Por que a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa? Por que o sanduíche do outro é mais bonito e mais gostoso que o nosso? Por que sempre olhamos o garçom passar com os pratos da mesa ao lado e ficamos na curiosidade do que aqui ali?
Parece praga ou maldição. Não contentar-se com o que está aqui. Sempre tem que ser lá. Por quê? É sempre ter vontade de comer num restaurante que não existe aqui. De ir num museu que está lá. De ver alguém por uma tela que mostra quilômetros de distancia. Papo, carinho, paixão, amizade. Cumplicidade.
Aos que nos cercam, não é desdém. Até porque só percebemos o vazio que nos rodeia. Falta de atenção, ausência, descaso. Para que um “eu te ligo”, se já sentimos que o telefone não vai tocar. Não há porque enganar quem não engana a si mesmo.
Pior de tudo isso são as expectativas criadas, as noites mal dormidas, a vida mal vivida. Medo de algo próximo? Fuga? Boicote? Ou apenas a vida mostrando mais uma vez que não é nada fácil estar disposto a amar. A querer ser feliz e dividir isso com alguém especial.
Conhecer pessoas dá nisso. Viajar dá nisso. Não é querer ser marinheiro, deixando um amor em cada porto. É querer voltar àquela baía calma, de mar azul e que te sorri como se você fosse o único ser humano que por ali passou. O único capaz de cuidar para que nenhum invasor venha e polua as águas brilhantes que teimam em cair do alto e a correr em sua direção, prendendo sua vista e te dando um nó na garganta de tão bela paisagem que fascina e apaixona.
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