
Acredito que venha daí o meu desgosto com a seleção brasileira masculina de futebol. A supervalorização de algo que não mexe em nada com nossas vidas, exceto com o humor de muitos. Fora isso, não há tantos acréscimos. Sei da indústria por trás disso. Não a que exporta jogadores, mas a que garante a sobrevivência de inúmeras famílias que vivem da formalidade e da informalidade das atividades paralelas.
Olho ao meu redor e vejo apenas seis pessoas que não estão a ver o jogo. Brasil e Portugal. Vale a primeira colocação no Grupo G da Copa do Mundo da África do Sul. Todos se entendem em campo. Afinal, eles nos deram a língua portuguesa e nos fizeram a maior nação dela.
190 milhões de brasileiros contra 11 milhões de portugueses. Mais de 17 vezes mais na população. Duas nações que dependeram e que dependem ainda uma da outra. Por muito tempo, nos nossos tempos de colônia, fomos siameses. Afinal, éramos uma só unidade.
Vindo para o trabalho hoje, vi que todos estavam de verde e amarelo pelas ruas. Metro vazio, ruas esvaziadas. Ainda é sexta-feira, dia normal como outro qualquer. Mas brasileiros, que muitas vezes só enxergam o patriotismo em época de Copa, resolvem parar tudo. Quando não, tentam acompanhar de alguma forma a narração da partida.

Queria ver esse empenho na copa - em organizar festas, enfeitar ruas e vibrar de orgulho - em outros períodos, principalmente no eleitoral. Afinal, eleições são mais importantes que 22 jogadores correndo atrás da pelota. Este ano, está valendo o cargo máximo do país que tanto ouço reclamações, mas que ninguém se empenha em vibrar e torcer por um futuro melhor. Queria ver essa energia empregada em mudar o mundo. Será que dá?
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