quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Pegadas do passado

Quase tudo que resume nossas vidas é baseado em imagens, sejam elas construídas, inventadas ou idealizadas. O engraçado é que você me permitiu as três possibilidades em seu olhar. Não consigo esquecer a primeira vez que nossos olhos ser viram. Não deu para disfarçar. Nós dois sabíamos aonde aquilo poderia nos levar.

Não tenho como falar de você, exceto que retribuiu parte do que te ofereci. Mas posso falar com propriedade do que me fez sentir. Percebi que não tinha muito tempo e as chances eram escassas. Não tivemos a oportunidade de nos falarmos neste primeiro encontro. Só que eu sabia que tinha que falar com você. Fui invadido por algo que não sentia há muito tempo. Você grudou em meus pensamentos (e permanece assim até hoje).

Reconheço minha ousadia em falar com você. Tive que ter coragem de enfrentar a situação e acho que me sai bem. Minha vontade era de te beijar no primeiro Oi, mas sabia que isso não seria legal. Que tipo de pessoa você pensaria que eu era. Viajei em nossa conversa. Já criei todo um mundo paralelo onde estaríamos juntos desde o primeiro momento, desde o primeiro olhar.

Esperei com uma certa dose de ansiedade pelo primeiro beijo. Procurei sentir cada milímetro de sua boca encontrando a minha. O toque suave em sua pele. O arrepio que suas mãos me provocaram. O doce sabor de fruta, apesar do chiclete de menta. Pouco me importei com o lugar onde estávamos ou o que poderiam pensar de nós. Queria apenas estar com você.

Pior que, antes mesmo de nos falarmos, eu já sabia que teríamos um pequeno problema: a distância que nos separa. Se fossem míseros quilômetros, eu te queria em meus braços mais vezes, não me importando com algumas horas de viagem só para ganhar a beleza de teu sorriso adentrando pelos meus olhos ávidos de tua presença.

Mas o destino me pregou uma peça. Queria poder, com 100% de certeza, afirmar isso no plural da primeira pessoa. Mas a Vida não me permitiu assim. Na verdade, ela me pregou duas.

Você me ligou no dia seguinte. Não esperou que eu entrasse em contato. Pró-atividade também é sua marca. Conversa meio ressabida, afinal, as poucas palavras que tecemos nos permitiram um conhecimento superficial. Ouvir sua voz me encheu de prazer. A troca de mensagens durante dias. Só em apenas ler "Oi menino lindo. Bjos" já me dizia que eu estava entregue a você. Percebi ali, que desde do primeiro toque do olhar, você havia roubado meu coração. E fiquei feliz com isso. Por ser você.

Cheguei a te falar como fui conquistado. Não tenho vergonha em dizer novamente que seus beijos em meus olhos terminaram de levar o que já era teu.

Fiquei mais encantando ainda com as conversas nas madrugadas. Os cochichos para ninguém acordar ou perceber o teor de nosso papo. O deliciado som da sua voz invadindo meu ouvido e provocando um sorriso imenso em minha boca. Sorriso esse que sempre vem a minha face quando penso em você.

Me surpreendi ao receber uma música de letra forte e que, de certa forma, demonstrava o que você também poderia estar sentindo por mim. Após ouvi-la, sabia que tinha que te ver o mais rápido possível. Tive a oportunidade, mas ela me foi arrancada com tanta força, que fiquei entristecido em não te ver. Mas, como o Tempo é sábio, ele, em combinação com o Destino, me reservou um encontro todo especial contigo. Literalmente, corri para teu lado. As pernas doíam enquanto eu me apressava. Faltava fôlego, já que este foi roubado por toda a ansiedade que eu sentia. O tempo demorou a passar, menos o sorriso e a felicidade que tomavam conta de mim, de minha alma.

Enfim, te olhei mais uma vez. Não estava acreditando estar ao teu lado. Poder te tocar, te beijar, te abraçar. Tudo estava sendo mágico, assim como foi nosso encontro. Pena que durou pouco. Novamente, o Destino teve que nos separar mais uma vez. Pude te conhecer melhor, assim como você. Não sei que imagem você ficou de mim. Eu tenho as melhores suas. O conforto que tive em ficar do teu lado e saber que eu poderia abrir meu coração. Não tenho medo em me machucar por causa disso. Tenho medo é de não me deixar te amar, de não querer me apaixonar por você.

A distância complica. Sempre fui daqueles que não acreditam em nada muito longe, sem toque. Mas com você é diferente. Eu me arrisco.

O Paulinho Moska, excelente declamador do amor, canta em Trampolim os versos "Que tipo de piscina terá embaixo deste trampolim? Que pulo que eu vou ter que dar para não me ferir? Porque acordar sem você é ficar cego no amanhecer. É assistir o fim do mundo antes de escurecer. E eu no meio disso tudo, sem saber, Se já estamos no inicio do que vamos ser". A única coisa que essa música me fala é para eu pular de cabeça e sem medo de querer ser feliz, por mais que eu encontre uma piscina rasa ou mesmo caia nas pedras. Mas sinto que devo arriscar contigo.

O mais engraçado disso é que eu não te conheço ainda, mas sei que quero você.

Um comentário:

Bruno Cazonatti disse...

Sensacional, Luis!
Ainda mais citando o Trambolim do Moska.
Excelente!

Já estpa linkado no Ácido

Grande abraço, amigo poeta!
Bruno Cazonatti