Dando continuidade ao post anterior, quando quis escrever mais e vi que estava fazendo um conto, venho modestamente tentar resenhar um filme e falar de comportamentos.
Fumando espero
Quando estive no Morro da Urca para o show da Ana Carolina, a programação da noite incluía a pré-estreia de um filme, uma apresentação-aquecimento, o show principal e um DJ para finalizar a noite.
Cheguei cedo, sentei-me em uma das cadeiras de praia e consegui pegar o começo do filme Fumando espero, de Adriana Dutra. O roteiro é bem simples. É um documentário sobre a(s) tentativa(s) frustrada(s) de parar de fumar. Depoimentos de pessoas famosas e de médicos sobre o processo quase traumático de largar o cigarro. Muitos são fumantes. Há os ex-fumantes. E, claro, os nunca-fumantes.
A Adriana conseguiu tratar o assunto de forma humorada, sem cansar o espectador. Linguagem leve. Uso de animações. Tudo para compor um filme que tinha tudo para não ser interessante. Ela mesma virou personagem. Utilizou-se para mostrar como funciona o processo de para de fumar. Consultas gravadas, cara e bocas, frustrações, crises de abstinência.
A narrativa ganhou um tom leve e descontraído que não chocava. Ela mostrou os males do cigarro sem imagens fortes. O que prevalecia era o depoimento. Atores, médicos, jornalistas, combatentes do fumo, plantadores de fumo. E a legenda sempre informando o status do relacionamento com o tabaco.
O filme começou a ser rodado em 2006, mas saiu bem atualizado. Todos os dados estavam bem embasados. Depoimentos francos e cômicos. Relatos tristes de quem se deu mal pelo cigarro ou se viu numa situação de semi-escravidão pelo fato de depender do fumo para viver. E creio que quem já deu suas tragadas por ai deve ter parado para repensar se vale a pena continuar.
Comportamento em pré-estreia
Assusta-me o comportamento de algumas pessoas em pré-estreia. Começam a cantar numa música do filme, batem palmas no meio, questionam. Isso se intensifica quando é um documentário.
Como há uma moda de jogar sapatos nas pessoas, eu quase entrei para o grupo dos que jogam. Um senhor, sentando duas fileiras a frente, fumante, aproveitou o cinema ao ar livre para suas baforadas e comentários sobre o filme. Batia palmas para os defensores do cigarro e vaiava os que eram contra. Falava alto. Incomodava. Muitos fizeram “shiiiii” para ele, mas dava de ombros e seguia com seu alto teor alcoólico a manifestar-se durante o filme.
Engraçado que essa não foi a primeira vez que eu percebi tal comportamento. Mas é sempre em pré-estreia. Já fui em varias e também vivo nas salas de cinema. Fácil notar tal mudança. Creio que quem faz isso que aparecer mais que o filme ou que o diretor ou os atores. Se for assim, que se pintem de vermelho e pendurem uma melancia no pescoço.
Curiosidade da noite
Nunca me passou pela cabeça que um casal terminaria o namoro no meio de um show romântico. E o motivo sendo o melhor lugar para ver o show. Dois teimosos brigando para ver quem enxergaria a Ana Carolina no palco. O detalhe é que ambos estavam no alto.
Achei meio sem noção. Pior que a menina era a mais sem noção. Ela gritou que tinham terminado, pedia para o cara não tocá-la e continuava do lado dele, de cabeça baixa e chorando. Quando ele ia falar com ela, ela se sacudia batendo nas pessoas (em mim, inclusive) e gritava que tudo tinha acabado. Parecia até o Galvão Bueno na final da Copa do Mundo de 94.
Claro que isso não foi o motivo. Deve ter sido a gota d’água para um casal intransigente e com a relação gasta pela teimosia e disputa dos dois para ver quem manda na relação. Qualquer “Freud” saberia analisar aqueles dois pelas poucas coisas que demonstraram em público. Ainda mais em um lugar cheio. Se não queriam multidão, deveriam ter investido o valor dos ingressos em DVDs.
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Um comentário:
Estou aqui lendo tudo. Mas tem muita coisa, vou ler aos poucos...
Uma curiosidade:
O olho do perfil é seu? rs
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