Blog passando por momento sem inspiração, apesar da vida cultural continuar.
Voltaremos em breve.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Culturais
Faz tempo que não resenho minha programação cultural aqui no blog. E bom que venho pensando em fazer resenha de viagens também, ainda mais depois das minhas últimas férias. Enfim, planos. Mas vamos ao que interessa.
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Verdes campos irlandeses
Na última sexta-feira, tive o grato prazer de ir ao espetáculo teatral Pedra nos Bolsos, no Teatro Poeira, aqui no Rio de Janeiro. Em cartaz durante os meses de julho e agosto, a peça conta a história de uma pacata cidade no interior da Irlanda que serve de cenário para uma grande produção hollywoodiana. Os fatos narrados, com base no texto de Marie Jones, mostram o impacto no dia a dia da pequena vila, onde quase todos os seus habitantes são parentes.
No palco, show de interpretação de Luiz Furlanetto e Paulo Trajano, dirigidos por David Herman. Eles interpretam cerca de 15 personagens, mas passam a maior parte do tempo como os figurantes Charlie e Jake, que tentam ganhar a féria do dia em meio ao cotidiano da vila, que não se altera (muito). Isso até o clímax, quando surge a justificativa para o nome Pedras nos Bolsos.
A trama vai evoluindo de forma compassada, com picos de emoção graças ao jogo de luzes e uma bela trilha sonora, além dos próprios atores. O cenário simples, mas tão bem aplicado do próprio diretor, nos leva aos campos irlandeses. Todo esse clima ajuda a compor e mudar os personagens, pois não há troca de roupa no palco. Muda-se tom de voz, postura, feições. Os recursos da ótima iluminação de Wilson Reiz ajudam a marcar o momento de trocar. Há diálogos protagonizados pelos atores e seus próprios personagens. E não fica com cara de monólogo. Há um “outro” em cena.
Para quem possui mais curiosidade sobre a peça, ela foi escrita por uma britânica tentando criticar o universo do grande cinema, que esquece a arte pelas gordas cifras financeiras. Pedra nos Bolsos já foi encenada na Broadway, com ótimas críticas. Aqui no Brasil, não está sendo diferente. A montagem do David é de encher os olhos e não deixa nada a desejar.
Serviço
PEDRAS NOS BOLSOS - Comédia
Temporada: de 02 de julho a 29 de agosto
Local: Teatro Poeira - Rua São João Batista, 104 - Botafogo – Rio de Janeiro - RJ
Telefone: (21) 2537.8053
Horário: sexta e sábado às 21 horas/domingo às 19 h
Preço: sexta R$ 30,00/Sab. e dom. R$40,00
Lotação: 180 pessoas
Duração: 80 minutos
Classificação etária: 12 anos
Horário da bilheteria: de terça a sábado de 15h às 21 h e domingo de 15h às 19h
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Mais que bem amado
Ainda dando continuidade à programação cultural, que havia ficado de lado tanto no blog como em minha vida, ontem pude conferir a pré-estreia de O Bem Amado, de Guel Arraes. Um dos filmes brasileiros mais esperados do ano traz a história da eleição de Odorico Paraguaçu ao posto de prefeito da cidade de Sucupira, no litoral nordestino. Com o roteiro baseado no texto de Dias Gomes e que imortalizou Paulo Gracindo na produção televisiva, Guel chamou um elenco de peso para levar mais um sucesso para as telonas.
Com uma interpretação magnífica, Marco Nanini dá vida a Odorico, que se elege com promessas de construção do primeiro cemitério da cidade, mas Sucupira é tão pacata que falta morto. Denúncias de corrupção n a construção do novo lar dos mortos e o desespero de Odorico para enterrar o primeiro morto da cidade dão vida à trama. As perseguições políticas a Odorico dão o time certo para as piadas, além de criar os melhores discursos na melhor aplicação do estilo “estrogonoficamente sensível”. Antes da telona, Nanini deu vida a Odorico no teatro, o que lhe valeu para a criação de novos trejeitos, afastando-o do imortal Odorico de Gracindo.
A trama conta com um desfile de nomes e suas grandes interpretações, com destaque para o novo trio das Irmãs Cajazeiras, formado por Zezé Polessa, Andréa Beltrão e Drica Moraes. Quem também não deixa nada a desejar é Mateus Nachtergaele, dando vida a Dirceu Borboleta, empregado exemplar da prefeitura de Sucupira. José Wilker como Zeca Diabo é outro show de interpretação, mostrando todo o talento de meu conterrâneo.
Odorico e as Cajazeiras
Mas como nem tudo são flores, há a presença de Tonico Pereira como Vladmir, dono do jornal A Trombeta e maior inimigo político de Odorico, responsável por todas as denúncias na sociedade sucupirense. Nada contra o ator, que tem seus méritos, mas me cansa vê-lo em cena. Em minha modesta opinião, ele sempre constrói seus personagens da mesma forma, seja na tevê, cinema ou teatro. Não há grandes diferenças entre Vladmir e Mendonça, de A Grande Família. Exceto pela própria história de seus personagens.
A produção de O Bem Amado conta com Paula Lavigne a frente de tudo. Tanto que a trilha sonora foi toda produzida por Caetano Veloso, seu ex-marido, mas eterno parceiro de trabalho. Novas músicas e novos arranjos dão uma graça e um ritmo para a boa edição da trama. A vontade é de sair direto do cinema para comprar o CD e ficar ouvindo o jingle da candidatura de Odorico, que conta com as vozes de Thalma de Freitas e Nina Becker, musas da Orquestra Imperial.
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Verdes campos irlandeses
Na última sexta-feira, tive o grato prazer de ir ao espetáculo teatral Pedra nos Bolsos, no Teatro Poeira, aqui no Rio de Janeiro. Em cartaz durante os meses de julho e agosto, a peça conta a história de uma pacata cidade no interior da Irlanda que serve de cenário para uma grande produção hollywoodiana. Os fatos narrados, com base no texto de Marie Jones, mostram o impacto no dia a dia da pequena vila, onde quase todos os seus habitantes são parentes.
No palco, show de interpretação de Luiz Furlanetto e Paulo Trajano, dirigidos por David Herman. Eles interpretam cerca de 15 personagens, mas passam a maior parte do tempo como os figurantes Charlie e Jake, que tentam ganhar a féria do dia em meio ao cotidiano da vila, que não se altera (muito). Isso até o clímax, quando surge a justificativa para o nome Pedras nos Bolsos.
A trama vai evoluindo de forma compassada, com picos de emoção graças ao jogo de luzes e uma bela trilha sonora, além dos próprios atores. O cenário simples, mas tão bem aplicado do próprio diretor, nos leva aos campos irlandeses. Todo esse clima ajuda a compor e mudar os personagens, pois não há troca de roupa no palco. Muda-se tom de voz, postura, feições. Os recursos da ótima iluminação de Wilson Reiz ajudam a marcar o momento de trocar. Há diálogos protagonizados pelos atores e seus próprios personagens. E não fica com cara de monólogo. Há um “outro” em cena.
Para quem possui mais curiosidade sobre a peça, ela foi escrita por uma britânica tentando criticar o universo do grande cinema, que esquece a arte pelas gordas cifras financeiras. Pedra nos Bolsos já foi encenada na Broadway, com ótimas críticas. Aqui no Brasil, não está sendo diferente. A montagem do David é de encher os olhos e não deixa nada a desejar.
Serviço
PEDRAS NOS BOLSOS - Comédia
Temporada: de 02 de julho a 29 de agosto
Local: Teatro Poeira - Rua São João Batista, 104 - Botafogo – Rio de Janeiro - RJ
Telefone: (21) 2537.8053
Horário: sexta e sábado às 21 horas/domingo às 19 h
Preço: sexta R$ 30,00/Sab. e dom. R$40,00
Lotação: 180 pessoas
Duração: 80 minutos
Classificação etária: 12 anos
Horário da bilheteria: de terça a sábado de 15h às 21 h e domingo de 15h às 19h
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Mais que bem amado
Ainda dando continuidade à programação cultural, que havia ficado de lado tanto no blog como em minha vida, ontem pude conferir a pré-estreia de O Bem Amado, de Guel Arraes. Um dos filmes brasileiros mais esperados do ano traz a história da eleição de Odorico Paraguaçu ao posto de prefeito da cidade de Sucupira, no litoral nordestino. Com o roteiro baseado no texto de Dias Gomes e que imortalizou Paulo Gracindo na produção televisiva, Guel chamou um elenco de peso para levar mais um sucesso para as telonas.
Com uma interpretação magnífica, Marco Nanini dá vida a Odorico, que se elege com promessas de construção do primeiro cemitério da cidade, mas Sucupira é tão pacata que falta morto. Denúncias de corrupção n a construção do novo lar dos mortos e o desespero de Odorico para enterrar o primeiro morto da cidade dão vida à trama. As perseguições políticas a Odorico dão o time certo para as piadas, além de criar os melhores discursos na melhor aplicação do estilo “estrogonoficamente sensível”. Antes da telona, Nanini deu vida a Odorico no teatro, o que lhe valeu para a criação de novos trejeitos, afastando-o do imortal Odorico de Gracindo.
A trama conta com um desfile de nomes e suas grandes interpretações, com destaque para o novo trio das Irmãs Cajazeiras, formado por Zezé Polessa, Andréa Beltrão e Drica Moraes. Quem também não deixa nada a desejar é Mateus Nachtergaele, dando vida a Dirceu Borboleta, empregado exemplar da prefeitura de Sucupira. José Wilker como Zeca Diabo é outro show de interpretação, mostrando todo o talento de meu conterrâneo.
Odorico e as Cajazeiras
Mas como nem tudo são flores, há a presença de Tonico Pereira como Vladmir, dono do jornal A Trombeta e maior inimigo político de Odorico, responsável por todas as denúncias na sociedade sucupirense. Nada contra o ator, que tem seus méritos, mas me cansa vê-lo em cena. Em minha modesta opinião, ele sempre constrói seus personagens da mesma forma, seja na tevê, cinema ou teatro. Não há grandes diferenças entre Vladmir e Mendonça, de A Grande Família. Exceto pela própria história de seus personagens.
A produção de O Bem Amado conta com Paula Lavigne a frente de tudo. Tanto que a trilha sonora foi toda produzida por Caetano Veloso, seu ex-marido, mas eterno parceiro de trabalho. Novas músicas e novos arranjos dão uma graça e um ritmo para a boa edição da trama. A vontade é de sair direto do cinema para comprar o CD e ficar ouvindo o jingle da candidatura de Odorico, que conta com as vozes de Thalma de Freitas e Nina Becker, musas da Orquestra Imperial.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Nordestino e com orgulho
Nem sei muito bem porque resolvi escrever estas linhas. Não sei se vale entrar na onda. Acho que vai mais como desabafo por algo que li ontem. Uma matéria no UOL falando sobre preconceito na rede contra nordestinos no país. Ainda mais com base em uma grande tragédia que assola a região: as chuvas e os alagamentos em Alagoas e Pernambuco.
Na reportagem, um grupo de pessoas que vivem em São Paulo fala sobre o medo de uma invasão nordestina na cidade, de virarem mendigos etc. Não sei se todos são paulistanos. Mas acredito que se esquecem de suas origens básicas. São Paulo foi construída com a imigração e a migração que recebeu e recebe até hoje. A cidade é o maior centro urbano do país e um dos maiores do mundo, atraindo não apenas os nordestinos.
Fico cansado com essa ladainha de pessoas que preterem outras por conta de sua origem geográfica. Isso não diz nada sobre ninguém e nem nunca vai dizer. Que esquecem em um dos “caras” da década no mundo saiu de uma cidade no interior de Pernambuco e virou presidente da nação. Não me importa se gosta ou não de sua administração, mas é um bom exemplo para falar de onde alguém pode chegar. Fora outros exemplos.
O Nordeste não é apenas sinônimo de praias e seca, além de carnaval. Há tanta riqueza naquela região. Cultura, culinária, minérios, agricultura, pecuária, pessoas. Somos um único país com 26 unidades federativas e um distrito federal. Inúmeros climas e geografias.
Nem sei se consegui transmitir isso, mas me irrita o contato, mesmo com grande distanciamento de pessoas de mentes pequenas e que não enxergam dois dedos na frente dos olhos. São essas as pessoas que vão levar o país à frente? Preconceito dessa forma é crime. Estou cansado de ver e ouvir isso. Muito mais de sentir, pois, como nordestino e vivendo no Rio de Janeiro, já fui vítima. Não só em piadinhas e comentários, pois há como diferenciar o tom. Já fui vítima em seleção de emprego, em aluguel de apartamento etc. Fatos não faltam. O que falta é vergonha na cara para as pessoas.
Sinto-me orgulhoso de minha origem. Totalmente favorável à troca cultural dos povos. Fora xenofobia.
Na reportagem, um grupo de pessoas que vivem em São Paulo fala sobre o medo de uma invasão nordestina na cidade, de virarem mendigos etc. Não sei se todos são paulistanos. Mas acredito que se esquecem de suas origens básicas. São Paulo foi construída com a imigração e a migração que recebeu e recebe até hoje. A cidade é o maior centro urbano do país e um dos maiores do mundo, atraindo não apenas os nordestinos.
Fico cansado com essa ladainha de pessoas que preterem outras por conta de sua origem geográfica. Isso não diz nada sobre ninguém e nem nunca vai dizer. Que esquecem em um dos “caras” da década no mundo saiu de uma cidade no interior de Pernambuco e virou presidente da nação. Não me importa se gosta ou não de sua administração, mas é um bom exemplo para falar de onde alguém pode chegar. Fora outros exemplos.
O Nordeste não é apenas sinônimo de praias e seca, além de carnaval. Há tanta riqueza naquela região. Cultura, culinária, minérios, agricultura, pecuária, pessoas. Somos um único país com 26 unidades federativas e um distrito federal. Inúmeros climas e geografias.
Nem sei se consegui transmitir isso, mas me irrita o contato, mesmo com grande distanciamento de pessoas de mentes pequenas e que não enxergam dois dedos na frente dos olhos. São essas as pessoas que vão levar o país à frente? Preconceito dessa forma é crime. Estou cansado de ver e ouvir isso. Muito mais de sentir, pois, como nordestino e vivendo no Rio de Janeiro, já fui vítima. Não só em piadinhas e comentários, pois há como diferenciar o tom. Já fui vítima em seleção de emprego, em aluguel de apartamento etc. Fatos não faltam. O que falta é vergonha na cara para as pessoas.
Sinto-me orgulhoso de minha origem. Totalmente favorável à troca cultural dos povos. Fora xenofobia.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Mais umas de filho do meio
Todo mundo fala sobre as características de ser primogênito, filho do meio ou caçula. Os prós e os contras de quem nasceu primeiro, por último ou entre os dois. Mas, psicólogo de mim mesmo, já vinha pensando sobre mais características além das relatadas por especialistas. Afinal, é um depoimento de um nativo. E com certas particularidades que escapam a muitos.
No auge de meus 29 anos recém-completados, sempre me analisei muito e alguns acontecimentos recentes me fizeram enxergar mais características, que em parte vejo relacionada com o fato de ser filho do meio, nascido entre um irmão quatro anos mais velho e uma irmã caçula 10 minutos mais nova. Isto mesmo, sou gêmeo bivitelino. Tudo isso fez com que eu possuísse certas características que analiso agora e que podem ser aplicadas em várias outras situações e para várias outras pessoas.
Não querer estar só – Como dividi tudo em minha vida desde o parto, sempre desejo a companhia de alguém. Primeiro dia de aula nunca foi traumatizante. Coleguinhas novos sempre vieram, mas sabia que teria a companhia de minha irmã e vice-versa. De alguma forma, isso foi fácil. Mas adulto e com atitudes bem diferentes, continuo a passar pelo dilema de fazer certas coisas sozinho. E olhe que adoro minha companhia. Passei mais de um mês viajando só. Diverti a mim mesmo, mas sempre me limitava a certos programas. Noitada nunca foi meu forte sozinho. Acho que é a síndrome do primeiro dia de aula e de ver novos rostos.
Coisas de segunda mão – Como meu irmão é o primogênito, sempre herdei suas coisas. De brinquedos a roupas. Lógico que tive meus ganhos diretos, mas a maior parte das quinquilharias, que adentraram em minha vida, foi de segunda mão. Vale até para as roupas de primo um pouco mais velho. Nunca me importei muito. Até cheguei a disputar camisas com meu irmão, de querer usar as suas coisas. Vislumbrei outro dia isso quando peguei umas roupas usadas de um amigo. Não vi e não vejo problema. Há quem não goste. Eu curto, pois sai até mais econômico. Não é pão-durice, pois compro quando necessário. Gosto de ter coisas novas. Mas não me incomodo em ter peças usadas.
Chamar a atenção – Pelo fato de estar entre um irmão mais velho e uma irmã mais nova, acredito que sempre necessitei de um pouco mais de atenção, chegando a provocar as situações. Não é a toda que eu era o mais arteiro dos primos, perdendo apenas para uma prima. O detalhe é que vivíamos juntos, sinônimo de casa destruída. Mas essa característica de chamar a atenção vem da necessidade de aparecer depois dos feitos dos irmãos. Pelo fato de ter o mesmo sexo do mais velho e o oposto da caçula, acredito que quem nasce com esta condição também passa por isso, além da herança de roupas. Necessidade de autoafirmação para ter vez e voz e nunca ficar jogado de escanteio. Porém, nunca usei isso para o mal. Sempre fui comportado (na medida do possível). Mas vejo isso de forma diferente na fase adulta. Necessito disso de alguma forma, nem que seja com um relato semelhante ao que contam em uma rodinha de amigo. Preciso me mostrar. Não de forma negativa ou intencional. Por vezes, fico me ordenando para me conter e não me expor. Depois brigo comigo por ter feito mais do que deveria. Assim por diante. Nem sempre dá para comentar tudo. Isso tem que virar meu mantra.
Total independência – É fato que os filhos do meio são mais independentes que o restante. Eles precisam se virar mais nos 30 que os outros. Até para chamar a atenção acima. Quando veem que não há escapatória e que precisam tomar as atitudes, o sentimento de independência é bem mais forte. Não há quem passe a mão na cabeça. De certa forma, você se enxerga só no mundo e tem que se virar para sobreviver. Muitos criticam meu sentimento de total independência, de não consultar ninguém. Mas isso está introjetado. E quando fica mais forte, você acaba sendo líder ou tratorando* a situação. Chega a ser engraçado, pois mesmo em minha total independência, há certas coisas que não me vejo fazendo só tão facilmente, conforme a primeira característica apresentada.
Imperativismo – Por conta da independência e da necessidade de se impor para ter vez e voz, já que escutam o primogênito e o caçula, a pessoa adquire o tom imperativo em suas falas. Pelo menos eu tenho. Não há alteração no tom da voz, mas a forma como se fala parece que se está brigando, quando não o é. Notei isso em uma conversa com uma amiga de trabalho, que disse que eu não gritasse ou brigasse com ela, que não havia motivo. E perguntei quem estava brigando com quem. Foi ai que notei o tom imperativo em minha fala. Acredito que também venha do tempo de pintar o sete, quando toda a culpa recaia sobre mim, mesmo não tendo sido eu o autor de tamanha arte. Fica como mecanismo de defesa.
Sei que venho tentando ter consciência de tudo isso em meu dia a dia para evitar constrangimentos ou uma boca grande quando participar de certas conversas. Por vezes, há má interpretação de quem escuta. Também não é justificativa para os atos. Mas pode servir como meio para a compreensão do porquê de certas coisas. Afinal, isso pode acontecer com qualquer um, mesmo com quem não seja filho do meio.
* Tratorar – gíria utilizada para designar quando alguém toma conta da situação e dita as regras ou o que vai ser feito. Não chega a ser ditadura, mas a pessoa fica com uma liderança mais extremada.
No auge de meus 29 anos recém-completados, sempre me analisei muito e alguns acontecimentos recentes me fizeram enxergar mais características, que em parte vejo relacionada com o fato de ser filho do meio, nascido entre um irmão quatro anos mais velho e uma irmã caçula 10 minutos mais nova. Isto mesmo, sou gêmeo bivitelino. Tudo isso fez com que eu possuísse certas características que analiso agora e que podem ser aplicadas em várias outras situações e para várias outras pessoas.
Não querer estar só – Como dividi tudo em minha vida desde o parto, sempre desejo a companhia de alguém. Primeiro dia de aula nunca foi traumatizante. Coleguinhas novos sempre vieram, mas sabia que teria a companhia de minha irmã e vice-versa. De alguma forma, isso foi fácil. Mas adulto e com atitudes bem diferentes, continuo a passar pelo dilema de fazer certas coisas sozinho. E olhe que adoro minha companhia. Passei mais de um mês viajando só. Diverti a mim mesmo, mas sempre me limitava a certos programas. Noitada nunca foi meu forte sozinho. Acho que é a síndrome do primeiro dia de aula e de ver novos rostos.
Coisas de segunda mão – Como meu irmão é o primogênito, sempre herdei suas coisas. De brinquedos a roupas. Lógico que tive meus ganhos diretos, mas a maior parte das quinquilharias, que adentraram em minha vida, foi de segunda mão. Vale até para as roupas de primo um pouco mais velho. Nunca me importei muito. Até cheguei a disputar camisas com meu irmão, de querer usar as suas coisas. Vislumbrei outro dia isso quando peguei umas roupas usadas de um amigo. Não vi e não vejo problema. Há quem não goste. Eu curto, pois sai até mais econômico. Não é pão-durice, pois compro quando necessário. Gosto de ter coisas novas. Mas não me incomodo em ter peças usadas.
Chamar a atenção – Pelo fato de estar entre um irmão mais velho e uma irmã mais nova, acredito que sempre necessitei de um pouco mais de atenção, chegando a provocar as situações. Não é a toda que eu era o mais arteiro dos primos, perdendo apenas para uma prima. O detalhe é que vivíamos juntos, sinônimo de casa destruída. Mas essa característica de chamar a atenção vem da necessidade de aparecer depois dos feitos dos irmãos. Pelo fato de ter o mesmo sexo do mais velho e o oposto da caçula, acredito que quem nasce com esta condição também passa por isso, além da herança de roupas. Necessidade de autoafirmação para ter vez e voz e nunca ficar jogado de escanteio. Porém, nunca usei isso para o mal. Sempre fui comportado (na medida do possível). Mas vejo isso de forma diferente na fase adulta. Necessito disso de alguma forma, nem que seja com um relato semelhante ao que contam em uma rodinha de amigo. Preciso me mostrar. Não de forma negativa ou intencional. Por vezes, fico me ordenando para me conter e não me expor. Depois brigo comigo por ter feito mais do que deveria. Assim por diante. Nem sempre dá para comentar tudo. Isso tem que virar meu mantra.
Total independência – É fato que os filhos do meio são mais independentes que o restante. Eles precisam se virar mais nos 30 que os outros. Até para chamar a atenção acima. Quando veem que não há escapatória e que precisam tomar as atitudes, o sentimento de independência é bem mais forte. Não há quem passe a mão na cabeça. De certa forma, você se enxerga só no mundo e tem que se virar para sobreviver. Muitos criticam meu sentimento de total independência, de não consultar ninguém. Mas isso está introjetado. E quando fica mais forte, você acaba sendo líder ou tratorando* a situação. Chega a ser engraçado, pois mesmo em minha total independência, há certas coisas que não me vejo fazendo só tão facilmente, conforme a primeira característica apresentada.
Imperativismo – Por conta da independência e da necessidade de se impor para ter vez e voz, já que escutam o primogênito e o caçula, a pessoa adquire o tom imperativo em suas falas. Pelo menos eu tenho. Não há alteração no tom da voz, mas a forma como se fala parece que se está brigando, quando não o é. Notei isso em uma conversa com uma amiga de trabalho, que disse que eu não gritasse ou brigasse com ela, que não havia motivo. E perguntei quem estava brigando com quem. Foi ai que notei o tom imperativo em minha fala. Acredito que também venha do tempo de pintar o sete, quando toda a culpa recaia sobre mim, mesmo não tendo sido eu o autor de tamanha arte. Fica como mecanismo de defesa.
Sei que venho tentando ter consciência de tudo isso em meu dia a dia para evitar constrangimentos ou uma boca grande quando participar de certas conversas. Por vezes, há má interpretação de quem escuta. Também não é justificativa para os atos. Mas pode servir como meio para a compreensão do porquê de certas coisas. Afinal, isso pode acontecer com qualquer um, mesmo com quem não seja filho do meio.
* Tratorar – gíria utilizada para designar quando alguém toma conta da situação e dita as regras ou o que vai ser feito. Não chega a ser ditadura, mas a pessoa fica com uma liderança mais extremada.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
O Brasil parou ...
Acredito ser um dos poucos brasileiros que não se empolga em ver jogo do Brasil na Copa do Mundo. Tanto que estou no meu computador do trabalho, escrevendo este post. Todos a mirarem a televisão e eu a ver as letras surgirem numa página do Word. Queria ver isso também em outros eventos esportivos, não somente no futebol.
Acredito que venha daí o meu desgosto com a seleção brasileira masculina de futebol. A supervalorização de algo que não mexe em nada com nossas vidas, exceto com o humor de muitos. Fora isso, não há tantos acréscimos. Sei da indústria por trás disso. Não a que exporta jogadores, mas a que garante a sobrevivência de inúmeras famílias que vivem da formalidade e da informalidade das atividades paralelas.
Olho ao meu redor e vejo apenas seis pessoas que não estão a ver o jogo. Brasil e Portugal. Vale a primeira colocação no Grupo G da Copa do Mundo da África do Sul. Todos se entendem em campo. Afinal, eles nos deram a língua portuguesa e nos fizeram a maior nação dela.
190 milhões de brasileiros contra 11 milhões de portugueses. Mais de 17 vezes mais na população. Duas nações que dependeram e que dependem ainda uma da outra. Por muito tempo, nos nossos tempos de colônia, fomos siameses. Afinal, éramos uma só unidade.
Vindo para o trabalho hoje, vi que todos estavam de verde e amarelo pelas ruas. Metro vazio, ruas esvaziadas. Ainda é sexta-feira, dia normal como outro qualquer. Mas brasileiros, que muitas vezes só enxergam o patriotismo em época de Copa, resolvem parar tudo. Quando não, tentam acompanhar de alguma forma a narração da partida.
Fiquei feliz com as Olimpíadas de Atenas, quando não houve a participação da seleção masculina de futebol e pudemos acompanhar os outros esportes. Corrigindo, quem quis acompanhar. Muitos nem se deram ao trabalho, já que não estava ali a seleção. Bom exemplo disso é que há poucos dias a Daniele Hypolito ganhou duas medalhas, sendo um ouro, em uma competição importante da Ginástica Artística e nada se viu. A mídia se focou na África. O resto é resto. Quem se importa...
Queria ver esse empenho na copa - em organizar festas, enfeitar ruas e vibrar de orgulho - em outros períodos, principalmente no eleitoral. Afinal, eleições são mais importantes que 22 jogadores correndo atrás da pelota. Este ano, está valendo o cargo máximo do país que tanto ouço reclamações, mas que ninguém se empenha em vibrar e torcer por um futuro melhor. Queria ver essa energia empregada em mudar o mundo. Será que dá?
Acredito que venha daí o meu desgosto com a seleção brasileira masculina de futebol. A supervalorização de algo que não mexe em nada com nossas vidas, exceto com o humor de muitos. Fora isso, não há tantos acréscimos. Sei da indústria por trás disso. Não a que exporta jogadores, mas a que garante a sobrevivência de inúmeras famílias que vivem da formalidade e da informalidade das atividades paralelas.
Olho ao meu redor e vejo apenas seis pessoas que não estão a ver o jogo. Brasil e Portugal. Vale a primeira colocação no Grupo G da Copa do Mundo da África do Sul. Todos se entendem em campo. Afinal, eles nos deram a língua portuguesa e nos fizeram a maior nação dela.
190 milhões de brasileiros contra 11 milhões de portugueses. Mais de 17 vezes mais na população. Duas nações que dependeram e que dependem ainda uma da outra. Por muito tempo, nos nossos tempos de colônia, fomos siameses. Afinal, éramos uma só unidade.
Vindo para o trabalho hoje, vi que todos estavam de verde e amarelo pelas ruas. Metro vazio, ruas esvaziadas. Ainda é sexta-feira, dia normal como outro qualquer. Mas brasileiros, que muitas vezes só enxergam o patriotismo em época de Copa, resolvem parar tudo. Quando não, tentam acompanhar de alguma forma a narração da partida.
Fiquei feliz com as Olimpíadas de Atenas, quando não houve a participação da seleção masculina de futebol e pudemos acompanhar os outros esportes. Corrigindo, quem quis acompanhar. Muitos nem se deram ao trabalho, já que não estava ali a seleção. Bom exemplo disso é que há poucos dias a Daniele Hypolito ganhou duas medalhas, sendo um ouro, em uma competição importante da Ginástica Artística e nada se viu. A mídia se focou na África. O resto é resto. Quem se importa...
Queria ver esse empenho na copa - em organizar festas, enfeitar ruas e vibrar de orgulho - em outros períodos, principalmente no eleitoral. Afinal, eleições são mais importantes que 22 jogadores correndo atrás da pelota. Este ano, está valendo o cargo máximo do país que tanto ouço reclamações, mas que ninguém se empenha em vibrar e torcer por um futuro melhor. Queria ver essa energia empregada em mudar o mundo. Será que dá?
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Retorno de Saturno
Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.
Vinte e Nove – Legião Urbana
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.
Vinte e Nove – Legião Urbana
As vésperas de completar um ano saturniano, que equivale a 29 anos terrestres, comecei a pensar em várias facetas da vida. Principalmente na tal crise dos 30 e que muitos dizem que chega aos 29. Isso me faz tentar entender o porquê de tantas mudanças. Sei que há ligações com à astrologia e mitologia, afinal, Saturno é o deus romano do tempo. Mas muito mais com a sociedade que nos cerca.
Em uma rápida visita ao Google e digitando palavras-chave para o que estava interessado em ver, creio pude enxergar alguns motivos que te levam a repensar, por este perídio na vida, nas coisas que se almeja. A astrologia explica que por volta dos 28-30 anos, o planeta Saturno completa toda a volta no Zodíaco, chegando ao ponto inicial de quando a pessoa nasceu. Seria um novo renascimento astral?
Acredito que muita gente repensa nas atitudes anteriormente tomadas quando chegam nesta idade não (só) por questões astrológicas, mas pelo contexto histórico-social. Quem nunca escutou um familiar (escolha o seu) falando que, quando tinha 28/29 anos, já estava casado, com filhos, casa própria? Era uma idade que se esperava a estabilidade, as definições de papéis sociais e, até mesmo, suas inversões.
Hoje, tudo é muito diferente. Ninguém mais analisa a sociedade alterada, em que há surgimentos diários de novos conceitos, de novas expectativas. O homem está (bem) diferente daquele de 20/40/60 anos atrás. Não há como comparar. Nossa sociedade modernizada preconiza novas atitudes. Era impensável um casal decidir não ter filhos nos anos 40. Hoje, é muito comum. E ninguém reclama (abertamente).
Li um artigo astrológico sobre o retorno de Saturno. Muito do que ele mencionava sobre os anseios, os desejos, as vivências, a nova sociedade te impõe mais cedo. Daqui a um tempo não será o Saturno o regente das crises pessoais e sim Mercúrio, com seu ano de 88 dias terrestres. Hoje, já aos cinco anos, as crianças são cobras com o que vão ser quando crescer não mais como uma brincadeira. Os pais já vão pensando na melhor escola que vai ajudar a passar no vestibular para a melhor faculdade. E por ai vai.
Fico feliz de ter nascido 29 anos atrás e que isso me permitiu ter uma infância. Correr na rua, subir em árvores, fazer amigos, pular corda, construir meus brinquedos, ouvir músicas infantis de qualidade. Hoje, o comportamento é diferente. A criança não quer ser mais (tão) criança. E acho que nem devemos cobrá-las por determinadas atitudes. Elas fazem parte de nossa nova sociedade, que a cada dia adquire uma nova feição.
Olho para trás e não me arrependo de nada (ou de pouca coisa). Estou feliz com as atitudes que tomei e que venho tomando, principalmente nos últimos anos. Quebrar a cara faz parte do joguete da vida. Resta-nos tirar o melhor proveito disso tudo, das boas e das más escolhas. Não sei onde vou estar daqui a cinco anos, mas sei o que devo buscar para me manter feliz. Haverá pedras neste caminho? Sempre. Mas não as temo.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
De volta ao mundo dos blogs
Depois de um logo período sem escrever, por N razões e, ao mesmo tempo, por razão alguma, eis que estou de volta. E para não ser de grandes delongas, seguem umas rapidinhas.
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Incrível como ainda consigo me assustar com os falsos pudicos e moralistas. Um amigo relatou que foi ver a peça A casa dos budas ditosos, com a Fernanda Torres e baseada no livro do João Ubaldo Ribeiro. Uma lida na sinopse ajuda, afinal, o texto da peça é forte e nada discreto. São os relatos sexuais de uma senhora. E ela não tem papas na língua. Não é que uma mulher se revolta com a peça e passa o tempo todo reclamando da pouca vergonha e mandando mensagens de textos. Acredito que ela incomodava muito mais que as performances sexuais relatadas no palco.
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Neste meio tempo de ausência, aventurei-me solitariamente pelo velho continente. Visitei as grandes cidades da parte ocidental e fui em algumas pequenas, que conservavam ainda as características medievais. Por muitas vezes, imaginava-me em um feudo. Faltava só a trilha sonora dos filmes a me pôr mais no clima. No caminho, esbarrei com gente de diversas nacionalidades e muitos brasileiros.
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A viagem teve três momentos surreais:
Medalha de Bronze – Por mudanças provocadas pelo vulcão islandês e cancelamentos de voos, sabia que estaria no mesmo período que uma amiga em Paris. Mandei mensagem e combinamos um encontro na frente da Notre Dame. Não consegui chegar no horário combinado por problemas no albergue (tive que trocar de quarto na hora em que saia para encontrá-la). Sai andando com um brasileiro que estava no mesmo hostel e, enquanto batia umas fotos no Jardim de Luxemburgo, umas duas horas depois do fracassado encontro, eis que ela adentra o jardim.
Medalha de Prata – Estava na estação de trem de Bruges, na Bélgica, e aguardava a hora do embarque. Olho para a frente e vejo uma dupla de brasileiros, que são facilmente reconhecíveis e não me pergunte como. Tive 97% de acerto de todas as vezes que falava que eram conterrâneos. Puxei assunto. Conversa vai, conversa vêm, descobri que eles são primos de uma amiga de trabalho. O detalhe é que ela tinha me passado várias dicas.
Medalha de Ouro – Nos dias em que fiquei em Amsterdam, fiz várias visitas a museus e demais atrações. Uma delas, mais precisamente a última que fiz na cidade, foi a Heineken Experience – uma vista na antiga fábrica da cervejaria. Quando você compra o ingresso, ganha dois pins para trocar por duas cervejas no bar da saída. Até ai, tudo bem. Conheci um casal de brasileiros no caminho e, quando entramos juntos no bar, dou de cara com uma amiga de trabalho. Não sabíamos que estaríamos de férias no mesmo período. O mais surreal é que sempre a encontro nas minhas incursões noturnas pela noite carioca.
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Não tem preço ver seu quadro favorito, de surpresa, em um museu que você deixou por último. Nunca procurei saber onde estava exposto. E o melhor de tudo é que a visita foi no Dia Internacional dos Museus (18 de maio), onde todos os museus são gratuitos. Para quem ficou curioso, o quadro é o Sonho causado pelo voo de uma abelha ao redor de uma romã um segundo antes do despertar, do Salvador Dalí. Ele está exposto no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid.
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Mudando de assunto e deixando uma pergunta no ar. Na guerra do sexos, que sempre se acentua em época de Copa do Mundo, luta-se pela igualdade. Eu acredito em direitos iguais para todos, independente de cor, sexo, religião, orientação sexual ... Enfim, o que quero saber é que sempre se fala de igualdade em discursos, se usa todos e todas para saudações, mas quando se fala de participação social de todo mundo, ninguém questiona o termo atores sociais? Não seria politicamente correto falar atores e atrizes sociais? Creio que se perde tempo com essas picuinhas da língua portuguesa (em suas regras de concordância, independente se soam machistas) e não se foca no assunto em si, na igualdade de gênero.
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Incrível como ainda consigo me assustar com os falsos pudicos e moralistas. Um amigo relatou que foi ver a peça A casa dos budas ditosos, com a Fernanda Torres e baseada no livro do João Ubaldo Ribeiro. Uma lida na sinopse ajuda, afinal, o texto da peça é forte e nada discreto. São os relatos sexuais de uma senhora. E ela não tem papas na língua. Não é que uma mulher se revolta com a peça e passa o tempo todo reclamando da pouca vergonha e mandando mensagens de textos. Acredito que ela incomodava muito mais que as performances sexuais relatadas no palco.
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Neste meio tempo de ausência, aventurei-me solitariamente pelo velho continente. Visitei as grandes cidades da parte ocidental e fui em algumas pequenas, que conservavam ainda as características medievais. Por muitas vezes, imaginava-me em um feudo. Faltava só a trilha sonora dos filmes a me pôr mais no clima. No caminho, esbarrei com gente de diversas nacionalidades e muitos brasileiros.
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A viagem teve três momentos surreais:
Medalha de Bronze – Por mudanças provocadas pelo vulcão islandês e cancelamentos de voos, sabia que estaria no mesmo período que uma amiga em Paris. Mandei mensagem e combinamos um encontro na frente da Notre Dame. Não consegui chegar no horário combinado por problemas no albergue (tive que trocar de quarto na hora em que saia para encontrá-la). Sai andando com um brasileiro que estava no mesmo hostel e, enquanto batia umas fotos no Jardim de Luxemburgo, umas duas horas depois do fracassado encontro, eis que ela adentra o jardim.
Medalha de Prata – Estava na estação de trem de Bruges, na Bélgica, e aguardava a hora do embarque. Olho para a frente e vejo uma dupla de brasileiros, que são facilmente reconhecíveis e não me pergunte como. Tive 97% de acerto de todas as vezes que falava que eram conterrâneos. Puxei assunto. Conversa vai, conversa vêm, descobri que eles são primos de uma amiga de trabalho. O detalhe é que ela tinha me passado várias dicas.
Medalha de Ouro – Nos dias em que fiquei em Amsterdam, fiz várias visitas a museus e demais atrações. Uma delas, mais precisamente a última que fiz na cidade, foi a Heineken Experience – uma vista na antiga fábrica da cervejaria. Quando você compra o ingresso, ganha dois pins para trocar por duas cervejas no bar da saída. Até ai, tudo bem. Conheci um casal de brasileiros no caminho e, quando entramos juntos no bar, dou de cara com uma amiga de trabalho. Não sabíamos que estaríamos de férias no mesmo período. O mais surreal é que sempre a encontro nas minhas incursões noturnas pela noite carioca.
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Não tem preço ver seu quadro favorito, de surpresa, em um museu que você deixou por último. Nunca procurei saber onde estava exposto. E o melhor de tudo é que a visita foi no Dia Internacional dos Museus (18 de maio), onde todos os museus são gratuitos. Para quem ficou curioso, o quadro é o Sonho causado pelo voo de uma abelha ao redor de uma romã um segundo antes do despertar, do Salvador Dalí. Ele está exposto no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid.
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Mudando de assunto e deixando uma pergunta no ar. Na guerra do sexos, que sempre se acentua em época de Copa do Mundo, luta-se pela igualdade. Eu acredito em direitos iguais para todos, independente de cor, sexo, religião, orientação sexual ... Enfim, o que quero saber é que sempre se fala de igualdade em discursos, se usa todos e todas para saudações, mas quando se fala de participação social de todo mundo, ninguém questiona o termo atores sociais? Não seria politicamente correto falar atores e atrizes sociais? Creio que se perde tempo com essas picuinhas da língua portuguesa (em suas regras de concordância, independente se soam machistas) e não se foca no assunto em si, na igualdade de gênero.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Saga de um futuro peregrino
Vida dura. Planejar férias, comprar o material necessário, reservar albergues, escolher os trajetos mais baratos e fazer tudo isso via internet. Muito fácil. Nada. Há um limbo (que o papa disse que não existe mais) entre a compra/reserva e o bilhete/confirmação.
Faz uma semana que tento comprar um passe de trem. O mesmo erro. O mesmo problema. Já fiz de um tudo para resolver o problema. Pior, não rola comprar em outro lugar, pois a promoção é pela internet. Sabe como é, tarifa web e liso no teclado.
Pior de tudo, não está adiantando muito ser meticuloso, planejado. Já fiz vários cálculos de tempo de deslocamento e tal. Fiquei imaginando como seria fazer isso anos atrás, quando a internet não era acessível a todos e em todos os lugares. Desvendar os lugares, correr atrás de recomendações, fazer tudo por agências de viagem.
O São Google já me ajudou em várias coisas. Inclusive na escolha do onde ficar. Acho digno quando começo a digitar e ele já vai tentando adivinhar o que estou querendo. Às vezes, ele erra. Mas ele não é perfeito. Nem quero. Vai que na imperfeição eu encontro o que realmente estou a desejar. Milagres do Google.
Mas a solução para alguns dos problemas, sejam estes relatados, sejam outros, é apelar para os amigos. Melhor amigo na praça que dinheiro no caixa. Se bem que a boa combinação de amigos e dinheiro é melhor, hehehe. Troca-se e-mail daqui, troca-se e-mail dali e vamos resolvendo as coisas.
Depois, tentarei fazer um relato da peregrinação. Mostrar fotos e os relatos dos pés calejados, do sorriso no rosto e do bolso sofrido. Férias, venham logo.
Agradecimentos especiais à trilha sonora de 500 dias com ela (resenha já publicada aqui). Todas as músicas foram inspiração para o dia de hoje e para este post. Afinal, this is a story of a boy ...
Faz uma semana que tento comprar um passe de trem. O mesmo erro. O mesmo problema. Já fiz de um tudo para resolver o problema. Pior, não rola comprar em outro lugar, pois a promoção é pela internet. Sabe como é, tarifa web e liso no teclado.
Pior de tudo, não está adiantando muito ser meticuloso, planejado. Já fiz vários cálculos de tempo de deslocamento e tal. Fiquei imaginando como seria fazer isso anos atrás, quando a internet não era acessível a todos e em todos os lugares. Desvendar os lugares, correr atrás de recomendações, fazer tudo por agências de viagem.
O São Google já me ajudou em várias coisas. Inclusive na escolha do onde ficar. Acho digno quando começo a digitar e ele já vai tentando adivinhar o que estou querendo. Às vezes, ele erra. Mas ele não é perfeito. Nem quero. Vai que na imperfeição eu encontro o que realmente estou a desejar. Milagres do Google.
Mas a solução para alguns dos problemas, sejam estes relatados, sejam outros, é apelar para os amigos. Melhor amigo na praça que dinheiro no caixa. Se bem que a boa combinação de amigos e dinheiro é melhor, hehehe. Troca-se e-mail daqui, troca-se e-mail dali e vamos resolvendo as coisas.
Depois, tentarei fazer um relato da peregrinação. Mostrar fotos e os relatos dos pés calejados, do sorriso no rosto e do bolso sofrido. Férias, venham logo.
Agradecimentos especiais à trilha sonora de 500 dias com ela (resenha já publicada aqui). Todas as músicas foram inspiração para o dia de hoje e para este post. Afinal, this is a story of a boy ...
segunda-feira, 8 de março de 2010
Paixão Bidimensional
Já faz um tempo que noto a inversão de determinados valores nos seres humanos. Hoje, ao ler notícias na internet, uma me chamou a atenção e serviu de inspiração: um sul-coreano casou-se com um travesseiro. Cada louco com sua mania, mas a forma como as pessoas têm mergulhado no mundo virtual e bidimensional, isso tem ficado cada vez mais estranho.
Na semana passada, um casal de sul-coreanos deixou a filha morrer de inanição por ficarem mais tempo cuidando de uma filha tamagochi que da verdadeira, da que saiu do ventre da mãe. Pergunto-me: até onde seremos capazes de chegar a evitar o contato direto com outros seres humanos?
Há diversas pessoas que se conhecem pessoalmente, mas só conseguem uma boa relação no meio virtual, onde o papo flui mais fácil por não estarem cara a cara. Eu não dispenso um olho no olho. Nada como uma boa conversa cara a cara, com possibilidade de toque, de troca de olhar, de percepção da entonação da voz, da postura. Não que eu tenha estudado milimetricamente o livro O corpo fala, mas são elementos que te ajudam a compreender o outro e a si mesmo.
No Japão, há um movimento para que se reconheça o casamento com personagens de anime. Além de estranho, o mesmo anime vai ter inúmeros parceiros e não têm a possibilidade de se negar a casar com quem o (a) pediu em casamento. Viva a poligamia, né?
A cada dia que passa, as relações interpessoais estão cada vez mais esparsas, com o distanciamento físico crescente. E muitos dos relacionamentos virtuais ainda são com personagens que criamos para a autodefesa. Não que não façamos isso no mundo real, mas é mais difícil esconder certas questões. Maníaco há em todo lugar. Ninguém sabe se há um psicopata sentado ao seu lado no ônibus (caso do carioca morto na última semana por causa da janela aberta).
Assusta-me saber que as relações interpessoais estão cada vez mais desgastadas e que a humanidade tem recorrido cada vez mais ao universo virtual para (sobre)viver. Já, já estaremos sobrevivendo em uma Matrix, onde todas as sensações serão falsas e, mesmo assim, ficaremos felizes por isso. Será que o mundo lá fora está tão ruim que não valha a pena estender a mão ao outro? Será que ficaremos presos aos nossos travesseiros?
Na semana passada, um casal de sul-coreanos deixou a filha morrer de inanição por ficarem mais tempo cuidando de uma filha tamagochi que da verdadeira, da que saiu do ventre da mãe. Pergunto-me: até onde seremos capazes de chegar a evitar o contato direto com outros seres humanos?
Há diversas pessoas que se conhecem pessoalmente, mas só conseguem uma boa relação no meio virtual, onde o papo flui mais fácil por não estarem cara a cara. Eu não dispenso um olho no olho. Nada como uma boa conversa cara a cara, com possibilidade de toque, de troca de olhar, de percepção da entonação da voz, da postura. Não que eu tenha estudado milimetricamente o livro O corpo fala, mas são elementos que te ajudam a compreender o outro e a si mesmo.
No Japão, há um movimento para que se reconheça o casamento com personagens de anime. Além de estranho, o mesmo anime vai ter inúmeros parceiros e não têm a possibilidade de se negar a casar com quem o (a) pediu em casamento. Viva a poligamia, né?
A cada dia que passa, as relações interpessoais estão cada vez mais esparsas, com o distanciamento físico crescente. E muitos dos relacionamentos virtuais ainda são com personagens que criamos para a autodefesa. Não que não façamos isso no mundo real, mas é mais difícil esconder certas questões. Maníaco há em todo lugar. Ninguém sabe se há um psicopata sentado ao seu lado no ônibus (caso do carioca morto na última semana por causa da janela aberta).
Assusta-me saber que as relações interpessoais estão cada vez mais desgastadas e que a humanidade tem recorrido cada vez mais ao universo virtual para (sobre)viver. Já, já estaremos sobrevivendo em uma Matrix, onde todas as sensações serão falsas e, mesmo assim, ficaremos felizes por isso. Será que o mundo lá fora está tão ruim que não valha a pena estender a mão ao outro? Será que ficaremos presos aos nossos travesseiros?
segunda-feira, 1 de março de 2010
Sob chuva de borboletas
Outro dia, levando parentes para conhecer pontos turísticos aqui do Rio de Janeiro, fui (mais uma vez) ao Museu da República, no Palácio do Catete – antiga moradia dos presidentes do Brasil, antes do Palácio da Alvorada, em Brasília. Nos jardins do Palácio, há uma exposição sobre insetos, com representações gigantes de alguns e com um borboletário. Imaginei que entraria em um ambiente com diversas borboletas sobrevoando e brincando sobre nossas cabeças. Não foi assim. A maioria ficava pousada sobre as plantas e as telas e, devido ao grande fluxo de pessoas, muitas tinham as asas machucadas. Conseguíamos até tocá-las e colocá-las em nossos dedos (com ou sem açúcar – um atrativo).
Mas não poderia imaginar o que seria estar no meio de uma revoada de borboletas, até ontem. Sob uma chuva fina e constante, dirigi-me para a Praça da Apoteose, onde teria o meu segundo reencontro com a minha banda favorita. Após uma espera de algumas horas e já no fim do show, ao som de Lovers in Japan, o Coldplay surpreendeu a todos com milhares de borboletas de sobrevoando nossas cabeças. Foram quatro “chuvas” de papel colorido durante os quatro minutos de música. A última delas, fluorescente, com as luzes apagadas e canhões de luz negra a fazer brilhar a noite sobre nossas cabeças.
O que dizer do show? Apoteótico. Nenhuma palavra resumiria a sensação de ter sido mais um a ouvir o som, ao vivo, da banda inglesa de sucesso mundial, composta por Chris Martin, Jonny Buckland, Guy Berryman e Will Champion. Tanto que para escrever estas palavras, tive que ouvir as músicas para aumentar a inspiração. No momento, escuto Vi La Vida, música do último CD e com a qual a banda iniciou a divulgação do mesmo. OOOOh ooh ooooh.....
A abertura ficou pela Vangart, um banda do Mato Grosso, que tocou meia hora para um público que não prestou muita atenção neles. Fui um deles. Mas o som apresentado não era convidativo. Oposto da segunda banda, a inglesa Bat For Lashes. Com uma aparência física da Lily Allen e com uma voz estilo Björk, Natasha Khan encantou a quem quis se encantar. Muitos comentavam sobre a voz dela, sua bela performance em solo carioca, sua desenvoltura, seu sotaque. Enfim, foi muito do que eu esperava e me fez ficar mais atento e curioso ao seu som. Quero mais. Quero um exclusivo dela no Brasil, como o Franz Ferdinand fez ao abrir o show do U2, em 2006, e acabou tocando no Circo Voador.
O grande evento começou com 30 minutos de atraso, acredito eu que pela chuva que caiu após o show do B4L. Aos primeiros acordes de Life in Technicolor, todos na Apoteose entraram em catarse. O hipnotismo pelo palco e suas bolas coloridas. Mas não há como mencionar o que houve minutos antes, quando começou o trecho mais famoso de Lago dos Cisnes e todos a balançar as mãos e bater palmas e as grandes bolas que enfeitavam a Praça a começaram a acender e a fazer a contagem regressiva para o show.
Logo vieram os grandes sucessos na voz de Martin: Life in Technicolor, Violet hill, Clocks, In my place, Yellow (com o palco claro e bolas de encher gigantes a percorrer a platéia), Glass of water, Cemeteries of London, Fix you (sem sua luz), Strawberry swing, God put a smile upon your face / Talk (versão acústica e conjunta), The hardest part (sem a Barbara), Postcards from far away, Viva la vida, Lost, SHIVER (numa versão acústica, próxima ao público da pista comum, num palco adicional e que mais uma vez eu estava perto deles – afinal, é a minha música favorita), Death will never conquer (cantada pelo baterista Will Champion), Don Quixote (música nova), Politik, Lovers in Japan (chuva de borboletas), Death and all his friends, The scientist, Life in technicolor II (as duas últimas no Bis). Foram 22 músicas. Faltaram várias outras, mas senti falta mais de Trouble (como assim Bial??) e de Speed of Sound. Mas isso não desmereceu, em um minuto sequer, o show.
De lá, sai realizado, cansado, satisfeito, molhado, com sede, rouco. Mas, infelizmente, carreguei e carrego um sentimento: arrependimento de não ter investido na área VIP. Vou carregar isso por mais tempo. Meu consolo foi o show de 2007, em São Paulo, quando consegui encostar no palco, tocar na mão do Chris Martin, participar do coro pedindo Shiver, ouvir minha música favorita a menos de dois metros dele e pegar o setlist do show.
Não há como comparar os shows, mas há como dizer isso: NÃO FOI? PERDEU!!!!
PS: O vontade de refazer tudo isso e consertar certas coisas amanhã no Morumbi.
Mas não poderia imaginar o que seria estar no meio de uma revoada de borboletas, até ontem. Sob uma chuva fina e constante, dirigi-me para a Praça da Apoteose, onde teria o meu segundo reencontro com a minha banda favorita. Após uma espera de algumas horas e já no fim do show, ao som de Lovers in Japan, o Coldplay surpreendeu a todos com milhares de borboletas de sobrevoando nossas cabeças. Foram quatro “chuvas” de papel colorido durante os quatro minutos de música. A última delas, fluorescente, com as luzes apagadas e canhões de luz negra a fazer brilhar a noite sobre nossas cabeças.
O que dizer do show? Apoteótico. Nenhuma palavra resumiria a sensação de ter sido mais um a ouvir o som, ao vivo, da banda inglesa de sucesso mundial, composta por Chris Martin, Jonny Buckland, Guy Berryman e Will Champion. Tanto que para escrever estas palavras, tive que ouvir as músicas para aumentar a inspiração. No momento, escuto Vi La Vida, música do último CD e com a qual a banda iniciou a divulgação do mesmo. OOOOh ooh ooooh.....
A abertura ficou pela Vangart, um banda do Mato Grosso, que tocou meia hora para um público que não prestou muita atenção neles. Fui um deles. Mas o som apresentado não era convidativo. Oposto da segunda banda, a inglesa Bat For Lashes. Com uma aparência física da Lily Allen e com uma voz estilo Björk, Natasha Khan encantou a quem quis se encantar. Muitos comentavam sobre a voz dela, sua bela performance em solo carioca, sua desenvoltura, seu sotaque. Enfim, foi muito do que eu esperava e me fez ficar mais atento e curioso ao seu som. Quero mais. Quero um exclusivo dela no Brasil, como o Franz Ferdinand fez ao abrir o show do U2, em 2006, e acabou tocando no Circo Voador.
O grande evento começou com 30 minutos de atraso, acredito eu que pela chuva que caiu após o show do B4L. Aos primeiros acordes de Life in Technicolor, todos na Apoteose entraram em catarse. O hipnotismo pelo palco e suas bolas coloridas. Mas não há como mencionar o que houve minutos antes, quando começou o trecho mais famoso de Lago dos Cisnes e todos a balançar as mãos e bater palmas e as grandes bolas que enfeitavam a Praça a começaram a acender e a fazer a contagem regressiva para o show.
Logo vieram os grandes sucessos na voz de Martin: Life in Technicolor, Violet hill, Clocks, In my place, Yellow (com o palco claro e bolas de encher gigantes a percorrer a platéia), Glass of water, Cemeteries of London, Fix you (sem sua luz), Strawberry swing, God put a smile upon your face / Talk (versão acústica e conjunta), The hardest part (sem a Barbara), Postcards from far away, Viva la vida, Lost, SHIVER (numa versão acústica, próxima ao público da pista comum, num palco adicional e que mais uma vez eu estava perto deles – afinal, é a minha música favorita), Death will never conquer (cantada pelo baterista Will Champion), Don Quixote (música nova), Politik, Lovers in Japan (chuva de borboletas), Death and all his friends, The scientist, Life in technicolor II (as duas últimas no Bis). Foram 22 músicas. Faltaram várias outras, mas senti falta mais de Trouble (como assim Bial??) e de Speed of Sound. Mas isso não desmereceu, em um minuto sequer, o show.
De lá, sai realizado, cansado, satisfeito, molhado, com sede, rouco. Mas, infelizmente, carreguei e carrego um sentimento: arrependimento de não ter investido na área VIP. Vou carregar isso por mais tempo. Meu consolo foi o show de 2007, em São Paulo, quando consegui encostar no palco, tocar na mão do Chris Martin, participar do coro pedindo Shiver, ouvir minha música favorita a menos de dois metros dele e pegar o setlist do show.
Não há como comparar os shows, mas há como dizer isso: NÃO FOI? PERDEU!!!!
PS: O vontade de refazer tudo isso e consertar certas coisas amanhã no Morumbi.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Saudades ...
Saudade de ouvir a frase “Gente, hilário!” na voz doce de uma grande amiga.
Saudade de sentar na grama e tomar chimarrão com os amigos.
Saudade de falar espanhol com amigos latinos em uma fila de canadenses.
Saudade de caminhar pelas ruas de Toronto.
Saudade de tomar banho de chuva no jardim da casa dos meus pais.
Saudade de dormir até tarde em um quarto totalmente escuro.
Saudade de tomar banho de rio perto do sítio de uma tia.
Saudade de comer cajá, pitanga, pitomba e seriguela.
Saudade de fazer guerra de travesseiros com uma prima querida.
Saudade de fazer rodinha de violão na casa dos amigos.
Saudade de contar piadas infames com os amigos da faculdade.
Saudade de dormir de rede.
Saudade de desvendar o Maciço de Baturité.
Saudade de jogar carimba (queimada) depois da escola.
Saudade de andar de charrete no interior de Quixadá.
Saudade de ter os dedos dos pés estalados por minha avó.
Saudade de caminhar por uma praia deserta, mas bem conhecida.
Saudade de assistir o Silvio Santos aos domingos junto de minha mãe.
Saudade das músicas de ninar.
Saudade de ouvir a palavra Padrinho.
Saudade de comer cocada quente e fresquinha.
Saudade de brincar na rua até a hora de ir para a cama.
Saudade de tomar banho de rio enquanto meu pai desatolava o carro na volta da fazenda do meu avô.
Saudade de imitar o Trem da Alegria com meus primos.
Saudade de fazer danação junto com meus irmãos.
Saudade do tempo onde tinha apenas a responsabilidade de fazer o dever de casa.
Saudade de sentar na grama e tomar chimarrão com os amigos.
Saudade de falar espanhol com amigos latinos em uma fila de canadenses.
Saudade de caminhar pelas ruas de Toronto.
Saudade de tomar banho de chuva no jardim da casa dos meus pais.
Saudade de dormir até tarde em um quarto totalmente escuro.
Saudade de tomar banho de rio perto do sítio de uma tia.
Saudade de comer cajá, pitanga, pitomba e seriguela.
Saudade de fazer guerra de travesseiros com uma prima querida.
Saudade de fazer rodinha de violão na casa dos amigos.
Saudade de contar piadas infames com os amigos da faculdade.
Saudade de dormir de rede.
Saudade de desvendar o Maciço de Baturité.
Saudade de jogar carimba (queimada) depois da escola.
Saudade de andar de charrete no interior de Quixadá.
Saudade de ter os dedos dos pés estalados por minha avó.
Saudade de caminhar por uma praia deserta, mas bem conhecida.
Saudade de assistir o Silvio Santos aos domingos junto de minha mãe.
Saudade das músicas de ninar.
Saudade de ouvir a palavra Padrinho.
Saudade de comer cocada quente e fresquinha.
Saudade de brincar na rua até a hora de ir para a cama.
Saudade de tomar banho de rio enquanto meu pai desatolava o carro na volta da fazenda do meu avô.
Saudade de imitar o Trem da Alegria com meus primos.
Saudade de fazer danação junto com meus irmãos.
Saudade do tempo onde tinha apenas a responsabilidade de fazer o dever de casa.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Textículos
Após um momento de ausência, uma aparição. Espero que não rápida. Como o tempo passou e as idéias também, resolvi escrever pílulas de sabedoria (ou não). Somente textos curtos sobre o que vi.
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Domingo tem o show mais esperado do ano. Pelo menos para mim. A Apoteose, aqui no Rio de Janeiro, vai deixar o samba de lado e receber o Coldplay. Mais uma vez estarei perto de minha banda favorita. Pena que não tão perto quanto nosso último encontro, quando consegui encostar no palco e pegar na mão do Chris Martin. Não se preocupem. Não sou fã exagerado, pois lavei as mãos. O motivo de não chegar perto este ano é o alto valor da pista VIP e que não haverá apenas seguranças separando a parte pobre da rica. Mas quem sabe eu pularei uma grade.
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Estou fraco de cinema. Depois de Julie & Julia, cuja resenha foi postada mais abaixo, vi mais dois filmes: Avatar, do James Cameron, e Lobisomen, com o Benício Del Toro. Sei que perdi o time da resenha para ambos. Mas queria registrar que Avatar é sim um grande filme e uma mega produção. Há boas interpretações, um roteiro bem legal e uma mensagem de salve a Terra, apesar de só haver duas referências ao nosso planeta. O que achei mais legal é que vi em Avatar o descobrimento da América pelo homem europeu. Vi em alguns personagens a ganância de Hernán Cortez. Engraçado foi receber depois um e-mail dizendo que o roteiro do filme é o mesmo de Pocahontas e ver que existe nexo em tudo, trocando apenas alguns detalhes. Ah, e a graça de ver em 3D é pela profundidade e pelo colorido. Não vi grande coisa, como em certos desenhos em que a atmosfera do 3D te envolvia.
Já Lobisomen é um bom divertimento. Foi legal ver a Emily Blunt em um filme de época e com um visual bem diferente do O Diabo Veste Prada.
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Uma coisa bem engraçada que vi na internet nos últimos dias foi uma regravação da música Apaixonado, da Aline Barros, por um travesti. A filmagem é tosca, a edição é tosca e a idéia é tosca. Vai ver por isso que saiu engraçado.
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O Carnaval 2010 no Rio foi incrível. Fui em menos blocos que o previsto, mas a qualidade imposta foi grande. Em alguns, aproveitei até a última gota. O mais sensacional de todos foi o Cordão do Boitatá, que reuniu um milhão de pessoas na Praça XV, em um domingo escaldante de calor subsaariano. Todos brincando, cantando, pulando e frevando. Agradecimento em especial para os que levaram pistola d’água e não tiveram medo de atirar nos outros.
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Após mais de um mês de calor escaldante e termômetros de rua marcando 47°, 48°, o Rio amanheceu em baixo de chuva e com temperatura mais suportável. Nos 30º, rola até usar um casaco, se compararmos com a semana passada. Valeu São Pedro.
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Ainda há tanto o que escrever. Mas fica para uma próxima. No momento, só continuo a sorrir.
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Domingo tem o show mais esperado do ano. Pelo menos para mim. A Apoteose, aqui no Rio de Janeiro, vai deixar o samba de lado e receber o Coldplay. Mais uma vez estarei perto de minha banda favorita. Pena que não tão perto quanto nosso último encontro, quando consegui encostar no palco e pegar na mão do Chris Martin. Não se preocupem. Não sou fã exagerado, pois lavei as mãos. O motivo de não chegar perto este ano é o alto valor da pista VIP e que não haverá apenas seguranças separando a parte pobre da rica. Mas quem sabe eu pularei uma grade.
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Estou fraco de cinema. Depois de Julie & Julia, cuja resenha foi postada mais abaixo, vi mais dois filmes: Avatar, do James Cameron, e Lobisomen, com o Benício Del Toro. Sei que perdi o time da resenha para ambos. Mas queria registrar que Avatar é sim um grande filme e uma mega produção. Há boas interpretações, um roteiro bem legal e uma mensagem de salve a Terra, apesar de só haver duas referências ao nosso planeta. O que achei mais legal é que vi em Avatar o descobrimento da América pelo homem europeu. Vi em alguns personagens a ganância de Hernán Cortez. Engraçado foi receber depois um e-mail dizendo que o roteiro do filme é o mesmo de Pocahontas e ver que existe nexo em tudo, trocando apenas alguns detalhes. Ah, e a graça de ver em 3D é pela profundidade e pelo colorido. Não vi grande coisa, como em certos desenhos em que a atmosfera do 3D te envolvia.
Já Lobisomen é um bom divertimento. Foi legal ver a Emily Blunt em um filme de época e com um visual bem diferente do O Diabo Veste Prada.
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Uma coisa bem engraçada que vi na internet nos últimos dias foi uma regravação da música Apaixonado, da Aline Barros, por um travesti. A filmagem é tosca, a edição é tosca e a idéia é tosca. Vai ver por isso que saiu engraçado.
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O Carnaval 2010 no Rio foi incrível. Fui em menos blocos que o previsto, mas a qualidade imposta foi grande. Em alguns, aproveitei até a última gota. O mais sensacional de todos foi o Cordão do Boitatá, que reuniu um milhão de pessoas na Praça XV, em um domingo escaldante de calor subsaariano. Todos brincando, cantando, pulando e frevando. Agradecimento em especial para os que levaram pistola d’água e não tiveram medo de atirar nos outros.
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Após mais de um mês de calor escaldante e termômetros de rua marcando 47°, 48°, o Rio amanheceu em baixo de chuva e com temperatura mais suportável. Nos 30º, rola até usar um casaco, se compararmos com a semana passada. Valeu São Pedro.
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Ainda há tanto o que escrever. Mas fica para uma próxima. No momento, só continuo a sorrir.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Parar sentir o cheiro e salivar
Na última sexta, dia 15, uma chuva inundou o Rio. Foi muita água caindo do céu e molhando os transeuntes. Choveu até pelo guarda-chuva, que de nada adiantou. E como quem está na chuva é para se molhar, molhado ficamos em mais um réveillon dos Escravos da Mauá. No começo, com uma espécie de garoa que cobria o Largo de São Francisco da Prainha, a animação do pessoal manteve o bom clima de carnaval. Mas a medida que os pingos resolviam engrossar, foi mais uma debandada para onde molhava menos. Inclusive o próprio Grupo Eu Canto o Sabiá teve que suspender as atividades.
Ainda assim, o cavaleiro errante marchou solitariamente rumo à Lapa, onde encontraria com os bobos da corte para mais uma noite de menestréis e coringas. Só não esperava encontrar tudo o que chovia acumulado sobre o asfalto, a fazer ondas e encharcar os calcanhares. Mas, atrevido como sempre foi, tentou chegar ao ponto da festança. Olhou e decidiu se render a não sair em uma noite de sábado, buscando o conforto e o aquecimento de um quarto confortável e de onde não quis sair.
Ele só não esperou ser derrotado, horas depois, por seu arquiinimigo, Morfeu, que com um golpe forte e rápido, o derrubou em seu leito e o manteve imobilizado por mais de 12 horas. Das tentativas de fugir da opressão inimiga, sentiu-se perdido e não dizia nada com nada. Estava embriagado por algo que não o derrubava fácil, o sono.
Recuperado após sua derrota na véspera, rumou em direção ao mar, mas não houve tempo de zarpar. Haviam afundado as chances de navegar em águas calmas e de buscar a fênix que se esconde na pedra doce que observa diariamente de sua janela. Partiu dali para novos campos, com sua tropa, e acabou por escolher um ambiente escuro e frio para passar mais uma tarde quente de verão, longe do calor escaldante das tardes de céu azul.
Escolheu algo leve e descontraído e foi direto em algo que fez o ambiente cheirar a alecrim e a manjericão. Julie o levou a conhecer Julia, mulher de voz engraçada, com falsetes a todo o momento, que o lembrava de sua professora de inglês de um passado distante, mas que o sotaque americano diferenciava do que seus ouvidos memorizaram.
Ao ver Julie & Julia, filme que deu um Globo de Ouro a Meryl Streep, por sua interpretação da famosa Julia Child, ele sentiu-se bem. Ficou tão envolvido com o filme que conseguiu sentir o cheiro da comida invadir a pequena sala de cinema, onde uma emocionada senhora sentada ao seu lado não parava de chorar. Chegou a salivar com um pão que surgiu na tela. Sentiu fome naquele momento.
Leve como um suspiro, o filme traz a história verídica de Julie Powell, uma jornalista perdida no mundo burocrático do governo norte-americano após o trágico 11 de setembro. Sem saber o que fazer, ela decide criar um blog onde contaria suas experiências ao preparar as 543 receitas do livro de culinária de Julia Child, uma americana desengonçada que passou por situação semelhante, de querer se encontrar no mundo enquanto vivia na Paris da década de 60.
Como Julia adorava comer, decidiu fazer um curso de gastronomia na melhor escola francesa. Desacreditada, ela encontrou a motivação que precisava e, com a ajuda de três amigas, escreveu e publicou um dos livros mais famosos da culinária norte-americana, adaptando as grandes receitas para as mulheres que não possuíam cozinheiras. Julie, que sempre gostou de cozinhar e era fã de Julia, resolve dar vidas às receitas em 365 dias, relatando tudo em seu blog.
As cômicas situações são costuradas de uma forma que Julia e Julie continuam as piadas e os momentos da outra. Detalhe, elas nunca se encontram, mas o roteiro consegue fazer com que haja uma continuidade das ações iniciadas por uma e terminadas pela outra. Um intenso e continuo ir e vir ao passado. Isso que dá graça e deixa o filme no ponto de consumir.
Gostaria de destacar mais uma parceria da dupla Meryl Streep e Amy Adams, que interpreta Julie. Tudo bem que elas não contracenam, mas gostei de vê-las novamente em um grande filme. O outro foi Dúvida, na qual Meryl interpretou a severa irmã Beauvier, e Amy a inocente irmã James. Não poderia ficar de fora a boa atuação de Stanley Tucci, que representa o marido de Julia e que já contracenou com Meryl em O Diabo Veste Prada.
E, para não fugir da regra, é praxe deste falar sobre a trilha sonora. Mas vou tecer apenas um comentário sobre a mesma. Foi muito bem casada a música Psycho Killer, do Taking Heads, com a cena em que Julie surta na cozinha quando vai cozinhar lagostas vivas. A música potencializou o aspecto cômico da voz na cabeça de Julia: assassina de lagosta!
PS: Uma dúvida além-filme: Amy Adams poderia ser irmã de Nicole Kidman?
Ainda assim, o cavaleiro errante marchou solitariamente rumo à Lapa, onde encontraria com os bobos da corte para mais uma noite de menestréis e coringas. Só não esperava encontrar tudo o que chovia acumulado sobre o asfalto, a fazer ondas e encharcar os calcanhares. Mas, atrevido como sempre foi, tentou chegar ao ponto da festança. Olhou e decidiu se render a não sair em uma noite de sábado, buscando o conforto e o aquecimento de um quarto confortável e de onde não quis sair.
Ele só não esperou ser derrotado, horas depois, por seu arquiinimigo, Morfeu, que com um golpe forte e rápido, o derrubou em seu leito e o manteve imobilizado por mais de 12 horas. Das tentativas de fugir da opressão inimiga, sentiu-se perdido e não dizia nada com nada. Estava embriagado por algo que não o derrubava fácil, o sono.
Recuperado após sua derrota na véspera, rumou em direção ao mar, mas não houve tempo de zarpar. Haviam afundado as chances de navegar em águas calmas e de buscar a fênix que se esconde na pedra doce que observa diariamente de sua janela. Partiu dali para novos campos, com sua tropa, e acabou por escolher um ambiente escuro e frio para passar mais uma tarde quente de verão, longe do calor escaldante das tardes de céu azul.
Escolheu algo leve e descontraído e foi direto em algo que fez o ambiente cheirar a alecrim e a manjericão. Julie o levou a conhecer Julia, mulher de voz engraçada, com falsetes a todo o momento, que o lembrava de sua professora de inglês de um passado distante, mas que o sotaque americano diferenciava do que seus ouvidos memorizaram.
Ao ver Julie & Julia, filme que deu um Globo de Ouro a Meryl Streep, por sua interpretação da famosa Julia Child, ele sentiu-se bem. Ficou tão envolvido com o filme que conseguiu sentir o cheiro da comida invadir a pequena sala de cinema, onde uma emocionada senhora sentada ao seu lado não parava de chorar. Chegou a salivar com um pão que surgiu na tela. Sentiu fome naquele momento.
Leve como um suspiro, o filme traz a história verídica de Julie Powell, uma jornalista perdida no mundo burocrático do governo norte-americano após o trágico 11 de setembro. Sem saber o que fazer, ela decide criar um blog onde contaria suas experiências ao preparar as 543 receitas do livro de culinária de Julia Child, uma americana desengonçada que passou por situação semelhante, de querer se encontrar no mundo enquanto vivia na Paris da década de 60.
Como Julia adorava comer, decidiu fazer um curso de gastronomia na melhor escola francesa. Desacreditada, ela encontrou a motivação que precisava e, com a ajuda de três amigas, escreveu e publicou um dos livros mais famosos da culinária norte-americana, adaptando as grandes receitas para as mulheres que não possuíam cozinheiras. Julie, que sempre gostou de cozinhar e era fã de Julia, resolve dar vidas às receitas em 365 dias, relatando tudo em seu blog.
As cômicas situações são costuradas de uma forma que Julia e Julie continuam as piadas e os momentos da outra. Detalhe, elas nunca se encontram, mas o roteiro consegue fazer com que haja uma continuidade das ações iniciadas por uma e terminadas pela outra. Um intenso e continuo ir e vir ao passado. Isso que dá graça e deixa o filme no ponto de consumir.
Gostaria de destacar mais uma parceria da dupla Meryl Streep e Amy Adams, que interpreta Julie. Tudo bem que elas não contracenam, mas gostei de vê-las novamente em um grande filme. O outro foi Dúvida, na qual Meryl interpretou a severa irmã Beauvier, e Amy a inocente irmã James. Não poderia ficar de fora a boa atuação de Stanley Tucci, que representa o marido de Julia e que já contracenou com Meryl em O Diabo Veste Prada.
E, para não fugir da regra, é praxe deste falar sobre a trilha sonora. Mas vou tecer apenas um comentário sobre a mesma. Foi muito bem casada a música Psycho Killer, do Taking Heads, com a cena em que Julie surta na cozinha quando vai cozinhar lagostas vivas. A música potencializou o aspecto cômico da voz na cabeça de Julia: assassina de lagosta!
PS: Uma dúvida além-filme: Amy Adams poderia ser irmã de Nicole Kidman?
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Tempo
Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Tempo Perdido – Legião Urbana
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Tempo Perdido – Legião Urbana
Há pouco, pensando sobre o tempo, veio uma ideia de escrever. Mas, ao mesmo tempo, me veio a cabeça que eu já tinha escrito algo sobre o mesmo. Busquei no que já publiquei e nada achei. Está claro em minha mente que já redigi palavras sobre aquilo que mais buscamos (lembrei até do Pedro Bial na abertura do BBB 10). Utilizei a mesma foto que inseri ai do lado, a do quadro do Salvador Dali (A persistência da memória).
E enquanto fui buscando informações e trechos de música com a palavra Tempo, não é que ele passou e já mudou todo um raciocínio que tentaria falar sobre a falta de tempo. Mas, com um tempinho sobrando para algo mais idealizado, as idéias mudam, assim como os cabelos, a voz, os amores, os desamores ... O tempo passa. Ainda mais depois dos 25 anos. Ele simplesmente corre.
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
O tempo não para – Cazuza
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
O tempo não para – Cazuza
Resolvi ventilar o texto com trechos, não sei se tão bem casados, de tentativas de retratar o tempo, independente do sentido que ele tenha. Mas que seja uma reflexão para que tenhamos sempre tempo. Tempo para trabalhar, para amar, para brincar, para viver. Não importa se é por alguns segundos ou por vários dias. Tenhamos tempo para nós mesmos, seja em grupo, seja largado no sofá de casa.
A questão do tempo é tão interessante, que levei horas para chegar até este ponto. Trabalho, telefonemas, café, músicas. Tudo em um dia mais que produtivo. Dia com tempo para um pouco de tudo e um pouco de nada.
Tempo, tempo, tempo mano velho
Tempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai
Sobre o Tempo – Pato FuTempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai
Agora, início de noite, olhei pela janela do trabalho e vi a mudança do tempo. Não tempo cronometrado, mas tempo meteorológico. O Rio 40º de Janeiro está um formo. É andar pela cidade e ser cozinhado ao mesmo tempo. Há os que se arriscam e ficam um tempo maior na exposição da figura ao sol e ao calor e adquirem o tom tostado, ops, dourado do verão. O problema é ficar tempo demais e virar um camarão, mas diferente do filme Distrito 9 (já postado aqui).
Voltando e sem querer tomar mais do seu precioso tempo, o céu mudou de cor. Saiu de um azul forte para um cinza chumbo e púrpura. Sinal de temporal no horizonte, que vem deslizando, com e sem pressa sobre as montanhas que compõem a paisagem carioca, e iluminando o início da noite. É um corram antes de cair o mundo em água. O negócio é o tempo de chegar em casa.
Espero que o tempo voe
Para que você retorne
Pra que eu possa te abraçar
E te beijar
De novo
N – Nando Reis
Para que você retorne
Pra que eu possa te abraçar
E te beijar
De novo
N – Nando Reis
Mas o melhor é arranjar tempo para fazer o que gosta. Boa companhia. Bom vinho. Boa música. Bom beijo. Se bem que é melhor beijo bom. Ou vou além. O melhor é beijar. Então, arranje tempo para tal. Aun más se me lo ha dicho el viento (eres para mi), lo oigo todo el tiempo (eres para mi).
E por hoje é só, que quero aproveitar mais meu tempo.
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...
A Idade do céu – Moska e Jorge Drexler
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...
A Idade do céu – Moska e Jorge Drexler
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Horizonte de um novo ano
Ao som da trilha sonora de um dos melhores filmes de 2009 (500 dias com ela, cujo post está mais abaixo), venho tentar tecer um post para este novo início de ano e, espero eu, um novo boom de posts neste blog. Não rolou de postar em dezembro pela carga de trabalho. Mas já quero estrear 2010 com um post descontraído e sem grandes pretensões, apenas para marcar o começo do ano.
Não esperem um balanço do ano anterior. Se quiserem ver, basta ler o que já inseri aqui. Claro que existem coisas novas e, até mesmo, antigas, mas que não serão abordadas. Quero é olhar para frente. O passado apenas sustenta meu novo olhar para o mundo. Novas expectativas começam a subir no horizonte. Viagens, shows, trabalhos, pessoas, amores, sabores. Tudo será vivido com intensidade. Bem, quase tudo, pois tudo é muita coisa.
O ano ainda começa preguiçoso, como o despertar do sol, com a claridade invadindo o quarto da vida. Mas já já estaremos em pleno meio dia e quando menos esperarmos, já estaremos apagando a luz de 2010 e acendendo a de 2011. Bem que me falaram que depois dos 25, tudo seria muito rápido. Mas nada de parar o mundo que eu quero descer. Vivamos essa intensidade que a vida nos mostra.
Não esqueçam que devemos sorrir para tudo, mesmo nos momentos de dor. Saibam que, os que partem, querem o nosso bem e que continuemos a nossa jornada. Fora que um sorriso no rosto é mais bonito que as lágrimas rolam e molham a face. Mas espero um ano sem dor, sem decepções, sem desavenças. Sejamos otimistas. Há tanta coisa para fazer, para ver. Deixemos o medo de lado, guardado no fundo da gaveta ou do guarda-roupa, e vivamos o esplendor de estarmos vivos e com N possibilidades ao nosso alcance. Basta querer. Eu quero!!!
PS: Me senti agora o personagem Caramelo, do blog de tirinhas Bichinhos de Jardim.
Não esperem um balanço do ano anterior. Se quiserem ver, basta ler o que já inseri aqui. Claro que existem coisas novas e, até mesmo, antigas, mas que não serão abordadas. Quero é olhar para frente. O passado apenas sustenta meu novo olhar para o mundo. Novas expectativas começam a subir no horizonte. Viagens, shows, trabalhos, pessoas, amores, sabores. Tudo será vivido com intensidade. Bem, quase tudo, pois tudo é muita coisa.
O ano ainda começa preguiçoso, como o despertar do sol, com a claridade invadindo o quarto da vida. Mas já já estaremos em pleno meio dia e quando menos esperarmos, já estaremos apagando a luz de 2010 e acendendo a de 2011. Bem que me falaram que depois dos 25, tudo seria muito rápido. Mas nada de parar o mundo que eu quero descer. Vivamos essa intensidade que a vida nos mostra.
Não esqueçam que devemos sorrir para tudo, mesmo nos momentos de dor. Saibam que, os que partem, querem o nosso bem e que continuemos a nossa jornada. Fora que um sorriso no rosto é mais bonito que as lágrimas rolam e molham a face. Mas espero um ano sem dor, sem decepções, sem desavenças. Sejamos otimistas. Há tanta coisa para fazer, para ver. Deixemos o medo de lado, guardado no fundo da gaveta ou do guarda-roupa, e vivamos o esplendor de estarmos vivos e com N possibilidades ao nosso alcance. Basta querer. Eu quero!!!
PS: Me senti agora o personagem Caramelo, do blog de tirinhas Bichinhos de Jardim.
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