sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Navegar*

Uma luz azul me guia
Com a firmeza e os lampejos de um farol
E os recifes lá de cima
Me avisam dos perigos de chegar

Descobridor dos Sete Mares, Lulu Santos

Por vezes sinto que meu coração é um barco a vela, que navega livremente pelo mar, ao sabor do vento. À deriva em alguns momentos, parado em algum porto em outros, mas sempre livre para navegar. Nem sempre escolho a direção que ele irá tomar, depende do tempo, do vento, das condições do mar. Bússola? Para que me serve, a não ser para confundir mais os pensamentos? Que adianta a razão me mandar ir para o Sul, se os ventos me levam para Oeste?

Sempre fui dada a traçar minhas rotas de navegação. Tentava seguir a risca o itinerário e ficava frustrada se um vento norte mudava meu rumo. Parei de sofrer. Não que tenha deixado de traçar minhas rotas, acho importante ter em mente aonde se quer ir. Mas, agora, tento tirar proveito dos desvios, aprender novos caminhos e admirar a paisagem inesperada.

Nem sempre o tempo está claro. Nem sempre é possível navegar. Às vezes a melhor opção é jogar a âncora e esperar a tempestade passar. Por vezes não é tempestade, mas falta de vento. Nem uma brisa leve para movimentar as madeixas. Também não tem jeito, tem que esperar.

Acho que estou num desses momentos de espera, traçando rotas de navegação, algumas delas para destinos ainda desconhecidos. Os desvios não me assustam. Estou me preparando para levantar âncora.

Içar velas, marinheiro!



* Um dia, numa conversa com a Amanda, do Meu Cantinho, decidimos fazer participação especial no blog do outro. Este foi o texto de sua colaboração com o Visão Mundana. Quem quiser ver o meu, passa lá. O texto é o Conexões.

Um comentário:

Anônimo disse...

amore, por isso chutei o balde há um bom tempo, desde quando a minha bússola quebrou. agora, deixo rolar.
saudaditu, beijo enorme.