quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Copo meio cheio

Crise financeira. Eleições norte-americanas. Corte de gastos. Suspensão de atividades. Quebra da bolsa. Alta do dólar. Tudo isso junto impõe receio em uma população que está desacreditada no que está por vir. Que mudanças esse novo paradigma geopolítico vai trazer para o mundo? Sei que muitos não estão nem ai. Acham que o que ocorre do outro lado do planeta não vai afetar em nada a sua vida.

Creio um pouco na teoria do bater de asas de uma borboleta cria um tufão em algum outro lugar. Mas também acredito que um copo na metade está meio cheio. Sou uma pessoa otimista e que crê num mundo melhor. Espero muito que essa crise econômica passe logo. Quem sabe a eleição de Barack Obama seja um bom caminho para isso. A trilha para a ordem.

Mas não posso negar também que tenho medo. Medo de estarmos realmente no fim dos tempos. Não quero escrever sobre religião, só que não dá para não pensar a respeito. É tanta desgraça acontecendo, tanta crueldade gratuita. Já escrevi sobre isso, basta olhar no histórico.

Agora, eu não quero acreditar nisso. Eu creio no homem. Creio na bondade. Pior que falei isso outro dia no táxi e o motorista disse que o mundo ainda era cheio de esperança porque havia pessoas como eu, que acreditavam em Papai Noel, fadas e duendes. Não possuo esse perfil, mas sei que devo acreditar nas pessoas, no bom caráter. Vou bem pela fábula do beija-flor. Apenas faço a minha parte.

Com toda essa problemática, meu maior receio é que nós entremos na cegueira branca do Ensaio sobre a cegueira, do José Saramago, que virou filme nas mãos de Fernando Meireles. Não li o livro, apenas vi as cenas na telona. E aquilo tudo me chocou. Meu medo é irmos nessa direção: para o caos, para a anarquia. Em 1929, quando houve a Grande Quebra e a Depressão, a maior parte da população estava no campo. Era plantar para ter o que comer. Hoje, a situação é outra. Já há escassez de alimentos em várias partes do globo. Torço para que as coisas não saiam do controle e tudo isso passe logo.

Tenho a esperança de fazer as coisas que sempre sonhei. Não é pensamento egoísta. Apenas quero que as coisas boas se realizem. Nunca fui de desejar o mal. Mas também não vou entrar em discurso de Miss e dizer que quero a paz mundial. Quem não quer isso? Eu quero apenas um mundo que se desenvolva com sustentabilidade, justiça social e equilíbrio econômico. Tal como a esperança final do filme de Meirelles, onde um está disposto a ajudar o outro.

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