o incondicional, entre os que vieram para estar juntos.
O que pode ocorrer, e tenho medo que isso venha a acontecer comigo, é o ser humano cansar de dar chances. Simplesmente desistir. Isso vale para tudo. Deixar de querer viver, de querer amar. Não se importar em estender a mão e oferecer uma oportunidade para que alguém mude.
Eu quero dar todas as chances que me forem possíveis para tentar viver. Viver bem, com saúde, com alegria, fazendo bem aos que me cercam e, principalmente, amando muito. Bastará ver no meu olhar que dei chance para o coração amar. E, se me derem uma nova chance, vou tentar não cometer os mesmos erros, mas também não tenho como garantir que não irei vacilar.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Explicações
Pessoas, não queria causar decepção, mas estou tão atolado de trabalho e fazendo outras coisas, que não estou com tempo de escrever. Mas meu blog não vai parar por aqui. A fase turbulenta vai se aproximando de seu fim. No final de semana, tudo vai estar resolvido.
domingo, 7 de dezembro de 2008
Indiferença
Depois de dias sem escrever, hoje inauguro o mês de dezembro. Fiquei uns dias sem entrar na internet e outros sem idéias do que escrever. Nem a minha listinha de temas serviu de norte para escrever sobre algo. Mas tem uns dias que venho refletindo sobre o poder da indiferença sobre as pessoas.
A guerra dos sexos é baseada nisso. Fala-se que quanto mais se pisa, mais o outro gruda com chiclete; que são como biscoito; que deve-se ignorar; etc etc etc. Pior que a gente sempre se atrai pela indiferença. Isso não é regra e há exceções. Parece que o gosto da conquista é melhor sobre alguém que não está nem ai para nós.
Não vejo porque relatar experiências minhas, ainda mais quando estou generalizando tudo. Mas olhando para o meu passado, me peguei nessa situação. E também vi que fui indiferente e, pouco depois, conquistado. Porém, devo ressaltar aqui que isso não vale apenas para relacionamentos amorosos. É muito mais comum nas amizades.
Comecei a fazer uma lista e vi que o que eu mais fazia era mendigar amigos. Sempre fui assim. Devo continuar sendo. Sou eu quem liga para chamar para sair, para ir ao cinema, para almoçar. Quantas vezes já passei o final de semana sem receber uma ligação ou mensagem. E ai me pego nas amizades de farra. Sei também que já provoquei motivos para não ser chamado. Você já deve ter feito isso também. Uma furada aqui, uma sumida ali, uma desculpa esfarrapa acolá. Mas isso não quer dizer que não queiramos mais ser chamados.
Conversava, semanas atrás, com um amigo. Falávamos sobre amizades e o poder delas. Ele me disse uma coisa com a qual estou intrigado até hoje. Ele disse que temos apenas seis amigos de verdade. Eles são aqueles que visualizamos carregando o nosso caixão. Achei o papo meio mórbido, mas isso ficou na cabeça. Cheguei a visualizar a cena. Não vi seis. Não vou dizer o número, se foi a mais ou a menos, mas consegui ver quem está além de um choppinho às quintas ou de uma saidinha de final de semana.
O bom de tudo isso foi que eu vi que não devo mais ser indiferente com as pessoas. Até porque nunca fui muito de fazer isso. Faço, com gosto, apenas com quem não vou nem um pouco com a cara. Trato como me tratam. Acho que essa é a melhor forma de se construir boas relações. Fica meio São Francisco, mas é a mais pura verdade.
A guerra dos sexos é baseada nisso. Fala-se que quanto mais se pisa, mais o outro gruda com chiclete; que são como biscoito; que deve-se ignorar; etc etc etc. Pior que a gente sempre se atrai pela indiferença. Isso não é regra e há exceções. Parece que o gosto da conquista é melhor sobre alguém que não está nem ai para nós.
Não vejo porque relatar experiências minhas, ainda mais quando estou generalizando tudo. Mas olhando para o meu passado, me peguei nessa situação. E também vi que fui indiferente e, pouco depois, conquistado. Porém, devo ressaltar aqui que isso não vale apenas para relacionamentos amorosos. É muito mais comum nas amizades.
Comecei a fazer uma lista e vi que o que eu mais fazia era mendigar amigos. Sempre fui assim. Devo continuar sendo. Sou eu quem liga para chamar para sair, para ir ao cinema, para almoçar. Quantas vezes já passei o final de semana sem receber uma ligação ou mensagem. E ai me pego nas amizades de farra. Sei também que já provoquei motivos para não ser chamado. Você já deve ter feito isso também. Uma furada aqui, uma sumida ali, uma desculpa esfarrapa acolá. Mas isso não quer dizer que não queiramos mais ser chamados.
Conversava, semanas atrás, com um amigo. Falávamos sobre amizades e o poder delas. Ele me disse uma coisa com a qual estou intrigado até hoje. Ele disse que temos apenas seis amigos de verdade. Eles são aqueles que visualizamos carregando o nosso caixão. Achei o papo meio mórbido, mas isso ficou na cabeça. Cheguei a visualizar a cena. Não vi seis. Não vou dizer o número, se foi a mais ou a menos, mas consegui ver quem está além de um choppinho às quintas ou de uma saidinha de final de semana.
O bom de tudo isso foi que eu vi que não devo mais ser indiferente com as pessoas. Até porque nunca fui muito de fazer isso. Faço, com gosto, apenas com quem não vou nem um pouco com a cara. Trato como me tratam. Acho que essa é a melhor forma de se construir boas relações. Fica meio São Francisco, mas é a mais pura verdade.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Navegar*
Uma luz azul me guia
Com a firmeza e os lampejos de um farol
E os recifes lá de cima
Me avisam dos perigos de chegar
Descobridor dos Sete Mares, Lulu Santos
Com a firmeza e os lampejos de um farol
E os recifes lá de cima
Me avisam dos perigos de chegar
Descobridor dos Sete Mares, Lulu Santos
Por vezes sinto que meu coração é um barco a vela, que navega livremente pelo mar, ao sabor do vento. À deriva em alguns momentos, parado em algum porto em outros, mas sempre livre para navegar. Nem sempre escolho a direção que ele irá tomar, depende do tempo, do vento, das condições do mar. Bússola? Para que me serve, a não ser para confundir mais os pensamentos? Que adianta a razão me mandar ir para o Sul, se os ventos me levam para Oeste?
Sempre fui dada a traçar minhas rotas de navegação. Tentava seguir a risca o itinerário e ficava frustrada se um vento norte mudava meu rumo. Parei de sofrer. Não que tenha deixado de traçar minhas rotas, acho importante ter em mente aonde se quer ir. Mas, agora, tento tirar proveito dos desvios, aprender novos caminhos e admirar a paisagem inesperada.
Nem sempre o tempo está claro. Nem sempre é possível navegar. Às vezes a melhor opção é jogar a âncora e esperar a tempestade passar. Por vezes não é tempestade, mas falta de vento. Nem uma brisa leve para movimentar as madeixas. Também não tem jeito, tem que esperar.
Acho que estou num desses momentos de espera, traçando rotas de navegação, algumas delas para destinos ainda desconhecidos. Os desvios não me assustam. Estou me preparando para levantar âncora.
Içar velas, marinheiro!
* Um dia, numa conversa com a Amanda, do Meu Cantinho, decidimos fazer participação especial no blog do outro. Este foi o texto de sua colaboração com o Visão Mundana. Quem quiser ver o meu, passa lá. O texto é o Conexões.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Esquecer
Por que ainda me pego pensando em você?
O que há de tão especial em ti?
Por que não consigo esquecer seus olhos cor de mel?
O que fazer para não ir ao teu encontro?
Como esquecer você, se tudo ao meu redor me leva para o seu lado?
Minha maior tranqüilidade é que já não sofro mais por ti.
Minha mente vai ao teu encontro.
Meu coração permite que isso ocorra.
Mas estou fincado na razão.
Sei que ela me acalma e diz que tudo vai ficar bem.
Não quero esquecer de nada do que passou entre nós.
Quero apenas aceitar que isso é realmente passado.
Ficar sem esperanças de que possa voltar a ser presente ou futuro.
Mas, se você quiser voltar, dou a dica do que fazer.
Basta bater em minha porta cantando Por onde andei, do Nando Reis.
O que há de tão especial em ti?
Por que não consigo esquecer seus olhos cor de mel?
O que fazer para não ir ao teu encontro?
Como esquecer você, se tudo ao meu redor me leva para o seu lado?
Minha maior tranqüilidade é que já não sofro mais por ti.
Minha mente vai ao teu encontro.
Meu coração permite que isso ocorra.
Mas estou fincado na razão.
Sei que ela me acalma e diz que tudo vai ficar bem.
Não quero esquecer de nada do que passou entre nós.
Quero apenas aceitar que isso é realmente passado.
Ficar sem esperanças de que possa voltar a ser presente ou futuro.
Mas, se você quiser voltar, dou a dica do que fazer.
Basta bater em minha porta cantando Por onde andei, do Nando Reis.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Convidado
Pessoas, conversando com uma amiga, combinamos de escrever para o blog um do outro, como convidado. Meu texto está em Conexões, no blog Meu Cantinho, da Amanda. O link também está ai do lado, nos favoritos.
Espero que gostem das minhas palavras. Aproveitem para ler as dela.
Espero que gostem das minhas palavras. Aproveitem para ler as dela.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Dia Frio
Mais um final de semana chegou na vida de Carlos. Sua vidinha de casa para o trabalho e do trabalho para casa já o cansava fazia meses. Algo não deixava que isso mudasse. Parecia estar preso a um carrossel. Via sempre as mesmas coisas, as mesmas pessoas. Tentava fugir e não conseguia.
Já não tinha mais paciência para cozinhar. Abusou de seu próprio tempero. A comida sempre com o mesmo gosto. As mesmas especiarias. Já havia virado um hábito. Até a ordem com que punha na panela. Azeite, alho, cebola, tempero, frango, água, alecrim. Quando fazia uma mudança, colocava noz moscada ou ervas finas. O manjericão acabou meses atrás.
Mas ele acordou diferente naquela dia. Olhou pela janela a fina chuva que cobria a cidade. Não se percebia muito bem os prédios. Parecia uma neblina. O céu nublado, mas claro. Havia luminosidade. Ele sentia que o dia seria diferente. Abriu a janela e o vento frio tomou conta do ambiente. Sua sorte foi o agasalho que usou para dormir. Um arrepio percorreu sua espinha. Mas não lhe deu medo.
Arrumou a casa como de costume. Fazia anos que estava no dilema da solidão. Não se curou do passado. Passado este que o assombrava em sonhos, o perseguia em músicas. Mas naquele dia tudo era diferente. Ouviu uma música antiga. Séculos que seus tímpanos não eram invadidos por aquela melodia. Sabia que possuía alma. Que não era mais um no meio dos que marcham. Um sorriso torto tomou-lhe a boca.
Resolveu sair. Sabia que precisava de uma caminhada, mesmo que a chuva caísse mais forte. Sentia-se bem para aquilo. Colocou a bermuda, trocou a camisa, calçou o sapato. Parada estratégica no banheiro. Pente, escova de dentes, fio dental. Sorriso colgate. Riu de si mesmo refletido. Sempre riu de sua aparência. Adorava brincar na frente do espelho.
Entrou sozinho no elevador. Raramente encontrava vizinhos. No máximo via o ranzinza do andar de baixo. Mais um espelho. Desta vez, nada de sorrisos. A câmera o intimidava. Sua timidez era catapultada. Despediu-se do porteiro e tomou o caminho da rua. Carros, pessoas, semáforo, asfalto. Aquela cidade de concreto não impunha medo. Conhecia-a bem, afinal, fora criado em meio ao caos.
Caminhou por um tempo e sentiu fome. Não tinha como apreciar a paisagem devido a leve chuva. O guarda-chuva se fazia necessário, mas era um fardo a carregar. As pessoas andavam sem. Porém, tinha medo de gripar. Não queria ficar doente, ainda mais em sua longa solidão. Seu estômago pediu comida e ele entrou no restaurante. Já havia estado ali. Anos atrás. E não tinha ido só. Lembranças quiseram voltar, mas ele bloqueou. Carlos se conhecia.
Serviu-se com o de sempre. Alface, tomate, um pouco de brócolis. Pensou: frango assado ou bife à milanesa? Ficou com o peixe frito. Pesou e foi se sentar. De repente, olhou pra frente e a viu. De quem seriam aqueles olhos curiosos. Chegou a pensar que estava com a roupa suja. Olhou para baixo. Tudo limpo. Olhou para frente. Os olhos estavam em outra direção. Sentou, pegou o sal, garfo e faca em punhos. Todo o ritual começara. Levantou a cabeça e deu de cara com eles. Olhar curioso e disfarçado em sua direção.
Come devagar, como sempre. Resolveu olhar também. Pegaram-se trocando olhares. Não tem coragem de sorrir. Não ganha sorriso. O estranho é que se entendem no olhar. Tentou esperá-la, mas não deu. Terminou antes. Pagou a conta e saiu. Caminhou devagar. Viu quando ela saiu, mas foi em outra direção. Encheu-se de esperança. Depois de anos, conseguiu flertar. Precisava apenas aprender a trabalhar a timidez.
Voltou andando para casa. A chuva teimava em cair, mas sabia que o melhor era caminhar. Precisava pensar. Nada como fazer isso sem pressa. O vento frio batia em seu rosto. Conversou consigo mesmo. Brigou internamente. Riu. Falou sozinho. Fazia tempo que não sentia aquilo tudo junto.
Ao entrar no apartamento, tirou a roupa na sala mesmo. Depois arrumaria a bagunça. Colocou o moletom e deitou na cama. Ligou a TV e ficou zappeando. Futebol, séries, filmes, documentários. Parou um pouco em um sobre dinossauros. Encheu-se. Levantou e colocou um DVD. Sabia que não passava nada melhor aquele horário. E parecia que tudo era ruim por causa do frio que fazia. Mas ele gostava do frio. Sabia que estava “em casa” a baixas temperaturas.
Com meia hora de filme, seu celular toca. Estranhou. Além de não o procurarem nos finais de semana, aquele tocar lhe foi familiar. Conhecia a melodia. Sabia a quem pertencia. Fazia anos que não ouvia a música. Afinal, ela sumiu sem dizer adeus. Não sabia o paradeiro. Nem por onde procurar.
Atendeu confuso. Não sabia o que dizer. Muito menos o que iria ouvir. A doce voz do outro lado o cumprimentou. Carlos ficou nervoso. Respondeu, com voz trêmula, que estava tudo bem. Comentou sobre a surpresa da ligação. Ela perguntou se ele estava em casa e ouviu que sim. Perguntou se poderia subir. Ele pulou. Pensou rapidamente no que estava acontecendo. Disse que sim e se havia acontecido algo. Ela queria conversar pessoalmente.
Tomado pelo susto, correu para recolher as roupas molhadas de chuva que ficaram pelo caminho. O coração parecia querer saltar-lhe pela garganta. Lembrou do último encontro. De quanto ele foi bom. Da troca de carinho e de afeto. Das juras. Anos se passaram em segundos por sua cabeça. Congelou ao ouvir a campainha. Viu-se no espelho e sabia o que fazer. O vento frio que entrava pela janela aberta não o assustou.
Pronto. Estava cara a cara com o passado. Imaginou por anos aquele reencontro. Havia ensaiado várias vezes o que dizer, o que fazer. Foi incapaz de proferir o texto decorado. Apenas sorriu. Um abraço juntou mais uma vez aqueles corpos que tanto tempo estiveram juntos. Outro arrepio lhe correu pela coluna. Sua sorte era o moletom. Ficou imperceptível.
Ouviu aquela voz mais uma vez. Primeiro, um suave pedido de desculpas, de perdão. Disse que não precisava daquilo. Ela quis se explicar. Ele a impediu, dizendo que o que passou, passou. Só queria saber em que poderia ser útil. Sentiu-se frio ao dizer aquilo. Mas não foi de propósito. Tinha consciência de que não queria magoá-la. Ela pediu que apenas a ouvisse e assim o fez.
O vento frio o incomodou. Foi fechar a janela. Aproveitou e ofereceu algo: água? Suco? Café? Ela disse que água estaria bem. Lembrou da forma como sempre foi: um copo com muito gelo e pouca água. Mesmo no frio, sempre bebeu água assim. Ela sorriu ao ver que ele se lembrou de seu gosto. Não conseguiu disfarçar aquilo. Manuela olhou em volta e reconheceu o ambiente. Sentiu-se em casa, apesar que não queria. Sabia que sua chance já ocorrera.
Ela não queria explicar o que houve. Viu que tinha que procurar Carlos. Sabia que ele era algo mais. Ele simplesmente a completava. Demorou a enxergar isso. Falou sobre tudo isso com ele. Não sabia como seria a reação dele, mas tinha certeza que precisava falar aquilo para viver. Queria lutar por ele. Queria ele.
Carlos ouviu tudo. Não tinha forças para reagir. Era tudo o que ele sempre quis. A mulher de sua vida, sua alma gêmea, seu ar. Ela, ali, falando tudo o que sentia e o que queria. Os dois estavam vulneráveis. Ele quis abraçá-la e dizer que nada mais importava, desde que ficassem juntos. Conteve-se. Sabia que tinha que ouvir tudo, afinal, ela sempre soube o que ele sentia.
Por impulso, passou a mão em seus cabelos. Lembrava com cuidado de cada fio. Suas narinas foram invadidas pelo cheiro das madeixas. Sua pele sentia a maciez de tudo. Percorreu seu rosto e encontrou lágrimas. Notou que as suas também escorriam. Olhos nos olhos. A resposta para tudo já havia sido dada.
O homem amargurado sempre soube que a perdoaria no dia em que batesse a sua porta. Ele nunca deixou de amá-la. Foram anos. Sabia que ela era sua, assim como sabia que era dela. Era algo além. Tudo transcendia entre os dois. Foi assim desde o primeiro encontro. Quando passaram um noite inteira conversando a beira mar e se beijaram aos primeiros raios do Sol. Aquilo tudo havia selado o destino de ambos. Duas almas errantes que se encontraram para viver juntas.
Manu e Carlos, abraçados, olhavam pela janela e viam a chuva cair sobre a cidade. O frio tomava conta de todos, menos dos dois, que estavam juntos para se aquecerem. E ficaram ali, curtindo-se ao som das gotículas que teimavam em bater na janela.
Já não tinha mais paciência para cozinhar. Abusou de seu próprio tempero. A comida sempre com o mesmo gosto. As mesmas especiarias. Já havia virado um hábito. Até a ordem com que punha na panela. Azeite, alho, cebola, tempero, frango, água, alecrim. Quando fazia uma mudança, colocava noz moscada ou ervas finas. O manjericão acabou meses atrás.
Mas ele acordou diferente naquela dia. Olhou pela janela a fina chuva que cobria a cidade. Não se percebia muito bem os prédios. Parecia uma neblina. O céu nublado, mas claro. Havia luminosidade. Ele sentia que o dia seria diferente. Abriu a janela e o vento frio tomou conta do ambiente. Sua sorte foi o agasalho que usou para dormir. Um arrepio percorreu sua espinha. Mas não lhe deu medo.
Arrumou a casa como de costume. Fazia anos que estava no dilema da solidão. Não se curou do passado. Passado este que o assombrava em sonhos, o perseguia em músicas. Mas naquele dia tudo era diferente. Ouviu uma música antiga. Séculos que seus tímpanos não eram invadidos por aquela melodia. Sabia que possuía alma. Que não era mais um no meio dos que marcham. Um sorriso torto tomou-lhe a boca.
Resolveu sair. Sabia que precisava de uma caminhada, mesmo que a chuva caísse mais forte. Sentia-se bem para aquilo. Colocou a bermuda, trocou a camisa, calçou o sapato. Parada estratégica no banheiro. Pente, escova de dentes, fio dental. Sorriso colgate. Riu de si mesmo refletido. Sempre riu de sua aparência. Adorava brincar na frente do espelho.
Entrou sozinho no elevador. Raramente encontrava vizinhos. No máximo via o ranzinza do andar de baixo. Mais um espelho. Desta vez, nada de sorrisos. A câmera o intimidava. Sua timidez era catapultada. Despediu-se do porteiro e tomou o caminho da rua. Carros, pessoas, semáforo, asfalto. Aquela cidade de concreto não impunha medo. Conhecia-a bem, afinal, fora criado em meio ao caos.
Caminhou por um tempo e sentiu fome. Não tinha como apreciar a paisagem devido a leve chuva. O guarda-chuva se fazia necessário, mas era um fardo a carregar. As pessoas andavam sem. Porém, tinha medo de gripar. Não queria ficar doente, ainda mais em sua longa solidão. Seu estômago pediu comida e ele entrou no restaurante. Já havia estado ali. Anos atrás. E não tinha ido só. Lembranças quiseram voltar, mas ele bloqueou. Carlos se conhecia.
Serviu-se com o de sempre. Alface, tomate, um pouco de brócolis. Pensou: frango assado ou bife à milanesa? Ficou com o peixe frito. Pesou e foi se sentar. De repente, olhou pra frente e a viu. De quem seriam aqueles olhos curiosos. Chegou a pensar que estava com a roupa suja. Olhou para baixo. Tudo limpo. Olhou para frente. Os olhos estavam em outra direção. Sentou, pegou o sal, garfo e faca em punhos. Todo o ritual começara. Levantou a cabeça e deu de cara com eles. Olhar curioso e disfarçado em sua direção.
Come devagar, como sempre. Resolveu olhar também. Pegaram-se trocando olhares. Não tem coragem de sorrir. Não ganha sorriso. O estranho é que se entendem no olhar. Tentou esperá-la, mas não deu. Terminou antes. Pagou a conta e saiu. Caminhou devagar. Viu quando ela saiu, mas foi em outra direção. Encheu-se de esperança. Depois de anos, conseguiu flertar. Precisava apenas aprender a trabalhar a timidez.
Voltou andando para casa. A chuva teimava em cair, mas sabia que o melhor era caminhar. Precisava pensar. Nada como fazer isso sem pressa. O vento frio batia em seu rosto. Conversou consigo mesmo. Brigou internamente. Riu. Falou sozinho. Fazia tempo que não sentia aquilo tudo junto.
Ao entrar no apartamento, tirou a roupa na sala mesmo. Depois arrumaria a bagunça. Colocou o moletom e deitou na cama. Ligou a TV e ficou zappeando. Futebol, séries, filmes, documentários. Parou um pouco em um sobre dinossauros. Encheu-se. Levantou e colocou um DVD. Sabia que não passava nada melhor aquele horário. E parecia que tudo era ruim por causa do frio que fazia. Mas ele gostava do frio. Sabia que estava “em casa” a baixas temperaturas.
Com meia hora de filme, seu celular toca. Estranhou. Além de não o procurarem nos finais de semana, aquele tocar lhe foi familiar. Conhecia a melodia. Sabia a quem pertencia. Fazia anos que não ouvia a música. Afinal, ela sumiu sem dizer adeus. Não sabia o paradeiro. Nem por onde procurar.
Atendeu confuso. Não sabia o que dizer. Muito menos o que iria ouvir. A doce voz do outro lado o cumprimentou. Carlos ficou nervoso. Respondeu, com voz trêmula, que estava tudo bem. Comentou sobre a surpresa da ligação. Ela perguntou se ele estava em casa e ouviu que sim. Perguntou se poderia subir. Ele pulou. Pensou rapidamente no que estava acontecendo. Disse que sim e se havia acontecido algo. Ela queria conversar pessoalmente.
Tomado pelo susto, correu para recolher as roupas molhadas de chuva que ficaram pelo caminho. O coração parecia querer saltar-lhe pela garganta. Lembrou do último encontro. De quanto ele foi bom. Da troca de carinho e de afeto. Das juras. Anos se passaram em segundos por sua cabeça. Congelou ao ouvir a campainha. Viu-se no espelho e sabia o que fazer. O vento frio que entrava pela janela aberta não o assustou.
Pronto. Estava cara a cara com o passado. Imaginou por anos aquele reencontro. Havia ensaiado várias vezes o que dizer, o que fazer. Foi incapaz de proferir o texto decorado. Apenas sorriu. Um abraço juntou mais uma vez aqueles corpos que tanto tempo estiveram juntos. Outro arrepio lhe correu pela coluna. Sua sorte era o moletom. Ficou imperceptível.
Ouviu aquela voz mais uma vez. Primeiro, um suave pedido de desculpas, de perdão. Disse que não precisava daquilo. Ela quis se explicar. Ele a impediu, dizendo que o que passou, passou. Só queria saber em que poderia ser útil. Sentiu-se frio ao dizer aquilo. Mas não foi de propósito. Tinha consciência de que não queria magoá-la. Ela pediu que apenas a ouvisse e assim o fez.
O vento frio o incomodou. Foi fechar a janela. Aproveitou e ofereceu algo: água? Suco? Café? Ela disse que água estaria bem. Lembrou da forma como sempre foi: um copo com muito gelo e pouca água. Mesmo no frio, sempre bebeu água assim. Ela sorriu ao ver que ele se lembrou de seu gosto. Não conseguiu disfarçar aquilo. Manuela olhou em volta e reconheceu o ambiente. Sentiu-se em casa, apesar que não queria. Sabia que sua chance já ocorrera.
Ela não queria explicar o que houve. Viu que tinha que procurar Carlos. Sabia que ele era algo mais. Ele simplesmente a completava. Demorou a enxergar isso. Falou sobre tudo isso com ele. Não sabia como seria a reação dele, mas tinha certeza que precisava falar aquilo para viver. Queria lutar por ele. Queria ele.
Carlos ouviu tudo. Não tinha forças para reagir. Era tudo o que ele sempre quis. A mulher de sua vida, sua alma gêmea, seu ar. Ela, ali, falando tudo o que sentia e o que queria. Os dois estavam vulneráveis. Ele quis abraçá-la e dizer que nada mais importava, desde que ficassem juntos. Conteve-se. Sabia que tinha que ouvir tudo, afinal, ela sempre soube o que ele sentia.
Por impulso, passou a mão em seus cabelos. Lembrava com cuidado de cada fio. Suas narinas foram invadidas pelo cheiro das madeixas. Sua pele sentia a maciez de tudo. Percorreu seu rosto e encontrou lágrimas. Notou que as suas também escorriam. Olhos nos olhos. A resposta para tudo já havia sido dada.
O homem amargurado sempre soube que a perdoaria no dia em que batesse a sua porta. Ele nunca deixou de amá-la. Foram anos. Sabia que ela era sua, assim como sabia que era dela. Era algo além. Tudo transcendia entre os dois. Foi assim desde o primeiro encontro. Quando passaram um noite inteira conversando a beira mar e se beijaram aos primeiros raios do Sol. Aquilo tudo havia selado o destino de ambos. Duas almas errantes que se encontraram para viver juntas.
Manu e Carlos, abraçados, olhavam pela janela e viam a chuva cair sobre a cidade. O frio tomava conta de todos, menos dos dois, que estavam juntos para se aquecerem. E ficaram ali, curtindo-se ao som das gotículas que teimavam em bater na janela.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Alma Gêmea
Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...
Vento no litoral - Legião Urbana
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...
Vento no litoral - Legião Urbana
Outro dia, recebi o e-mail de uma amiga falando sobre alma gêmea. Bom é que eu já sentia certas coisas sobre o assunto. E concordei em muito com o que ela me falou. Alma gêmea é quem te completa. Envolve amor, transcende o amor. São duas pessoas conectadas em outra esfera. Mas não envolve relacionamento carnal. Envolve conexão.
Sinto que duas pessoas podem ser almas gêmeas sendo amigas, parentes, pais e filhos, irmãos, amigos. Sim, podem ser também um casal, que se ama, que se completa, que se faz feliz. O importante é ter a consciência de que tem que se desejar a felicidade do outro, independe de vocês estarem juntos ou não.
Sinto que já achei a minha alma gêmea. Ela já entrou em minha vida. Me deu imensas alegrias. Colocou um sorriso em meu rosto que demorou a sair. Mas também fez escorrer lágrimas várias vezes. Tantas quantas as vezes que sorri. Sofri muito. Mas também fui feliz. Se bem que sou feliz.
Houve uma grande separação entre nós. Oceano. Milhas de distância. Silêncio.
O destino foi justo e promoveu um reencontro. Tudo foi esclarecido. Já não éramos mais os mesmos. Novas cidades. Novos “nós”. Novos estilos de vida. Novas pessoas em nossas vidas. Mas um sentimento que não saiu de nós foi o desejo que o outro fosse feliz. Acho que nunca vai sair. Tenho um carinho tão grande por ela, que nada me fará mudar o que tem dentro do meu peito. Ela tem lugar cativo. Transcendeu qualquer coisa.
Mas hoje doeu. Não doeu não estar com ela. Não doeu tê-la longe de mim. Doeu saber que poderia perdê-la. A garganta deu um nó ao saber o que ocorreu recentemente. Saber que poderia perdê-la mais uma vez. Já foi tão difícil trazê-la de volta. Não imagino o mundo sem ela. Não me imagino sem ela, por mais que não esteja comigo. O peito doeu, a garganta travou, o olho marejou.
Fico feliz em estar mudando a cada dia e de ter sido sincero comigo e com ela. Não tive receio em dizer que ela é minha alma gêmea. De explicar o porquê. De dizer o quanto ela me faz bem, mesmo que a distância. Não sei se a quero para mim novamente. Mas sei que a quero comigo, como amiga, como companheira. Quero que ela seja feliz.
Se você ler este texto um dia, saiba que o que eu mais quero é que você fique bem. Te amo, te adoro, te admiro. Torço por sua felicidade.
Escolhas
É notório a todos que a vida é feita de escolhas. Das nossas escolhas. Das dos outros que implicam em nossas vidas. Mas é incrível como somos cobrados pelas nossas e que não afetam a mais ninguém. Somente a nós. As pessoas se intimidam, sentem inveja, nos cobram atitudes, quando deveriam apenas aceitar.
Não se destrata ninguém, mas parece que o sim ou o não ofendem. Não se aceita aquilo. Você é repreendido por um ato de não querer ir, de fazer outra coisa, de se arriscar.
Sei que muitas vezes a brincadeira impera. Principalmente quando é gosto musical, cinematográfico, televisivo. Há uma pitada de sarcasmo nas frases de reprovação. Quem não usou isso que atire a primeira pedra. Mas dói receber isso. Mesmo sabendo que você tem o mesmo tipo de comportamento.
A dor é outra. Não é pelos gostos citados, mas é quando se fazem de vítima, dramatizando um fato simples e dando um horizonte negro de chuva para um copo d’água. Foi só um não. Foi só um sim. Foi. Nada inviabiliza nada. Não há impedimento da continuidade. Houve apenas outro caminho. Até porque a vida é cheia de caminhos e trilhas. Resta-nos apenas seguir aquele que nos parece mais favorável no momento.
Esbarrou no muro, peça desculpas e dê meia volta. Nada pode não ser consertado. Com jeitinho, se consegue as coisas. Enxergamos o melhor caminho. Espera-se que sem cobranças, até porque não há o que cobrar. Não há nada para cobrar. Não se exige amizade, carinho, amor. A gente consegue. A gente troca. Afinal, é tudo uma escolha.
Não se destrata ninguém, mas parece que o sim ou o não ofendem. Não se aceita aquilo. Você é repreendido por um ato de não querer ir, de fazer outra coisa, de se arriscar.
Sei que muitas vezes a brincadeira impera. Principalmente quando é gosto musical, cinematográfico, televisivo. Há uma pitada de sarcasmo nas frases de reprovação. Quem não usou isso que atire a primeira pedra. Mas dói receber isso. Mesmo sabendo que você tem o mesmo tipo de comportamento.
A dor é outra. Não é pelos gostos citados, mas é quando se fazem de vítima, dramatizando um fato simples e dando um horizonte negro de chuva para um copo d’água. Foi só um não. Foi só um sim. Foi. Nada inviabiliza nada. Não há impedimento da continuidade. Houve apenas outro caminho. Até porque a vida é cheia de caminhos e trilhas. Resta-nos apenas seguir aquele que nos parece mais favorável no momento.
Esbarrou no muro, peça desculpas e dê meia volta. Nada pode não ser consertado. Com jeitinho, se consegue as coisas. Enxergamos o melhor caminho. Espera-se que sem cobranças, até porque não há o que cobrar. Não há nada para cobrar. Não se exige amizade, carinho, amor. A gente consegue. A gente troca. Afinal, é tudo uma escolha.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Aquarela II
Tive vontade de continuar com o assunto do post Aquarela. Quem sabe é até a idéia original que resolveu sair. Falar somente das amizades por este Brasilzão. Amizades fortes, apesar da distância. Amizades que enciumam, apesar de não quererem substituir nenhuma outra. Amizades sinceras, apesar de algumas páginas coladas. Até as relações familiares ficaram mais fortes e transparentes com a distância. Foram potencializadas.
Amigos que não se vêem e nem se falam por séculos, com um único abraço e dois minutos de prosa, parece que nunca se separaram. A cumplicidade é enorme. Basta enxergar os olhos, que se complementam, que denunciam, que conversam. As piadas, as histórias, as lembranças. Um entende o outro perfeitamente pelo olhar. Não precisa explicar mais nada. Já foi parar na testa. Até parece conversa telepática.
Pena que a distância cause isso. Às vezes, nem é física. Fica por conta das atribulações da vida. A correria do dia-a-dia. Estão sempre se vendo, mas não em contato. Mas basta um momento mais longo e pronto, tudo voltou ao que era antes. Nada tira isso.
O melhor são as amizades que começaram do nada, como quase todas. E ficam tão fortes que causam ciúmes nos outros. Mas não é a intenção. Você quer ser apenas mais um amigo. Não quer tirar ninguém do páreo. Até porque é uma coisa sua: fazer amizades. Dar atenção e carinho. Receber a mesma coisa. E faz sim esperando algo em troca, pois sabe que o altruísmo é utópico.
As amizades ficam tão fortes que as pessoas sentem inveja. Já inventam coisas. Ou não. Acham que o clima é tão legal que sugerem coisas. Poucos são os que entendem que ali há apenas amizade. Paixão de amigos. Tenho vários casos assim, de ser apaixonado por meus amigos. De gostar tanto deles e não ter vergonha de dizer que os amo. Já disse várias vezes e espero continuar a dizer sempre. Mas essa grande aquarela brasileira não permite o contato constante. Ainda bem que há tecnologia para matar as saudades. Pôr o papo em dia.
O importante é que os novos e os velhos amigos são insubstituíveis. Termino até com uma frase que recebi hoje e que me inspirou para escrever, além de outras coisas: não há como esquecer você.
Amigos que não se vêem e nem se falam por séculos, com um único abraço e dois minutos de prosa, parece que nunca se separaram. A cumplicidade é enorme. Basta enxergar os olhos, que se complementam, que denunciam, que conversam. As piadas, as histórias, as lembranças. Um entende o outro perfeitamente pelo olhar. Não precisa explicar mais nada. Já foi parar na testa. Até parece conversa telepática.
Pena que a distância cause isso. Às vezes, nem é física. Fica por conta das atribulações da vida. A correria do dia-a-dia. Estão sempre se vendo, mas não em contato. Mas basta um momento mais longo e pronto, tudo voltou ao que era antes. Nada tira isso.
O melhor são as amizades que começaram do nada, como quase todas. E ficam tão fortes que causam ciúmes nos outros. Mas não é a intenção. Você quer ser apenas mais um amigo. Não quer tirar ninguém do páreo. Até porque é uma coisa sua: fazer amizades. Dar atenção e carinho. Receber a mesma coisa. E faz sim esperando algo em troca, pois sabe que o altruísmo é utópico.
As amizades ficam tão fortes que as pessoas sentem inveja. Já inventam coisas. Ou não. Acham que o clima é tão legal que sugerem coisas. Poucos são os que entendem que ali há apenas amizade. Paixão de amigos. Tenho vários casos assim, de ser apaixonado por meus amigos. De gostar tanto deles e não ter vergonha de dizer que os amo. Já disse várias vezes e espero continuar a dizer sempre. Mas essa grande aquarela brasileira não permite o contato constante. Ainda bem que há tecnologia para matar as saudades. Pôr o papo em dia.
O importante é que os novos e os velhos amigos são insubstituíveis. Termino até com uma frase que recebi hoje e que me inspirou para escrever, além de outras coisas: não há como esquecer você.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Sorrisos
Incrível como um dia pode começar bem porque você acorda sorrindo. Você sente que o dia vai ser proveitoso. Que tudo vai dar certo. E dá. Murphy esqueceu que você existe. Tudo vai certinho, em linha reta, apesar das curvas na estrada.
Caras conhecidas. Trabalho mais que conhecido. Reconhecimento profissional. Sorriso conhecido. Tudo junto. Tudo num dia. Pessoas novas, pessoas antigas, pessoas surpreendentes. Clima perfeito, apesar da chuva que caia desde o início da semana. Uma manhã ensolarada, mas que deu lugar a chuva e trovão.
Sentia-se uma energia boa, que te fazia sorrir por tudo. Mesmo em momentos tensos. Nada de nervosismo. Nem quando algo poderia te fazer perder a linha. Foi olhar e sentir que tudo estava bem internamente. Que o sorriso fluiu sem dificuldade. Que se tinha superado um medo e que isso te fazia bem. Saber que venceu mais uma batalha.
A situação foi tão boa, que o sorriso não saiu mais. As largas avenidas em direção ao aeroporto. O vento úmido da cidade conhecida pela baixa umidade. O eixão para chegar na casa da Noélia. O papo engraçado dentro do táxi. Tudo aumentava o potencial daquele sorriso que veio para ficar. Nem o pesadelo da noite mexeu com ele.
Sentar na cozinha. Ouvir músicas que você tem escutado a semanas. Ver um pôr-do-sol sobre as nuvens que teimavam em derrubar suas gotas de chuva. Ler. E ele continuava ali, quieto, mas constante. A sensação que o colocou no rosto não ia embora. Nem quero que vá.
O caminho de volta para a casa vazia não incomodou. Muito menos chegar nela. Tudo foi tão bom. Ligação. Mensagens. Msn. Até o biscoito de chocolate com leite puro teve um gostinho especial. Parece que nada modifica a sensação. E ele continua ali, firme e forte, mostrando que tudo está bem. Que tudo vai continuar bem.
Caras conhecidas. Trabalho mais que conhecido. Reconhecimento profissional. Sorriso conhecido. Tudo junto. Tudo num dia. Pessoas novas, pessoas antigas, pessoas surpreendentes. Clima perfeito, apesar da chuva que caia desde o início da semana. Uma manhã ensolarada, mas que deu lugar a chuva e trovão.
Sentia-se uma energia boa, que te fazia sorrir por tudo. Mesmo em momentos tensos. Nada de nervosismo. Nem quando algo poderia te fazer perder a linha. Foi olhar e sentir que tudo estava bem internamente. Que o sorriso fluiu sem dificuldade. Que se tinha superado um medo e que isso te fazia bem. Saber que venceu mais uma batalha.
A situação foi tão boa, que o sorriso não saiu mais. As largas avenidas em direção ao aeroporto. O vento úmido da cidade conhecida pela baixa umidade. O eixão para chegar na casa da Noélia. O papo engraçado dentro do táxi. Tudo aumentava o potencial daquele sorriso que veio para ficar. Nem o pesadelo da noite mexeu com ele.
Sentar na cozinha. Ouvir músicas que você tem escutado a semanas. Ver um pôr-do-sol sobre as nuvens que teimavam em derrubar suas gotas de chuva. Ler. E ele continuava ali, quieto, mas constante. A sensação que o colocou no rosto não ia embora. Nem quero que vá.
O caminho de volta para a casa vazia não incomodou. Muito menos chegar nela. Tudo foi tão bom. Ligação. Mensagens. Msn. Até o biscoito de chocolate com leite puro teve um gostinho especial. Parece que nada modifica a sensação. E ele continua ali, firme e forte, mostrando que tudo está bem. Que tudo vai continuar bem.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Aquarela
Os versos cantados de Aquarela Brasileira são a inspiração para uma vida de viagens, de amigos distantes, de família longe. Sair por ai, cantarolando a maravilha de cenário que é este país, tem um peso. Ainda mais quando você pára e pensa que já conhece uma boa parte dele. E o melhor, cada vez mais conhece pessoas que te fazem bem nessas andanças mundo afora.
Só em ter a família distante, cuja a saudade morre a cada vez que se liga uma câmera, que se escuta uma voz que mexe fundo no coração e se imagina aquela cena que se repetia a cada domingo: uma mãe na cama fazendo cafuné na cabeça do filho e ambos de olho no homem do dinheiro. Saudades de uma época que não havia carência.
Mas a melhor surpresa dessa aquela é conhecer pessoas que não vão reconstruir sensações do passado. Até porque são únicas. Porém, elas podem construir outras. Não melhores e nem maiores. Cada uma é única, independente da complexidade. E são pessoas espalhadas por este mundo de ai meu Deus. Porteira afora.
Sem mais nem menos, a gente encontra pessoas que te fazem sentir bem. Uma companhia para uma caminhada, um bom papo ao dividir um cachorro quente, uma troca de cafunés sem compromisso, uma mensagem dizendo que sente saudades, uma ligação espontânea para saber como você está. Isso vindo de todas as partes. Por isso essa maravilha de cenário. Não só pela beleza desse Brasil, mas pelas pessoas que nele habitam e que você teve a sorte de conhecer.
E o melhor de tudo é poder retribuir o que se ganha. Ainda mais quando se conquista uma nova amizade, mais uma pessoa para trocar carinhos e experiência. Troca sincera de sorrisos. Cumplicidade acima de tudo, independente se é no trabalho, em casa, na rua ou no shopping. Rever, conhecer, encontrar ....
Acabei me perdendo da idéia original, mas o bom é a licença poética para mudar. Ainda mais num mundo que rotaciona, translada e transmuta. Cada dia uma nova oportunidade. Cada minuto. O negócio é aprender a não perdê-la. Nem que venha uma careta para o seu lado. Há sempre o fator surpresa.
Surpresas cearenses, cariocas, paranaenses, gaúchas, potiguares, brasilienses, baianas, paulistas, capixabas, pernambucanas ...... brasileiras.
Só em ter a família distante, cuja a saudade morre a cada vez que se liga uma câmera, que se escuta uma voz que mexe fundo no coração e se imagina aquela cena que se repetia a cada domingo: uma mãe na cama fazendo cafuné na cabeça do filho e ambos de olho no homem do dinheiro. Saudades de uma época que não havia carência.
Mas a melhor surpresa dessa aquela é conhecer pessoas que não vão reconstruir sensações do passado. Até porque são únicas. Porém, elas podem construir outras. Não melhores e nem maiores. Cada uma é única, independente da complexidade. E são pessoas espalhadas por este mundo de ai meu Deus. Porteira afora.
Sem mais nem menos, a gente encontra pessoas que te fazem sentir bem. Uma companhia para uma caminhada, um bom papo ao dividir um cachorro quente, uma troca de cafunés sem compromisso, uma mensagem dizendo que sente saudades, uma ligação espontânea para saber como você está. Isso vindo de todas as partes. Por isso essa maravilha de cenário. Não só pela beleza desse Brasil, mas pelas pessoas que nele habitam e que você teve a sorte de conhecer.
E o melhor de tudo é poder retribuir o que se ganha. Ainda mais quando se conquista uma nova amizade, mais uma pessoa para trocar carinhos e experiência. Troca sincera de sorrisos. Cumplicidade acima de tudo, independente se é no trabalho, em casa, na rua ou no shopping. Rever, conhecer, encontrar ....
Acabei me perdendo da idéia original, mas o bom é a licença poética para mudar. Ainda mais num mundo que rotaciona, translada e transmuta. Cada dia uma nova oportunidade. Cada minuto. O negócio é aprender a não perdê-la. Nem que venha uma careta para o seu lado. Há sempre o fator surpresa.
Surpresas cearenses, cariocas, paranaenses, gaúchas, potiguares, brasilienses, baianas, paulistas, capixabas, pernambucanas ...... brasileiras.
sábado, 8 de novembro de 2008
Inspiração
Nem sei o real motivo de escrever hoje. Mas estou me sentindo tão bem comigo mesmo, que me deu uma vontade de gritar, de escrever, de cantar, de me declarar, de amar. Muita coisa. Tudo ao mesmo tempo agora. Ainda mais embalado por uma Cássia Eller, cantando Luz dos olhos, numa versão ao vivo.
O bom é que a música, de letra forte (valeu Nando Reis), não me deixa triste. Independente de coração estar quebrado ou inteiro, batendo forte no peito. Ela me faz querer gritar. Corre uma energia pelo meu corpo. Daquelas que travam a garganta. Ainda mais depois de um bom dia. Nada de mais. Nada de especial. Apenas um bom dia.
Apesar da preguiça de sair da cama, o mundo continua girando e você tem coisas a fazer. Levanta, computador, msn, bate-papo, amigos, telefonema, mãe, quarto, sala, bagunça, ordem, leite, mensagem, banho, dentes, roupa, sapato, porta, elevador, caminhada, encontro, conversa, amigo, almoço, caminhada, vista, sol, museu, cinema, animações, papo, risadas, Greta, feia, risadas, paquera, cerveja, blues, metrô, tchau, caminhada, elevador, porta, computador, msn, amigos, sanduíche, suco, papo, músicas, Cássia, texto, blog.
Só deu vontade de escrever sobre isso. Sair por ai, ouvindo uma boa música, sentindo o vento no rosto. Apenas uma caminhada noturna em um sábado quente. Não sei o que este dia teve de bom mesmo, que pudesse me deixar assim. Acho que foi apenas um dia bem vivido. Sinto que aproveitei o que a cidade pode me oferecer. Não sei se todo o potencial, mas foi algo bom.
A única coisa que sinto falta agora é de receber um cafuné. Não queria nada além disso. Uma mão em meus cabelos. Afagos. Carinho. Cuidado. Vai ver é o que preciso, de alguém para cuidar de mim. Mas também quero cuidar. Quero trocar o carinho recebido. Ficar abraçado. Juntinhos.
Afinal, “passo as tarde tentando te telefonar. Cartazes te procurando. Aeronaves seguem pousando sem você desembarcar. Para eu te dar a mão nessa hora”.
O bom é que a música, de letra forte (valeu Nando Reis), não me deixa triste. Independente de coração estar quebrado ou inteiro, batendo forte no peito. Ela me faz querer gritar. Corre uma energia pelo meu corpo. Daquelas que travam a garganta. Ainda mais depois de um bom dia. Nada de mais. Nada de especial. Apenas um bom dia.
Apesar da preguiça de sair da cama, o mundo continua girando e você tem coisas a fazer. Levanta, computador, msn, bate-papo, amigos, telefonema, mãe, quarto, sala, bagunça, ordem, leite, mensagem, banho, dentes, roupa, sapato, porta, elevador, caminhada, encontro, conversa, amigo, almoço, caminhada, vista, sol, museu, cinema, animações, papo, risadas, Greta, feia, risadas, paquera, cerveja, blues, metrô, tchau, caminhada, elevador, porta, computador, msn, amigos, sanduíche, suco, papo, músicas, Cássia, texto, blog.
Só deu vontade de escrever sobre isso. Sair por ai, ouvindo uma boa música, sentindo o vento no rosto. Apenas uma caminhada noturna em um sábado quente. Não sei o que este dia teve de bom mesmo, que pudesse me deixar assim. Acho que foi apenas um dia bem vivido. Sinto que aproveitei o que a cidade pode me oferecer. Não sei se todo o potencial, mas foi algo bom.
A única coisa que sinto falta agora é de receber um cafuné. Não queria nada além disso. Uma mão em meus cabelos. Afagos. Carinho. Cuidado. Vai ver é o que preciso, de alguém para cuidar de mim. Mas também quero cuidar. Quero trocar o carinho recebido. Ficar abraçado. Juntinhos.
Afinal, “passo as tarde tentando te telefonar. Cartazes te procurando. Aeronaves seguem pousando sem você desembarcar. Para eu te dar a mão nessa hora”.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Copo meio cheio
Crise financeira. Eleições norte-americanas. Corte de gastos. Suspensão de atividades. Quebra da bolsa. Alta do dólar. Tudo isso junto impõe receio em uma população que está desacreditada no que está por vir. Que mudanças esse novo paradigma geopolítico vai trazer para o mundo? Sei que muitos não estão nem ai. Acham que o que ocorre do outro lado do planeta não vai afetar em nada a sua vida.
Creio um pouco na teoria do bater de asas de uma borboleta cria um tufão em algum outro lugar. Mas também acredito que um copo na metade está meio cheio. Sou uma pessoa otimista e que crê num mundo melhor. Espero muito que essa crise econômica passe logo. Quem sabe a eleição de Barack Obama seja um bom caminho para isso. A trilha para a ordem.
Mas não posso negar também que tenho medo. Medo de estarmos realmente no fim dos tempos. Não quero escrever sobre religião, só que não dá para não pensar a respeito. É tanta desgraça acontecendo, tanta crueldade gratuita. Já escrevi sobre isso, basta olhar no histórico.
Agora, eu não quero acreditar nisso. Eu creio no homem. Creio na bondade. Pior que falei isso outro dia no táxi e o motorista disse que o mundo ainda era cheio de esperança porque havia pessoas como eu, que acreditavam em Papai Noel, fadas e duendes. Não possuo esse perfil, mas sei que devo acreditar nas pessoas, no bom caráter. Vou bem pela fábula do beija-flor. Apenas faço a minha parte.
Com toda essa problemática, meu maior receio é que nós entremos na cegueira branca do Ensaio sobre a cegueira, do José Saramago, que virou filme nas mãos de Fernando Meireles. Não li o livro, apenas vi as cenas na telona. E aquilo tudo me chocou. Meu medo é irmos nessa direção: para o caos, para a anarquia. Em 1929, quando houve a Grande Quebra e a Depressão, a maior parte da população estava no campo. Era plantar para ter o que comer. Hoje, a situação é outra. Já há escassez de alimentos em várias partes do globo. Torço para que as coisas não saiam do controle e tudo isso passe logo.
Tenho a esperança de fazer as coisas que sempre sonhei. Não é pensamento egoísta. Apenas quero que as coisas boas se realizem. Nunca fui de desejar o mal. Mas também não vou entrar em discurso de Miss e dizer que quero a paz mundial. Quem não quer isso? Eu quero apenas um mundo que se desenvolva com sustentabilidade, justiça social e equilíbrio econômico. Tal como a esperança final do filme de Meirelles, onde um está disposto a ajudar o outro.
Creio um pouco na teoria do bater de asas de uma borboleta cria um tufão em algum outro lugar. Mas também acredito que um copo na metade está meio cheio. Sou uma pessoa otimista e que crê num mundo melhor. Espero muito que essa crise econômica passe logo. Quem sabe a eleição de Barack Obama seja um bom caminho para isso. A trilha para a ordem.
Mas não posso negar também que tenho medo. Medo de estarmos realmente no fim dos tempos. Não quero escrever sobre religião, só que não dá para não pensar a respeito. É tanta desgraça acontecendo, tanta crueldade gratuita. Já escrevi sobre isso, basta olhar no histórico.
Agora, eu não quero acreditar nisso. Eu creio no homem. Creio na bondade. Pior que falei isso outro dia no táxi e o motorista disse que o mundo ainda era cheio de esperança porque havia pessoas como eu, que acreditavam em Papai Noel, fadas e duendes. Não possuo esse perfil, mas sei que devo acreditar nas pessoas, no bom caráter. Vou bem pela fábula do beija-flor. Apenas faço a minha parte.
Com toda essa problemática, meu maior receio é que nós entremos na cegueira branca do Ensaio sobre a cegueira, do José Saramago, que virou filme nas mãos de Fernando Meireles. Não li o livro, apenas vi as cenas na telona. E aquilo tudo me chocou. Meu medo é irmos nessa direção: para o caos, para a anarquia. Em 1929, quando houve a Grande Quebra e a Depressão, a maior parte da população estava no campo. Era plantar para ter o que comer. Hoje, a situação é outra. Já há escassez de alimentos em várias partes do globo. Torço para que as coisas não saiam do controle e tudo isso passe logo.
Tenho a esperança de fazer as coisas que sempre sonhei. Não é pensamento egoísta. Apenas quero que as coisas boas se realizem. Nunca fui de desejar o mal. Mas também não vou entrar em discurso de Miss e dizer que quero a paz mundial. Quem não quer isso? Eu quero apenas um mundo que se desenvolva com sustentabilidade, justiça social e equilíbrio econômico. Tal como a esperança final do filme de Meirelles, onde um está disposto a ajudar o outro.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Blá blá blá
O incentivo ao avanço tecnológico, assim como a adoção de políticas descentralizadoras pode nos levar a considerar a reestruturação dos relacionamentos verticais entre as hierarquias. O cuidado em identificar pontos críticos na crescente influência da mídia facilita a criação do sistema de formação de quadros que corresponde às necessidades. Do mesmo modo, o surgimento do comércio virtual assume importantes posições no estabelecimento do orçamento setorial. É claro que o julgamento imparcial das eventualidades exige a precisão e a definição do fluxo de informações.
Percebemos, cada vez mais, que a valorização de fatores subjetivos estimula a padronização das direções preferenciais no sentido do progresso. Todas estas questões, devidamente ponderadas, levantam dúvidas sobre se a determinação clara de objetivos faz parte de um processo de gerenciamento de alternativas às soluções ortodoxas. Neste sentido, a consulta aos diversos militantes obstaculiza a apreciação da importância dos procedimentos normalmente adotados. Desta maneira, a constante divulgação das informações aponta para a melhoria das diretrizes de desenvolvimento para o futuro. Gostaria de enfatizar que a contínua expansão de nossa atividade é uma das consequências do retorno esperado a longo prazo. Por outro lado, a execução dos pontos do programa desafia a capacidade de equalização das novas proposições.
O que temos que ter sempre em mente é que o desafiador cenário globalizado nos obriga à análise das regras de conduta normativas. Nunca é demais lembrar o peso e o significado destes problemas, uma vez que o novo modelo estrutural aqui preconizado acarreta um processo de reformulação e modernização do levantamento das variáveis envolvidas. Todavia, a hegemonia do ambiente político maximiza as possibilidades por conta do processo de comunicação como um todo. A nível organizacional, o aumento do diálogo entre os diferentes setores produtivos cumpre um papel essencial na formulação da gestão inovadora da qual fazemos parte.
Podemos já vislumbrar o modo pelo qual a revolução dos costumes agrega valor ao estabelecimento das condições inegavelmente apropriadas. No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar das condições financeiras e administrativas exigidas. Pensando mais a longo prazo, a competitividade nas transações comerciais possibilita uma melhor visão global dos conhecimentos estratégicos para atingir a excelência. Assim mesmo, o acompanhamento das preferências de consumo talvez venha a ressaltar a relatividade dos modos de operação convencionais. Evidentemente, a expansão dos mercados mundiais estende o alcance e a importância do remanejamento dos quadros funcionais. Caros amigos, a necessidade de renovação processual garante a contribuição de um grupo importante na determinação dos níveis de motivação departamental.
Percebemos, cada vez mais, que a valorização de fatores subjetivos estimula a padronização das direções preferenciais no sentido do progresso. Todas estas questões, devidamente ponderadas, levantam dúvidas sobre se a determinação clara de objetivos faz parte de um processo de gerenciamento de alternativas às soluções ortodoxas. Neste sentido, a consulta aos diversos militantes obstaculiza a apreciação da importância dos procedimentos normalmente adotados. Desta maneira, a constante divulgação das informações aponta para a melhoria das diretrizes de desenvolvimento para o futuro. Gostaria de enfatizar que a contínua expansão de nossa atividade é uma das consequências do retorno esperado a longo prazo. Por outro lado, a execução dos pontos do programa desafia a capacidade de equalização das novas proposições.
O que temos que ter sempre em mente é que o desafiador cenário globalizado nos obriga à análise das regras de conduta normativas. Nunca é demais lembrar o peso e o significado destes problemas, uma vez que o novo modelo estrutural aqui preconizado acarreta um processo de reformulação e modernização do levantamento das variáveis envolvidas. Todavia, a hegemonia do ambiente político maximiza as possibilidades por conta do processo de comunicação como um todo. A nível organizacional, o aumento do diálogo entre os diferentes setores produtivos cumpre um papel essencial na formulação da gestão inovadora da qual fazemos parte.
Podemos já vislumbrar o modo pelo qual a revolução dos costumes agrega valor ao estabelecimento das condições inegavelmente apropriadas. No mundo atual, a percepção das dificuldades não pode mais se dissociar das condições financeiras e administrativas exigidas. Pensando mais a longo prazo, a competitividade nas transações comerciais possibilita uma melhor visão global dos conhecimentos estratégicos para atingir a excelência. Assim mesmo, o acompanhamento das preferências de consumo talvez venha a ressaltar a relatividade dos modos de operação convencionais. Evidentemente, a expansão dos mercados mundiais estende o alcance e a importância do remanejamento dos quadros funcionais. Caros amigos, a necessidade de renovação processual garante a contribuição de um grupo importante na determinação dos níveis de motivação departamental.
domingo, 2 de novembro de 2008
Maçaneta
Outro dia, conversando com uns amigos no almoço, comentei que tinha criado este blog. Me perguntaram sobre o que era e tal. Tentei explicar que escrevia sobre coisas, pessoas, casos. Uma coisa bem geral mesmo. Minha visão sobre o mundo que nos cerca. Ai vieram com uma piada que eu escreveria até sobre maçanetas. Na hora, todos rimos. Depois, quando cheguei em casa, pensei em escrever sobre isso (faço uma lista de temas que tive inspiração).
Mas o que escrever sobre maçanetas? Colocar a definição do dicionário? Falar sobre gíria (mulher-maçaneta)? Fiquei meio perdido sobre como deslanchar o texto. Acho que a melhor forma é trabalhar com uma alegoria. Tratar a vida como uma casa, onde temos os mais variados tipos de aposentos, sendo que há portas para cada um desses espaços. Em cada porta, uma maçaneta. Ela que te permite o acesso a um novo espaço, que você não faz idéia do que esteja por trás daquela porta. Muitas vezes, temos apenas noção porque olhamos pelo buraco da fechadura.
A curiosidade humana é imensa. Olhamos pelo buraco da fechadura para explorar o universo, o mar, o corpo. Mas sempre há uma porta, uma maçaneta a ser tocada, girada, para se abrir um novo mundo de possibilidades.
Outra alegoria que podemos fazer sobre o objeto em questão é a virtual que cada pessoa possui, permitindo a entrada de felicidade, tristeza, amor, pessoas, prazer. Não quero relação ao falo (o que pessoas de mentes poluídas podem fazer). Mas sabemos bem o que é nossa maçaneta. Os pontos físicos ou psíquicos que, quando tocados, girados, apertados, abrem as portas que mantemos fechadas para as pessoas, para os sentimentos e para nós mesmos. Precisamos de estímulos. Sabemos que um cafuné, um beijo no olho, um “eu te amo” abrem portas. Mas também fecham. Quando não queremos mesmo. Ai passamos chave, usamos o batom, passamos a tetra, colocamos a correntinha. Quando não empurramos um móvel para obstrui-la.
Me perguntei agora, ao escrever este texto: como eu deixo minha porta? Apenas encostada? Com a chave? Passo tudo o que foi citado acima? Creio que minhas diversas portas possuem as mais diversas trancas e serviços de segurança: câmera, seguranças armados, pitbull. Mas também há algumas onde retirei a porta, ficando só o vão, o portal. Entra quem quer. Sai quem quer.
Bom que nessa de sair, também acabamos prendendo as pessoas, os sentimentos. Deixamo-os entrar, mas não queremos que saiam, que se aventurem por outras paragens. Ai sofremos mais uma vez. Seja por não deixar entrar, seja por não deixar sair. Temos é que deixar as portas encostadas, como as de emergência. Mas que fique claro que elas devem abrir dos dois lados. Facilitando acessos. Permitindo o ir e vir. A fluidez que deve ser a vida. Quem vem para ficar, fica. Não precisa trancar a porta. Bloquear a maçaneta.
Mas o que escrever sobre maçanetas? Colocar a definição do dicionário? Falar sobre gíria (mulher-maçaneta)? Fiquei meio perdido sobre como deslanchar o texto. Acho que a melhor forma é trabalhar com uma alegoria. Tratar a vida como uma casa, onde temos os mais variados tipos de aposentos, sendo que há portas para cada um desses espaços. Em cada porta, uma maçaneta. Ela que te permite o acesso a um novo espaço, que você não faz idéia do que esteja por trás daquela porta. Muitas vezes, temos apenas noção porque olhamos pelo buraco da fechadura.
A curiosidade humana é imensa. Olhamos pelo buraco da fechadura para explorar o universo, o mar, o corpo. Mas sempre há uma porta, uma maçaneta a ser tocada, girada, para se abrir um novo mundo de possibilidades.
Outra alegoria que podemos fazer sobre o objeto em questão é a virtual que cada pessoa possui, permitindo a entrada de felicidade, tristeza, amor, pessoas, prazer. Não quero relação ao falo (o que pessoas de mentes poluídas podem fazer). Mas sabemos bem o que é nossa maçaneta. Os pontos físicos ou psíquicos que, quando tocados, girados, apertados, abrem as portas que mantemos fechadas para as pessoas, para os sentimentos e para nós mesmos. Precisamos de estímulos. Sabemos que um cafuné, um beijo no olho, um “eu te amo” abrem portas. Mas também fecham. Quando não queremos mesmo. Ai passamos chave, usamos o batom, passamos a tetra, colocamos a correntinha. Quando não empurramos um móvel para obstrui-la.
Me perguntei agora, ao escrever este texto: como eu deixo minha porta? Apenas encostada? Com a chave? Passo tudo o que foi citado acima? Creio que minhas diversas portas possuem as mais diversas trancas e serviços de segurança: câmera, seguranças armados, pitbull. Mas também há algumas onde retirei a porta, ficando só o vão, o portal. Entra quem quer. Sai quem quer.
Bom que nessa de sair, também acabamos prendendo as pessoas, os sentimentos. Deixamo-os entrar, mas não queremos que saiam, que se aventurem por outras paragens. Ai sofremos mais uma vez. Seja por não deixar entrar, seja por não deixar sair. Temos é que deixar as portas encostadas, como as de emergência. Mas que fique claro que elas devem abrir dos dois lados. Facilitando acessos. Permitindo o ir e vir. A fluidez que deve ser a vida. Quem vem para ficar, fica. Não precisa trancar a porta. Bloquear a maçaneta.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Múltiplos Universos
Não sei de onde tirei esta teoria maluca. Tão maluca que as pessoas se assustam. Lembro bem de uma vez que comecei a explicar para uma colega e ela me perguntou o que tinha na pizza, já que havia champignon. Parecia uma conversa de bêbado ou de quem tomou um chá de cogumelo. Mas há uma lógica, uma hipótese (não fundamentada) que levou a menina, tempos depois a me procurar e dizer que o que falei tinha um certo sentido. Ela tem até utilizado em suas conversas de bar.
Não sou cético, apesar de ser um pouco São Tomé: só acredito vendo. Creio que não estamos sozinhos no universo, ou melhor, universos. Não sei se tomado por minha infância e adolescência lendo quadrinhos, mas acredito que existam diversos universos, terminando e começando numa infinitude. Quem sabe não foram vários Big Bens e ao mesmo tempo não houve nenhum. Ainda se estando na matéria inicial de tudo o que conhecemos e do que ainda não exploramos.
Com a idéia de que não estarmos sozinhos no meio do nada (já que pela densidade do universo, ele é quase nada), comecei a pensar nos E ses ... da vida. E se eu tivesse escolhido outra profissão, se tivesse nascido em outro lugar, se ... Enfim, o que não faltaria eram possibilidades e probabilidades de acontecer isso ou aquilo. E é ai que começa a criação de um universo paralelo ao que estamos. Um onde nós sofreríamos as conseqüências do sim ou do não tomado. Tudo é possível de ocorrer, porém não temos esse conhecimento, essa consciência.
Cada vez que nos deparamos com uma bifurcação de decisão, um universo é criado e vamos viver o que definiu-se. Aqui temos uma consciência. No outro, nosso outro Eu terá a dele. Agora, multipliquem isso por seis bilhões de seres humanos. Multipliquem depois pela infinitude de possibilidades. Não dá para imaginar quantos universos existem, estão sendo criados e estão sendo destruídos. Sim, podemos já ter morrido várias vezes. Ou mesmo nem ter nascido. Vai que o meteoro que matou os dinossauros acabou com a vida toda na Terra? Vai que apertaram o botão vermelho da destruição? Ou mesmo, como no começo, não houve começo?
Papo de doido isso, mas que, se pensarem bem, se você estiver aberto, poderá compreender que existe um fundamento. Só espero que isso não seja um impeditivo para uma futura aprovação em um teste psicotécnico. Mas lembrem que de médico e de louco, todos nos temos um pouco.
Não sou cético, apesar de ser um pouco São Tomé: só acredito vendo. Creio que não estamos sozinhos no universo, ou melhor, universos. Não sei se tomado por minha infância e adolescência lendo quadrinhos, mas acredito que existam diversos universos, terminando e começando numa infinitude. Quem sabe não foram vários Big Bens e ao mesmo tempo não houve nenhum. Ainda se estando na matéria inicial de tudo o que conhecemos e do que ainda não exploramos.
Com a idéia de que não estarmos sozinhos no meio do nada (já que pela densidade do universo, ele é quase nada), comecei a pensar nos E ses ... da vida. E se eu tivesse escolhido outra profissão, se tivesse nascido em outro lugar, se ... Enfim, o que não faltaria eram possibilidades e probabilidades de acontecer isso ou aquilo. E é ai que começa a criação de um universo paralelo ao que estamos. Um onde nós sofreríamos as conseqüências do sim ou do não tomado. Tudo é possível de ocorrer, porém não temos esse conhecimento, essa consciência.
Cada vez que nos deparamos com uma bifurcação de decisão, um universo é criado e vamos viver o que definiu-se. Aqui temos uma consciência. No outro, nosso outro Eu terá a dele. Agora, multipliquem isso por seis bilhões de seres humanos. Multipliquem depois pela infinitude de possibilidades. Não dá para imaginar quantos universos existem, estão sendo criados e estão sendo destruídos. Sim, podemos já ter morrido várias vezes. Ou mesmo nem ter nascido. Vai que o meteoro que matou os dinossauros acabou com a vida toda na Terra? Vai que apertaram o botão vermelho da destruição? Ou mesmo, como no começo, não houve começo?
Papo de doido isso, mas que, se pensarem bem, se você estiver aberto, poderá compreender que existe um fundamento. Só espero que isso não seja um impeditivo para uma futura aprovação em um teste psicotécnico. Mas lembrem que de médico e de louco, todos nos temos um pouco.
sábado, 25 de outubro de 2008
No mundo da bola
Engraçado, cresci numa família que nunca foi muito fã de esportes, exceto meu pai, que não “perde” uma partida de futebol na televisão. Não teria porque ter influências dessas atividades, mas gosto muito. Não de todos os esportes. Nem sou tão fã assim de futebol. Não sou daqueles que o mundo se acaba quando vê seu time perder, que reclama do técnico, que fala de táticas e tal. Sempre gostei dos esportes menos midiáticos ou não tão populares quanto o futebol.
Mas, se tem uma coisa que eu admiro, é a imagem de um torcedor. Não gosto dos fanáticos e nem dos “flanáticos”, mas o bom torcedor é sempre bom de ver. Preocupado com o time, sofre, chora, ri, grita, vibra. Sempre cometido.
Aprendi muito com isso quando vim morar no Rio, principalmente quando fui morar só. Quantas vezes me peguei correndo para ligar a TV ou mudar de canal pela gritaria que os cariocas fazem ao comemorarem um gol. O mais estranho é que você nunca sabe qual foi o time que colocou a bola para dentro. A algazarra é tanta, que só vendo o jogo para saber quem foi o autor da alegria. Eles não torcem para que o time da cidade ou do estado se dê bem na competição, caso o seu não esteja participando. Querem é a derrota. Inveja pura.
Os cariocas não são companheiros futebolísticos dos outros times. Se o Flamengo está jogando e leva um gol, fluminenses, vascaínos, botafoguenses e mais qualquer outro time que rivalizar com o rubro-negro vibram como se o seu time tivesse marcado um em cima do arqui-rival. Detalhe, isso vale para qualquer time. Não importa a cor da camisa. Sempre será um festival de gritos, contras ou a favor.
As noites de quartas-feiras é que são as mais perceptíveis. Procuro sempre deixar a janela aberta para ouvir as reações, por mais que eu esteja fazendo algo completamente diferente. Sentir essa vibração, essa paixão do outro por algo que não é tão importante para você é interessante. Permitir-se entrar em sintonia com essa energia.
Outro aspecto que vejo sempre nessa rivalidade-cumplicidade é como as pessoas mexem com as outras nas ruas, mesmo sem se conhecer. Basta ter alguém com a camisa do seu time e pronto. Alguém grita: manto sagrado. Outro chega comemorando junto. Vem mais um e passa ridicularizando, desdenhado. Os olhares e os gestos mostram que eles são mais interligados do que pesam. Isso vale também para as conversas de colegas, sejam de trabalho ou academia.
Não lembro se na minha cidade as pessoas também fazem isso. Sempre fui muito desligado do mundo futebolístico. A única lembrança que tenho é dos buzinaços após cada jogo, principalmente se o time da casa ganha o jogo ou o título. Barulho mesmo só escutava perto dos estádios. Algazarra geral somente em jogo da seleção brasileira. Ai, tudo vira festa e desculpa. Mas isso é a visão de uma pessoa que curte futebol, mas que não tem a vida regida por ele.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Reflexões
Refletir. Palavra que pode ser definida como ação de espelhar um objeto real em um plano virtual. Mas que pode ser interpretada como o ato de pensar e repensar algo, que está em nossas mentes, que nos faz agir. Já escrevi aqui sobre o quanto eu reflito sobre minhas atitudes, sobre minha pessoa. Basta ler o post sobre medo. Consigo ser meu próprio analista.
Bom que a prática tem me dado um auto-conhecimento tão grande que tenho a impressão de estar amadurecendo em minutos. Coisa de “envelhecer” 10 anos em 10 semanas. Mentira. Ainda continuo com minha cara de menino. Mas sinto envelhecer por dentro. Mas no sentido de ficar mais sábio, mais sensato.
Várias coisas nos fazem refletir. Porém, gosto mesmo são dos locais que me revelam, me causam epifania. Um quarto grande de hotel a beira-mar, um vôo, uma viagem de carro, um vagão de metrô, uma caminhada por um calçadão, uma mesa de bar. Não importa o local. E, escrevendo este texto, lembrei de um conto da Clarisse Lispector, onde uma mulher começa a enxergar a vida a partir de um cego mascando chiclete. São pequenas coisas que nos trazem para a realidade.
Uma música é a melhor ferramenta para uma reflexão mais profunda. Ela te leva longe, onde é difícil de chegar e onde há sempre uma neblina. Pelo menos é assim comigo. A letra sempre me puxa para o que estou sentindo no momento. Pode aumentar ou aliviar uma angústia. Coração apertado, nó na garganta, falta de ar. Mas a melodia te acalma, vem mansinha, vai te fazendo parar e pensar: por que estou me sentindo assim? Não há motivos. Ou melhor, há motivos. Conversa franca, certeza de um fim, ansiedade por um novo começo, quebra de paradigma, batalha contra o medo, carência.
Por mais que isso tudo te cause um mal-estar, você sabe que poderia cometer os mesmos erros novamente. Mas quem disse que foram erros? Por que não foram coisas certas em momentos errados? Ou mesmo em momentos certos? Foi tudo para um crescimento, um amadurecimento. Tudo para que se tenha uma nova forma de ver o mundo e de querer conhecê-lo. Não há mais receio de se arriscar. O máximo que a vida vai te dar é um não. E sabemos que um Não não é o fim do mundo. Pode ser o começo, o meio e o próprio fim.
O importante é não se arrepender. Mas se assim o for, que seja por algo feito. Para não ficarmos remoendo com os E ses... Isso machuca mais. Porque nos remoemos. Dói saber que poderíamos agir de uma outra forma. De que se as coisas se repetissem, faríamos tudo diferente. Para melhor. Ou pior. Não temos como saber. Somente Deus e o Destino podem prever isso.
Bom que esse post me levou ao caminho de um outro que já queria escrever, mas que vai ficar para uma outra oportunidade. Na minha teoria, já o estaria escrevendo. Mas ficará para a próxima. Afinal, são múltiplas as possibilidades.
Bom que a prática tem me dado um auto-conhecimento tão grande que tenho a impressão de estar amadurecendo em minutos. Coisa de “envelhecer” 10 anos em 10 semanas. Mentira. Ainda continuo com minha cara de menino. Mas sinto envelhecer por dentro. Mas no sentido de ficar mais sábio, mais sensato.
Várias coisas nos fazem refletir. Porém, gosto mesmo são dos locais que me revelam, me causam epifania. Um quarto grande de hotel a beira-mar, um vôo, uma viagem de carro, um vagão de metrô, uma caminhada por um calçadão, uma mesa de bar. Não importa o local. E, escrevendo este texto, lembrei de um conto da Clarisse Lispector, onde uma mulher começa a enxergar a vida a partir de um cego mascando chiclete. São pequenas coisas que nos trazem para a realidade.
Uma música é a melhor ferramenta para uma reflexão mais profunda. Ela te leva longe, onde é difícil de chegar e onde há sempre uma neblina. Pelo menos é assim comigo. A letra sempre me puxa para o que estou sentindo no momento. Pode aumentar ou aliviar uma angústia. Coração apertado, nó na garganta, falta de ar. Mas a melodia te acalma, vem mansinha, vai te fazendo parar e pensar: por que estou me sentindo assim? Não há motivos. Ou melhor, há motivos. Conversa franca, certeza de um fim, ansiedade por um novo começo, quebra de paradigma, batalha contra o medo, carência.
Por mais que isso tudo te cause um mal-estar, você sabe que poderia cometer os mesmos erros novamente. Mas quem disse que foram erros? Por que não foram coisas certas em momentos errados? Ou mesmo em momentos certos? Foi tudo para um crescimento, um amadurecimento. Tudo para que se tenha uma nova forma de ver o mundo e de querer conhecê-lo. Não há mais receio de se arriscar. O máximo que a vida vai te dar é um não. E sabemos que um Não não é o fim do mundo. Pode ser o começo, o meio e o próprio fim.
O importante é não se arrepender. Mas se assim o for, que seja por algo feito. Para não ficarmos remoendo com os E ses... Isso machuca mais. Porque nos remoemos. Dói saber que poderíamos agir de uma outra forma. De que se as coisas se repetissem, faríamos tudo diferente. Para melhor. Ou pior. Não temos como saber. Somente Deus e o Destino podem prever isso.
Bom que esse post me levou ao caminho de um outro que já queria escrever, mas que vai ficar para uma outra oportunidade. Na minha teoria, já o estaria escrevendo. Mas ficará para a próxima. Afinal, são múltiplas as possibilidades.
domingo, 19 de outubro de 2008
Medo
Esta vida é uma estranha hospedaria
De onde se parte quase sempre às tontas
Pois nunca as nossas malas estão prontas
E nossa conta nunca está em dia.
Mário Quintana
De onde se parte quase sempre às tontas
Pois nunca as nossas malas estão prontas
E nossa conta nunca está em dia.
Mário Quintana
Sempre fui uma pessoa medrosa. Já me arrisquei muito também. Quando decidi mudar de cidade, arriscar tudo, todos me acharam corajoso. Eu também me orgulho disso. Ter saído de casa, do conforto do lar dos meus pais, com a cara e a coragem no bolso e estar vencendo na vida. Vivendo e sobrevivendo. Nem vou entrar no mérito do crescimento, do amadurecimento. Mas, mesmo como tudo isso, continuo a sentir medo.
Creio que o medo é parte integrante da vida. Não existe ser humano neste mundo que não tenha medo. Medo da vida, medo da morte, medo de amar, medo de insetos, medo.... Medo de sentir medo. Sei que tenho vários, mas sempre os enfrento, quando posso. Ou quando quero. Mas decidi não mais ter medo de viver e de amar. O porquê disso? A efemeridade da vida.
Dois casos, bem próximos, mexeram um pouco comigo. Por dias, fiquei com isso na cabeça, me perguntando se tivesse sido comigo. Será que meus medos fariam com que eu me arrependesse de não ter realizado coisas? Duas pessoas do trabalho, um mais próximo e o outro apenas um conhecido de vista passaram por revelação e passagem.
O que trabalha diretamente comigo sofreu um grave acidente de moto. Traumatismo, costela quebrada, pulmão perfurado. Hospital por dias. Mas a certeza da vida. De poder respirar. Tenho certeza que ele já é um novo homem. O outro, apenas conhecido de vista, foi mais grave. Com uma história confusa e que acaba em morte, ele fez a passagem com apenas 22 anos. Detalhe: os dois casos ocorreram em menos de sete dias.
Refleti tanto sobre essas duas histórias relatadas que vi o quanto meus medos estavam me impedindo de viver, de tentar ser feliz. É só o que eu quero. Ainda não posso abrir a boca e dizer que não tenho medo disso ou daquilo. Mas o medo da morte me fez deixar de ter medo da vida. Os dois não devem habitar o mesmo corpo, a mesma mente.
Acho que isso tudo só me foi possível porque comecei a enfrentar vários medos internos. Ter consciência de mim mesmo. Uma vez, conversando com uma amiga, que hoje é psicóloga, disse que eu era meu próprio analista. Ela brincou dizendo que eu estava tomando o emprego dela. Mas, falando sério, sempre me analisei muito. Não posso dizer que me conheço 100%, porém me conheço bem. Sei quais as reações que vou ter. Quero mudar algumas, já que muitas estão relacionadas ao medo.
Já decidi, há certo um tempo, de não mais ter medo de expressar meus sentimentos. Agora eu consigo dizer em alto e bom som que eu amo, que eu desejo, que eu quero. Desde criança eu sei dizer eu te amo. Mas nunca fui de falar para quem não fosse minha família. Hoje, posso dizer para quem amo, seja família, amigos, colegas ou meu grande amor que os amo. Lógico que todos têm suas intensidades, mas não tenho mais medo da reação de ouvir um eu te amo. Eu sei que também tenho medo de ouvir, ainda mais quando não se espera ou de quem você nem imagina.
Quero terminar este texto dizendo uma coisa para mim e que servirá para você: Procure não ter medo de ser você mesmo.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Melhor dia da vida
Outro dia, ouvindo uma música, me veio o questionamento: qual foi o melhor dia de minha vida? Diversas imagens me vieram a cabeça no mesmo instante. Foram lembranças agradáveis, momentos inesquecíveis, pessoas que levarei sempre comigo. O problema é que não me veio um dia específico. E a voz da Dido, cantora britânica, continuava a me embalar nos versos de Thank You. Mas o melhor dia continua a martelar minha cabeça, mesmo dias após a revelação.
Creio que nem sempre pensamos nisso, afinal, são inúmeros bons momentos vividos. As experiências que cada um traz, nos remete a situações engraçadas ao sermos indagados sobre tal fato. Nem sei se há como eleger o melhor dia. Creio que podemos ter o melhor momento fácil, como a melhor festa de reveillon, o melhor aniversário, a melhor transa, enfim, o melhor fato concreto que já passamos, por mais que fosse um momento abstrato. Mas como eleger o melhor dia, sem nada muito especial? Será que é apenas pelo melhor período compreendido entre 24h ou o melhor momento entre todos aqueles já vivenciados?
Essa pergunta me corroeu por dias (se bem que ainda me corrói). O inusitado é que sempre ouvia a Dido agradecendo pelo melhor dia de sua vida, que está tudo bem e que agora está tudo onde deveria estar. Mas nunca me perguntei ou mesmo dirigi o fato a alguém. Quem sabe é a primeira vez que uma auto-pergunta minha esteja sendo feita de modo aberto e que leve a você a remexer nas lembranças, sejam elas as mais fácieis de achar ou as que já estão no “arquivo-morto” do nosso cérebro?
De qualquer forma, valeu muito pelas lembranças que obtive. Imagens que estão fundidas a ferro em minha mente. Mas não consigo chegar na tal data. Até porque também não sei se ela já chegou. Vai que ainda está na linha do meu destino e meu bonde ainda não chegou a devida estação. Vai que o seu dia também não chegou, mas a sua ficha vai cair quando você se deparar com a forma como tudo converge para que seja gravado, em letras garrafais, ESTE É O MELHOR DIA DA MINHA VIDA.
Olha, e por mais que o meu tenha chegado e eu não tenha me dado conta, espero que venha um melhor. Que ele tenha sido meu melhor dia até aquele dia que ganhei a consciência dele, mas que um mil vezes melhor esteja no pôr vir. Só que gostei do exercício de vasculhar minha mente atrás de descobrir, dentre as inúmeros imagens de datas, pessoas, locais, eventos, enfim, de tudo que já passei, qual deles foi o melhor. Poder relembrar o melhor abraço, o melhor amanhecer, a melhor festinha. Pena que são só imagens de fatos passados e que não podem mais se repetir. Até porque não seria replay. Porém, o que me deixa mais satisfeito é que essas imagens realmente existiram.
Creio que nem sempre pensamos nisso, afinal, são inúmeros bons momentos vividos. As experiências que cada um traz, nos remete a situações engraçadas ao sermos indagados sobre tal fato. Nem sei se há como eleger o melhor dia. Creio que podemos ter o melhor momento fácil, como a melhor festa de reveillon, o melhor aniversário, a melhor transa, enfim, o melhor fato concreto que já passamos, por mais que fosse um momento abstrato. Mas como eleger o melhor dia, sem nada muito especial? Será que é apenas pelo melhor período compreendido entre 24h ou o melhor momento entre todos aqueles já vivenciados?
Essa pergunta me corroeu por dias (se bem que ainda me corrói). O inusitado é que sempre ouvia a Dido agradecendo pelo melhor dia de sua vida, que está tudo bem e que agora está tudo onde deveria estar. Mas nunca me perguntei ou mesmo dirigi o fato a alguém. Quem sabe é a primeira vez que uma auto-pergunta minha esteja sendo feita de modo aberto e que leve a você a remexer nas lembranças, sejam elas as mais fácieis de achar ou as que já estão no “arquivo-morto” do nosso cérebro?
De qualquer forma, valeu muito pelas lembranças que obtive. Imagens que estão fundidas a ferro em minha mente. Mas não consigo chegar na tal data. Até porque também não sei se ela já chegou. Vai que ainda está na linha do meu destino e meu bonde ainda não chegou a devida estação. Vai que o seu dia também não chegou, mas a sua ficha vai cair quando você se deparar com a forma como tudo converge para que seja gravado, em letras garrafais, ESTE É O MELHOR DIA DA MINHA VIDA.
Olha, e por mais que o meu tenha chegado e eu não tenha me dado conta, espero que venha um melhor. Que ele tenha sido meu melhor dia até aquele dia que ganhei a consciência dele, mas que um mil vezes melhor esteja no pôr vir. Só que gostei do exercício de vasculhar minha mente atrás de descobrir, dentre as inúmeros imagens de datas, pessoas, locais, eventos, enfim, de tudo que já passei, qual deles foi o melhor. Poder relembrar o melhor abraço, o melhor amanhecer, a melhor festinha. Pena que são só imagens de fatos passados e que não podem mais se repetir. Até porque não seria replay. Porém, o que me deixa mais satisfeito é que essas imagens realmente existiram.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Brainstorm
“Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo ...” - Toquinho
Não sei como funciona a cabeça das pessoas no geral. Muito menos a sua, caro leitor. A minha então, nem se fala. Parece que todo dia eu descubro uma função nova para ela. Tecla SAP, OSD, CC, Timer, etc etc etc. Acho que nunca vou me entender. Então, já peço desculpas por não compreendê-lo. Acho que nem Freud poderia explicar a cabeça do ser humano de hoje, com todos os acessos a coisas boas e as mazelas da vida.
Mas falemos de minha cabeça. Ela não para. Da hora que eu acordo (no 220v) até a hora de brincar de olhar para dentro, meu cérebro, cerebelo e bulbo estão a pleno vapor. São pensamentos, reflexões, idéias, inspirações. Tudo isso para confundir uma cabeça que ainda tem preocupações, lembranças, viagens e qualquer “porraloquice” (ficou legal tudo junto).
Depois que comecei a ter este blog, que voltei a escrever, parece que casei com uma musa e a inspiração não me falta. Se eu andasse com um bloquinho, ia ficar louco escrevendo o que me visse a mente. Sinto que tudo foi potencializado. Ligaram o turbo. Os temas são os mais variados. Já pensei em poemas dadaístas, em contos sem pé nem cabeça, em histórias inventadas, em relatos diversos. E qual foi a saída para isso tudo??? O título deste post.
Vou escrevendo tudo o que me vem a cabeça e que faça algum nexo. Ou não. O importante é dar vazão a essa inspiração que me consome, que me fortalece, que me alimenta. Vejo as coisas na ruas, escuto algo e já penso em escrever. Não importa quando ou onde. Mas o pensamento é tão rápido, que fica impraticável escrever a mão. Não adianta. Nem anotar tópicos. Não fica a mesma coisa do pensamento do momento. E deixar para escrever depois é a mesma coisa.
Fiquei dias matutando sobre escrever sobre covardia. A palavra mesmo. O sentido. Chamar as pessoas de covardes por certas atitudes. Mas deixei para depois e percebi que também sou covarde em minhas atitudes. Assumo muita coisa que sinto e dou minha cara a tapa. Mas também fecho a boca e os olhos para tantas outras. Então, do que adiantar falar que alguém é covarde? De cobrar atitudes, quando eu tenho que me olhar no espelho todo santo dia?
Ontem estava assistindo Sex in the city antes de dormir. Assumo que gosto da série. Acho que ela põe bons questionamentos em “pauta”. O de ontem me fez refletir bastante. Tenho reclamado para algumas pessoas de minha solterice, de não encontrar um relacionamento sério, apesar de querê-lo. Também quero farrear, mas sinto estar pronto para um namoro. E olhe que tudo isso foi no momento universal da carência: o domingo a noite (isso vai render um texto depois). Voltando. A Carrie Bradshaw, personagem de Sarah Jessica Parker, estava falando sobre relacionamentos e tal. E ela falou uma coisa que me intrigou bastante. Pior, que vi que é verdade. Eu já estou num relacionamento. Estou num namoro com a cidade do Rio de Janeiro faz um tempo e não tenho aproveitado como deveria. Ela falava de Nova York, mas tenho que trazer para a minha realidade. Tenho saído só, mas tenho deixado de fazer muita coisa por pensar que estou só. Como o verbo define, é apenas um estado. Vi que deixo de caminhar pela cidade, de ir a museus, de ver peças. Cinema é o único programa que me dedico. O resto eu deixo de fazer por estar só. E é nesse sair sozinho que eu posso interagir com outras pessoas, fazer novas amizades, conhecer novos lugares. Acho que vou me “namorar” um pouco mais pelas ruas e lugares cariocas.
Trocando muito de assunto e como o próprio post permite, vou escrever mais um pouco, até por já ter me alongado muito. Peguei um trem ontem e percebi o quanto as pessoas são “descivilizadas”. Não quero ficar falando de educação básica, aquela que se aprende dentro de casa: higine, comportamento, etc. Mas fiquei abismado com o chão do vagão do trem lotado de lixo (embalagem de picolé, garrafa pet, papel de bombom etc), enquanto as lixeiras estavam vazias. Vi pessoas jogando lixo no chão ou pela janela. Pior que sempre escuto as mesmas pessoas reclamando da sujeira que toma conta das grandes cidades, do lixo na rua. Espero que elas vejam que têm o direito exigir uma cidade limpa, mas que também possuem o dever de zelar por ela. Cidadania é isso.
Não sei como funciona a cabeça das pessoas no geral. Muito menos a sua, caro leitor. A minha então, nem se fala. Parece que todo dia eu descubro uma função nova para ela. Tecla SAP, OSD, CC, Timer, etc etc etc. Acho que nunca vou me entender. Então, já peço desculpas por não compreendê-lo. Acho que nem Freud poderia explicar a cabeça do ser humano de hoje, com todos os acessos a coisas boas e as mazelas da vida.
Mas falemos de minha cabeça. Ela não para. Da hora que eu acordo (no 220v) até a hora de brincar de olhar para dentro, meu cérebro, cerebelo e bulbo estão a pleno vapor. São pensamentos, reflexões, idéias, inspirações. Tudo isso para confundir uma cabeça que ainda tem preocupações, lembranças, viagens e qualquer “porraloquice” (ficou legal tudo junto).
Depois que comecei a ter este blog, que voltei a escrever, parece que casei com uma musa e a inspiração não me falta. Se eu andasse com um bloquinho, ia ficar louco escrevendo o que me visse a mente. Sinto que tudo foi potencializado. Ligaram o turbo. Os temas são os mais variados. Já pensei em poemas dadaístas, em contos sem pé nem cabeça, em histórias inventadas, em relatos diversos. E qual foi a saída para isso tudo??? O título deste post.
Vou escrevendo tudo o que me vem a cabeça e que faça algum nexo. Ou não. O importante é dar vazão a essa inspiração que me consome, que me fortalece, que me alimenta. Vejo as coisas na ruas, escuto algo e já penso em escrever. Não importa quando ou onde. Mas o pensamento é tão rápido, que fica impraticável escrever a mão. Não adianta. Nem anotar tópicos. Não fica a mesma coisa do pensamento do momento. E deixar para escrever depois é a mesma coisa.
Fiquei dias matutando sobre escrever sobre covardia. A palavra mesmo. O sentido. Chamar as pessoas de covardes por certas atitudes. Mas deixei para depois e percebi que também sou covarde em minhas atitudes. Assumo muita coisa que sinto e dou minha cara a tapa. Mas também fecho a boca e os olhos para tantas outras. Então, do que adiantar falar que alguém é covarde? De cobrar atitudes, quando eu tenho que me olhar no espelho todo santo dia?
Ontem estava assistindo Sex in the city antes de dormir. Assumo que gosto da série. Acho que ela põe bons questionamentos em “pauta”. O de ontem me fez refletir bastante. Tenho reclamado para algumas pessoas de minha solterice, de não encontrar um relacionamento sério, apesar de querê-lo. Também quero farrear, mas sinto estar pronto para um namoro. E olhe que tudo isso foi no momento universal da carência: o domingo a noite (isso vai render um texto depois). Voltando. A Carrie Bradshaw, personagem de Sarah Jessica Parker, estava falando sobre relacionamentos e tal. E ela falou uma coisa que me intrigou bastante. Pior, que vi que é verdade. Eu já estou num relacionamento. Estou num namoro com a cidade do Rio de Janeiro faz um tempo e não tenho aproveitado como deveria. Ela falava de Nova York, mas tenho que trazer para a minha realidade. Tenho saído só, mas tenho deixado de fazer muita coisa por pensar que estou só. Como o verbo define, é apenas um estado. Vi que deixo de caminhar pela cidade, de ir a museus, de ver peças. Cinema é o único programa que me dedico. O resto eu deixo de fazer por estar só. E é nesse sair sozinho que eu posso interagir com outras pessoas, fazer novas amizades, conhecer novos lugares. Acho que vou me “namorar” um pouco mais pelas ruas e lugares cariocas.
Trocando muito de assunto e como o próprio post permite, vou escrever mais um pouco, até por já ter me alongado muito. Peguei um trem ontem e percebi o quanto as pessoas são “descivilizadas”. Não quero ficar falando de educação básica, aquela que se aprende dentro de casa: higine, comportamento, etc. Mas fiquei abismado com o chão do vagão do trem lotado de lixo (embalagem de picolé, garrafa pet, papel de bombom etc), enquanto as lixeiras estavam vazias. Vi pessoas jogando lixo no chão ou pela janela. Pior que sempre escuto as mesmas pessoas reclamando da sujeira que toma conta das grandes cidades, do lixo na rua. Espero que elas vejam que têm o direito exigir uma cidade limpa, mas que também possuem o dever de zelar por ela. Cidadania é isso.
sábado, 11 de outubro de 2008
Azedo como um limão
Epifania significa revelação. É tudo aquilo que te leva a ter consciência de um fato da vida. Da sua vida. Pode ser um comportamento, um entendimento, ou apenas um conhecimento. Já tive inúmeras em meus vinte e tantos anos, mas nenhuma me levou a me questinoar tanto como a pergunta de uma colega. E foi algo tão simples, mas que mexeu bastante numa mente que não para de pensar no universo que nos rodeia. Algo que surgiu como uma brincadeira, mas que abriu as portas para um outra dimensão: Vem cá, você chupou limão hoje? Como uma pergunta assim te deixa tão vulnerável.
Momentos antes eu havia respondido uma pergunta, mas que não sabia a resposta e nem porque ela estava sendo direcionada a mim. Vai que respondi meio seco, meio sarcástico. Porém eu sempre respondo meio assim. Então comecei a me analisar para saber se eu era grosseiro sempre ou quando isso se revelava. Foi quando comecei a vasculhar meu interior e ver onde estava errando.
Passei dias com o limão na cabeça. Mas isso era pouco e acrescentei um pouco de fel, para saber também se era amargo. Nunca me considerei assim, azedo e amargo. Mas vai que eu sou assim e ainda não ganhei consciência disso, ainda. Também ninguém me disse isso diretamente. Porém, pessoas “noiadas” pensam tudo o que pode acontecer. Vai que o azedume foi uma coisa de momento? Mas vai que não é?
Mas isso faz parte de imagens que construímos sobre nós mesmos. Afinal, somos compostos por três Eus: aquele que realmente somos, aquele que mostramos para as pessoas, e aquele que as pessoas acham quem nós somos. Se bem que este número pode crescer e, por isso, é melhor termos só esta “tripla” personalidade. Fica até mais fácil de nos entendermos. Sé é que isso é algo possível. Sei que sempre buscamos meios para nos compreendermos, mas não sei se estamos preparados para nos conhecermos. A idéia que temos de nós pode ser despedaçada.
Creio que somos como um quadro abstrato, onde temos que interpretar as ações e os sentimentos. Até porque, quem nunca se remoeu por estar sentindo algo que não era para estar sentindo naquele momento ou que achava que não devia expressar isso. Isso meio que veio até por uma colega psicanalista, quando conversávamos sobre formar de expressar sentimentos. Afinal, quem disse que não podemos chorar quando estamos tristes? Por que ter vergonha de derramar lágrimas, se algo nos está machucando e a saída para aliviar aquilo é o choro?
Agora, revisando este material, é que eu vi que fui mudando de assunto, mas que não sai do tema, que são a imagens que construímos de nós mesmos. Afinal, o ser humano se utiliza de imagens para se comunicar. E mesmo aqueles que não podem ver ou para aquelas imagens que não temos como ver, sempre há uma descrição que nos faz criar uma idéia do que é em nossa mente. Ou nunca ninguém se perguntou: eu imaginava isso bem diferente?
Momentos antes eu havia respondido uma pergunta, mas que não sabia a resposta e nem porque ela estava sendo direcionada a mim. Vai que respondi meio seco, meio sarcástico. Porém eu sempre respondo meio assim. Então comecei a me analisar para saber se eu era grosseiro sempre ou quando isso se revelava. Foi quando comecei a vasculhar meu interior e ver onde estava errando.
Passei dias com o limão na cabeça. Mas isso era pouco e acrescentei um pouco de fel, para saber também se era amargo. Nunca me considerei assim, azedo e amargo. Mas vai que eu sou assim e ainda não ganhei consciência disso, ainda. Também ninguém me disse isso diretamente. Porém, pessoas “noiadas” pensam tudo o que pode acontecer. Vai que o azedume foi uma coisa de momento? Mas vai que não é?
Mas isso faz parte de imagens que construímos sobre nós mesmos. Afinal, somos compostos por três Eus: aquele que realmente somos, aquele que mostramos para as pessoas, e aquele que as pessoas acham quem nós somos. Se bem que este número pode crescer e, por isso, é melhor termos só esta “tripla” personalidade. Fica até mais fácil de nos entendermos. Sé é que isso é algo possível. Sei que sempre buscamos meios para nos compreendermos, mas não sei se estamos preparados para nos conhecermos. A idéia que temos de nós pode ser despedaçada.
Creio que somos como um quadro abstrato, onde temos que interpretar as ações e os sentimentos. Até porque, quem nunca se remoeu por estar sentindo algo que não era para estar sentindo naquele momento ou que achava que não devia expressar isso. Isso meio que veio até por uma colega psicanalista, quando conversávamos sobre formar de expressar sentimentos. Afinal, quem disse que não podemos chorar quando estamos tristes? Por que ter vergonha de derramar lágrimas, se algo nos está machucando e a saída para aliviar aquilo é o choro?
Agora, revisando este material, é que eu vi que fui mudando de assunto, mas que não sai do tema, que são a imagens que construímos de nós mesmos. Afinal, o ser humano se utiliza de imagens para se comunicar. E mesmo aqueles que não podem ver ou para aquelas imagens que não temos como ver, sempre há uma descrição que nos faz criar uma idéia do que é em nossa mente. Ou nunca ninguém se perguntou: eu imaginava isso bem diferente?
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Pegadas do passado
Quase tudo que resume nossas vidas é baseado em imagens, sejam elas construídas, inventadas ou idealizadas. O engraçado é que você me permitiu as três possibilidades em seu olhar. Não consigo esquecer a primeira vez que nossos olhos ser viram. Não deu para disfarçar. Nós dois sabíamos aonde aquilo poderia nos levar.
Não tenho como falar de você, exceto que retribuiu parte do que te ofereci. Mas posso falar com propriedade do que me fez sentir. Percebi que não tinha muito tempo e as chances eram escassas. Não tivemos a oportunidade de nos falarmos neste primeiro encontro. Só que eu sabia que tinha que falar com você. Fui invadido por algo que não sentia há muito tempo. Você grudou em meus pensamentos (e permanece assim até hoje).
Reconheço minha ousadia em falar com você. Tive que ter coragem de enfrentar a situação e acho que me sai bem. Minha vontade era de te beijar no primeiro Oi, mas sabia que isso não seria legal. Que tipo de pessoa você pensaria que eu era. Viajei em nossa conversa. Já criei todo um mundo paralelo onde estaríamos juntos desde o primeiro momento, desde o primeiro olhar.
Esperei com uma certa dose de ansiedade pelo primeiro beijo. Procurei sentir cada milímetro de sua boca encontrando a minha. O toque suave em sua pele. O arrepio que suas mãos me provocaram. O doce sabor de fruta, apesar do chiclete de menta. Pouco me importei com o lugar onde estávamos ou o que poderiam pensar de nós. Queria apenas estar com você.
Pior que, antes mesmo de nos falarmos, eu já sabia que teríamos um pequeno problema: a distância que nos separa. Se fossem míseros quilômetros, eu te queria em meus braços mais vezes, não me importando com algumas horas de viagem só para ganhar a beleza de teu sorriso adentrando pelos meus olhos ávidos de tua presença.
Mas o destino me pregou uma peça. Queria poder, com 100% de certeza, afirmar isso no plural da primeira pessoa. Mas a Vida não me permitiu assim. Na verdade, ela me pregou duas.
Você me ligou no dia seguinte. Não esperou que eu entrasse em contato. Pró-atividade também é sua marca. Conversa meio ressabida, afinal, as poucas palavras que tecemos nos permitiram um conhecimento superficial. Ouvir sua voz me encheu de prazer. A troca de mensagens durante dias. Só em apenas ler "Oi menino lindo. Bjos" já me dizia que eu estava entregue a você. Percebi ali, que desde do primeiro toque do olhar, você havia roubado meu coração. E fiquei feliz com isso. Por ser você.
Cheguei a te falar como fui conquistado. Não tenho vergonha em dizer novamente que seus beijos em meus olhos terminaram de levar o que já era teu.
Fiquei mais encantando ainda com as conversas nas madrugadas. Os cochichos para ninguém acordar ou perceber o teor de nosso papo. O deliciado som da sua voz invadindo meu ouvido e provocando um sorriso imenso em minha boca. Sorriso esse que sempre vem a minha face quando penso em você.
Me surpreendi ao receber uma música de letra forte e que, de certa forma, demonstrava o que você também poderia estar sentindo por mim. Após ouvi-la, sabia que tinha que te ver o mais rápido possível. Tive a oportunidade, mas ela me foi arrancada com tanta força, que fiquei entristecido em não te ver. Mas, como o Tempo é sábio, ele, em combinação com o Destino, me reservou um encontro todo especial contigo. Literalmente, corri para teu lado. As pernas doíam enquanto eu me apressava. Faltava fôlego, já que este foi roubado por toda a ansiedade que eu sentia. O tempo demorou a passar, menos o sorriso e a felicidade que tomavam conta de mim, de minha alma.
Enfim, te olhei mais uma vez. Não estava acreditando estar ao teu lado. Poder te tocar, te beijar, te abraçar. Tudo estava sendo mágico, assim como foi nosso encontro. Pena que durou pouco. Novamente, o Destino teve que nos separar mais uma vez. Pude te conhecer melhor, assim como você. Não sei que imagem você ficou de mim. Eu tenho as melhores suas. O conforto que tive em ficar do teu lado e saber que eu poderia abrir meu coração. Não tenho medo em me machucar por causa disso. Tenho medo é de não me deixar te amar, de não querer me apaixonar por você.
A distância complica. Sempre fui daqueles que não acreditam em nada muito longe, sem toque. Mas com você é diferente. Eu me arrisco.
O Paulinho Moska, excelente declamador do amor, canta em Trampolim os versos "Que tipo de piscina terá embaixo deste trampolim? Que pulo que eu vou ter que dar para não me ferir? Porque acordar sem você é ficar cego no amanhecer. É assistir o fim do mundo antes de escurecer. E eu no meio disso tudo, sem saber, Se já estamos no inicio do que vamos ser". A única coisa que essa música me fala é para eu pular de cabeça e sem medo de querer ser feliz, por mais que eu encontre uma piscina rasa ou mesmo caia nas pedras. Mas sinto que devo arriscar contigo.
O mais engraçado disso é que eu não te conheço ainda, mas sei que quero você.
Não tenho como falar de você, exceto que retribuiu parte do que te ofereci. Mas posso falar com propriedade do que me fez sentir. Percebi que não tinha muito tempo e as chances eram escassas. Não tivemos a oportunidade de nos falarmos neste primeiro encontro. Só que eu sabia que tinha que falar com você. Fui invadido por algo que não sentia há muito tempo. Você grudou em meus pensamentos (e permanece assim até hoje).
Reconheço minha ousadia em falar com você. Tive que ter coragem de enfrentar a situação e acho que me sai bem. Minha vontade era de te beijar no primeiro Oi, mas sabia que isso não seria legal. Que tipo de pessoa você pensaria que eu era. Viajei em nossa conversa. Já criei todo um mundo paralelo onde estaríamos juntos desde o primeiro momento, desde o primeiro olhar.
Esperei com uma certa dose de ansiedade pelo primeiro beijo. Procurei sentir cada milímetro de sua boca encontrando a minha. O toque suave em sua pele. O arrepio que suas mãos me provocaram. O doce sabor de fruta, apesar do chiclete de menta. Pouco me importei com o lugar onde estávamos ou o que poderiam pensar de nós. Queria apenas estar com você.
Pior que, antes mesmo de nos falarmos, eu já sabia que teríamos um pequeno problema: a distância que nos separa. Se fossem míseros quilômetros, eu te queria em meus braços mais vezes, não me importando com algumas horas de viagem só para ganhar a beleza de teu sorriso adentrando pelos meus olhos ávidos de tua presença.
Mas o destino me pregou uma peça. Queria poder, com 100% de certeza, afirmar isso no plural da primeira pessoa. Mas a Vida não me permitiu assim. Na verdade, ela me pregou duas.
Você me ligou no dia seguinte. Não esperou que eu entrasse em contato. Pró-atividade também é sua marca. Conversa meio ressabida, afinal, as poucas palavras que tecemos nos permitiram um conhecimento superficial. Ouvir sua voz me encheu de prazer. A troca de mensagens durante dias. Só em apenas ler "Oi menino lindo. Bjos" já me dizia que eu estava entregue a você. Percebi ali, que desde do primeiro toque do olhar, você havia roubado meu coração. E fiquei feliz com isso. Por ser você.
Cheguei a te falar como fui conquistado. Não tenho vergonha em dizer novamente que seus beijos em meus olhos terminaram de levar o que já era teu.
Fiquei mais encantando ainda com as conversas nas madrugadas. Os cochichos para ninguém acordar ou perceber o teor de nosso papo. O deliciado som da sua voz invadindo meu ouvido e provocando um sorriso imenso em minha boca. Sorriso esse que sempre vem a minha face quando penso em você.
Me surpreendi ao receber uma música de letra forte e que, de certa forma, demonstrava o que você também poderia estar sentindo por mim. Após ouvi-la, sabia que tinha que te ver o mais rápido possível. Tive a oportunidade, mas ela me foi arrancada com tanta força, que fiquei entristecido em não te ver. Mas, como o Tempo é sábio, ele, em combinação com o Destino, me reservou um encontro todo especial contigo. Literalmente, corri para teu lado. As pernas doíam enquanto eu me apressava. Faltava fôlego, já que este foi roubado por toda a ansiedade que eu sentia. O tempo demorou a passar, menos o sorriso e a felicidade que tomavam conta de mim, de minha alma.
Enfim, te olhei mais uma vez. Não estava acreditando estar ao teu lado. Poder te tocar, te beijar, te abraçar. Tudo estava sendo mágico, assim como foi nosso encontro. Pena que durou pouco. Novamente, o Destino teve que nos separar mais uma vez. Pude te conhecer melhor, assim como você. Não sei que imagem você ficou de mim. Eu tenho as melhores suas. O conforto que tive em ficar do teu lado e saber que eu poderia abrir meu coração. Não tenho medo em me machucar por causa disso. Tenho medo é de não me deixar te amar, de não querer me apaixonar por você.
A distância complica. Sempre fui daqueles que não acreditam em nada muito longe, sem toque. Mas com você é diferente. Eu me arrisco.
O Paulinho Moska, excelente declamador do amor, canta em Trampolim os versos "Que tipo de piscina terá embaixo deste trampolim? Que pulo que eu vou ter que dar para não me ferir? Porque acordar sem você é ficar cego no amanhecer. É assistir o fim do mundo antes de escurecer. E eu no meio disso tudo, sem saber, Se já estamos no inicio do que vamos ser". A única coisa que essa música me fala é para eu pular de cabeça e sem medo de querer ser feliz, por mais que eu encontre uma piscina rasa ou mesmo caia nas pedras. Mas sinto que devo arriscar contigo.
O mais engraçado disso é que eu não te conheço ainda, mas sei que quero você.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Em terra de cego ...
Quem tem dois olhos, comanda!!! Aprenda a enxergar.
Não quero adentrar sobre a frase acima, mas é que acabei de chegar em casa depois de assistir Ensaio sobre a cegueira, do Fernando Meirelles. Não quero falar sobre o filme, resenhá-lo, resumi-lo. Não sei se vou fugir do enredo como um todo, mas foram determinados elementos abordados na película que me motivei.
Na verdade, a caminho do cinema, já vinha pensando em escrever sobre olhos e olhares novamente. Tenho algumas idéias do que escrever sobre o comportamento das pessoas em ambiente fechados: elevador, metrô, banco. Mas isso fica para uma próxima.
O que quero mostrar aqui é que o filme é tão forte, tão intenso sobre a essência humana, que você fica hipnotizado e não acredita como o ser humano pode ser tão cruel. Já vi vários filmes com esse comportamento do homem. Mas é difícil de aceitar que a humanidade seja capaz dessas coisas. Não precisamos recorrer à ficção. O homem já fez diversas atrocidades ao longo das eras. Não é necessário listas e os motivos são os mais diversos. Na verdade, creio que se analisarmos bem, só há um motivo: o poder de poder subjugar outro. O poder de decidir sobre a vida do outro. É tão complicado isso.
Mas, ao mesmo tempo que vemos a crueldade inerente do homem, vemos também o quanto podemos ser bons. Um grupo surge como a luz na escuridão da crueldade. Todos, como suas falhas e seus problemas, se unem em prol de sobreviverem, de lutarem para ficarem juntos. Eles não querem pisar em ninguém nessa dura jornada. Apenas querem encontrar a luz da sobrevivência.
Uma coisa engraçada que vim pensando no caminho do cinema até em casa é que fui ver um filme que fala sobre o dom da visão um dia depois de criar este blog. Além de postar sobre olhos e olhares. Só que estes olhos que acompanharam a escrita deste post, se chocaram com as cenas do filme. Da possibilidade do comportamento humano em situações de caos e desespero. Quanto mais pensamos que estamos preparados para algo, mais nos enganamos. Ninguém está preparado para nada. O melhor é tentar o controle. Se é que esse controle existe.
Não quero adentrar sobre a frase acima, mas é que acabei de chegar em casa depois de assistir Ensaio sobre a cegueira, do Fernando Meirelles. Não quero falar sobre o filme, resenhá-lo, resumi-lo. Não sei se vou fugir do enredo como um todo, mas foram determinados elementos abordados na película que me motivei.
Na verdade, a caminho do cinema, já vinha pensando em escrever sobre olhos e olhares novamente. Tenho algumas idéias do que escrever sobre o comportamento das pessoas em ambiente fechados: elevador, metrô, banco. Mas isso fica para uma próxima.
O que quero mostrar aqui é que o filme é tão forte, tão intenso sobre a essência humana, que você fica hipnotizado e não acredita como o ser humano pode ser tão cruel. Já vi vários filmes com esse comportamento do homem. Mas é difícil de aceitar que a humanidade seja capaz dessas coisas. Não precisamos recorrer à ficção. O homem já fez diversas atrocidades ao longo das eras. Não é necessário listas e os motivos são os mais diversos. Na verdade, creio que se analisarmos bem, só há um motivo: o poder de poder subjugar outro. O poder de decidir sobre a vida do outro. É tão complicado isso.
Mas, ao mesmo tempo que vemos a crueldade inerente do homem, vemos também o quanto podemos ser bons. Um grupo surge como a luz na escuridão da crueldade. Todos, como suas falhas e seus problemas, se unem em prol de sobreviverem, de lutarem para ficarem juntos. Eles não querem pisar em ninguém nessa dura jornada. Apenas querem encontrar a luz da sobrevivência.
Uma coisa engraçada que vim pensando no caminho do cinema até em casa é que fui ver um filme que fala sobre o dom da visão um dia depois de criar este blog. Além de postar sobre olhos e olhares. Só que estes olhos que acompanharam a escrita deste post, se chocaram com as cenas do filme. Da possibilidade do comportamento humano em situações de caos e desespero. Quanto mais pensamos que estamos preparados para algo, mais nos enganamos. Ninguém está preparado para nada. O melhor é tentar o controle. Se é que esse controle existe.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Olhares
"Seus olhos e seus olhares, milhares de tentações" - Leoni
Engraçado como o Destino gosta de causar trotes. Acredito piamente nele. Mas também ajo em seu favor. Dou uma mãozinha. Pena que quem a pega, ás vezes, a mão está lisa e escorregadia. A queda é inevitável. Muitas vezes, apenas é o balanço do braço caindo pesadamente.
Mas tudo começa no olhar. Com um olhar. Você está, sentando, olhando as pessoas ao seu redor, querendo se achar na multidão. Perdido em lugares profundos da mente. E ai vem, um belo par de olhos cor de mel. Um olhar profundo em sua direção. Você se perde naqueles olhos que não saem do seu. Tudo deixa de existir e você só enxergar aqueles belos olhos.
Eles te seguem para onde você vai. Você também os segue. Que peça é essa que o destino está te causando? Por que esse olhar profundo em sua direção? Não consigo entender o que tenho de especial para atraí-los. Mas não quero que parem de me olhar. Sigam-me.
Você aproveita e tem uma conversa com o Destino. Ele te faz agir e ir atrás daqueles olhos. Você se arrisca. E petisca. O destino está do seu lado. Murphy esqueceu que você existe por um tempo. Apenas por um tempo. Logo ele põe suas garras de fora.
Pronto, mais uma rasteira. Já não suporto mais rasteiras. Veio tudo junto. Balde de água fria, queda de penhasco, salto mortal twist carpado na jaca. Voilá!!! O mundo desaba em sua cabeça e a única coisa que resta é esquecer.
Você consegue fazer a fila andar, mas não consegue mais aquele tipo de olhar. Exatamente aquele que te paralisa, que te faz esquecer que o mundo um dia existiu, que te congela a barriga. Vai apenas caminhando, perdido no meio da multidão, procurando olhos que te afaguem.
Mais uma vez o Destino te estende a mão. Você decidiu parar de sofrer, realmente esquecer o brilho dos olhos cor de mel. A vida realmente continua e ergue-se a cabeça. Para quê??? Para encontrar outro par de olhos que te hipnotizam. Desta vez, o mesmo frio na barriga. Quase que a mesma situação vivida antes. Mais uma vez, você segue os conselhos do amigo Destino. Os olhos, que te buscam de forma tão profunda, te fazem agir mais uma vez impulsivamente.
Você pensa mais uma vez no que possui. Seu ego recebe uma boa corrente de ar e infla. Mas para quê? Para que o próprio Destino, que é sado, venha sorrateiramente e te derrube. Na verdade, ele não te fez levantar tanto. Apenas te colocou no lugar que deve ocupar: o papel de coadjuvante em um filme trash tipo B. Nem Zé do Caixão te criaria. Tudo bem, foi exagero. Mas para que te tratar assim? Não tem porque te levantar, fazer ficar em pé e vir te dar uma rasteira. Você não é masoquista para gostar de sofrer.
Mas também não quero ser descrente em tudo. Nem em ninguém. Ainda acredito no meu potencial. Sei que conseguirei ter meu lugar ao sol. E sei que para chegar nessa praia, tem trânsito, dificuldade para estacionar, areia cheia. Mas uma coisa que me motiva é que a fila anda. E nesse fila existem olhos e olhares.
Engraçado como o Destino gosta de causar trotes. Acredito piamente nele. Mas também ajo em seu favor. Dou uma mãozinha. Pena que quem a pega, ás vezes, a mão está lisa e escorregadia. A queda é inevitável. Muitas vezes, apenas é o balanço do braço caindo pesadamente.
Mas tudo começa no olhar. Com um olhar. Você está, sentando, olhando as pessoas ao seu redor, querendo se achar na multidão. Perdido em lugares profundos da mente. E ai vem, um belo par de olhos cor de mel. Um olhar profundo em sua direção. Você se perde naqueles olhos que não saem do seu. Tudo deixa de existir e você só enxergar aqueles belos olhos.
Eles te seguem para onde você vai. Você também os segue. Que peça é essa que o destino está te causando? Por que esse olhar profundo em sua direção? Não consigo entender o que tenho de especial para atraí-los. Mas não quero que parem de me olhar. Sigam-me.
Você aproveita e tem uma conversa com o Destino. Ele te faz agir e ir atrás daqueles olhos. Você se arrisca. E petisca. O destino está do seu lado. Murphy esqueceu que você existe por um tempo. Apenas por um tempo. Logo ele põe suas garras de fora.
Pronto, mais uma rasteira. Já não suporto mais rasteiras. Veio tudo junto. Balde de água fria, queda de penhasco, salto mortal twist carpado na jaca. Voilá!!! O mundo desaba em sua cabeça e a única coisa que resta é esquecer.
Você consegue fazer a fila andar, mas não consegue mais aquele tipo de olhar. Exatamente aquele que te paralisa, que te faz esquecer que o mundo um dia existiu, que te congela a barriga. Vai apenas caminhando, perdido no meio da multidão, procurando olhos que te afaguem.
Mais uma vez o Destino te estende a mão. Você decidiu parar de sofrer, realmente esquecer o brilho dos olhos cor de mel. A vida realmente continua e ergue-se a cabeça. Para quê??? Para encontrar outro par de olhos que te hipnotizam. Desta vez, o mesmo frio na barriga. Quase que a mesma situação vivida antes. Mais uma vez, você segue os conselhos do amigo Destino. Os olhos, que te buscam de forma tão profunda, te fazem agir mais uma vez impulsivamente.
Você pensa mais uma vez no que possui. Seu ego recebe uma boa corrente de ar e infla. Mas para quê? Para que o próprio Destino, que é sado, venha sorrateiramente e te derrube. Na verdade, ele não te fez levantar tanto. Apenas te colocou no lugar que deve ocupar: o papel de coadjuvante em um filme trash tipo B. Nem Zé do Caixão te criaria. Tudo bem, foi exagero. Mas para que te tratar assim? Não tem porque te levantar, fazer ficar em pé e vir te dar uma rasteira. Você não é masoquista para gostar de sofrer.
Mas também não quero ser descrente em tudo. Nem em ninguém. Ainda acredito no meu potencial. Sei que conseguirei ter meu lugar ao sol. E sei que para chegar nessa praia, tem trânsito, dificuldade para estacionar, areia cheia. Mas uma coisa que me motiva é que a fila anda. E nesse fila existem olhos e olhares.
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