Depois de um logo período sem escrever, por N razões e, ao mesmo tempo, por razão alguma, eis que estou de volta. E para não ser de grandes delongas, seguem umas rapidinhas.
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Incrível como ainda consigo me assustar com os falsos pudicos e moralistas. Um amigo relatou que foi ver a peça A casa dos budas ditosos, com a Fernanda Torres e baseada no livro do João Ubaldo Ribeiro. Uma lida na sinopse ajuda, afinal, o texto da peça é forte e nada discreto. São os relatos sexuais de uma senhora. E ela não tem papas na língua. Não é que uma mulher se revolta com a peça e passa o tempo todo reclamando da pouca vergonha e mandando mensagens de textos. Acredito que ela incomodava muito mais que as performances sexuais relatadas no palco.
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Neste meio tempo de ausência, aventurei-me solitariamente pelo velho continente. Visitei as grandes cidades da parte ocidental e fui em algumas pequenas, que conservavam ainda as características medievais. Por muitas vezes, imaginava-me em um feudo. Faltava só a trilha sonora dos filmes a me pôr mais no clima. No caminho, esbarrei com gente de diversas nacionalidades e muitos brasileiros.
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A viagem teve três momentos surreais:
Medalha de Bronze – Por mudanças provocadas pelo vulcão islandês e cancelamentos de voos, sabia que estaria no mesmo período que uma amiga em Paris. Mandei mensagem e combinamos um encontro na frente da Notre Dame. Não consegui chegar no horário combinado por problemas no albergue (tive que trocar de quarto na hora em que saia para encontrá-la). Sai andando com um brasileiro que estava no mesmo hostel e, enquanto batia umas fotos no Jardim de Luxemburgo, umas duas horas depois do fracassado encontro, eis que ela adentra o jardim.
Medalha de Prata – Estava na estação de trem de Bruges, na Bélgica, e aguardava a hora do embarque. Olho para a frente e vejo uma dupla de brasileiros, que são facilmente reconhecíveis e não me pergunte como. Tive 97% de acerto de todas as vezes que falava que eram conterrâneos. Puxei assunto. Conversa vai, conversa vêm, descobri que eles são primos de uma amiga de trabalho. O detalhe é que ela tinha me passado várias dicas.
Medalha de Ouro – Nos dias em que fiquei em Amsterdam, fiz várias visitas a museus e demais atrações. Uma delas, mais precisamente a última que fiz na cidade, foi a Heineken Experience – uma vista na antiga fábrica da cervejaria. Quando você compra o ingresso, ganha dois pins para trocar por duas cervejas no bar da saída. Até ai, tudo bem. Conheci um casal de brasileiros no caminho e, quando entramos juntos no bar, dou de cara com uma amiga de trabalho. Não sabíamos que estaríamos de férias no mesmo período. O mais surreal é que sempre a encontro nas minhas incursões noturnas pela noite carioca.
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Não tem preço ver seu quadro favorito, de surpresa, em um museu que você deixou por último. Nunca procurei saber onde estava exposto. E o melhor de tudo é que a visita foi no Dia Internacional dos Museus (18 de maio), onde todos os museus são gratuitos. Para quem ficou curioso, o quadro é o Sonho causado pelo voo de uma abelha ao redor de uma romã um segundo antes do despertar, do Salvador Dalí. Ele está exposto no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid.
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Mudando de assunto e deixando uma pergunta no ar. Na guerra do sexos, que sempre se acentua em época de Copa do Mundo, luta-se pela igualdade. Eu acredito em direitos iguais para todos, independente de cor, sexo, religião, orientação sexual ... Enfim, o que quero saber é que sempre se fala de igualdade em discursos, se usa todos e todas para saudações, mas quando se fala de participação social de todo mundo, ninguém questiona o termo atores sociais? Não seria politicamente correto falar atores e atrizes sociais? Creio que se perde tempo com essas picuinhas da língua portuguesa (em suas regras de concordância, independente se soam machistas) e não se foca no assunto em si, na igualdade de gênero.
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