segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Colecionador

Uma vez, li ou ouvi em algum ligar sobre o quanto é bom para o ser humano colecionar objetos. Até ensaiei, de forma tímida, uma coleção de selos, já que há um bom universo entre os filatelistas. Comecei uma meio esdrúxula também, mas bem cheirosa. Inventei que gostaria de ter todos os tipos de sabonetes. Cheguei a mais de 120. Só que o ato de separar, catalogar era complicado, pois além de demandar um local grande, ainda tinha que evitar que viessem, furtivamente, tirar um ou outro para tomarem banho, porque o sabonete da casa acabou.

Acho que parei por ai e nunca mais me meti a colecionar nada. Já comprei umas coisas, mas não vejo como coleção. Até porque comprar DVDs, Cds e tal não é lá essas coisas. Tudo bem que tenho todos os discos de determinados artistas e bandas, mas não vejo isso como uma grande coisa. Apenas gosto do trabalho desse povo e quero ter tudo o que eles produzem.

Porém, vi que tenho ensaiado um novo tipo de coleção que não me atrai de maneira nenhuma. Gostaria muito de parar, mas já me dei conta de que isso é impossível, já que tudo é imprevisível. Gostaria de parar de colecionar pessoas. Sim, pessoas que entram em nossas vidas e saem sem dizer tchau ou porque estão indo embora.

Na boa, sei que é difícil, mas busco manter contato sempre. Não sou e nem quero ser demagogo, pois sei que é bem impossível estar sempre falando. Às vezes, pode até soar com falsidade. Se te conheci, se mandei mensagem, e-mail ou mesmo te liguei, acho que “não custa” nada dar um retorno.

Mas, o que tem mais me causado desconforto é a coleção de telefones. Se não quer que eu ligue e não quer manter contato, para que você me dá seu número? Só para lotar minha agenda? Não vejo sentido em fazer isso. Se passo meu número para qualquer pessoa, é porque, de certa forma, há interesses em comum. Não passo só pelo simples ato de divulgar meu número. Se fosse assim, colocava nos classificados: “Não quero vender nada, apenas divulgar meu número. Se alguém quiser, me liga”.

Chega de palhaça, tenham atitude. Querem algo, procurem também. Há uma troca de números, uma cumplicidade, uma amizade. Nada de “a gente se esbarra”. Não quero colecionar pessoas, mas sim fazer boas amizades.

2 comentários:

Pedro Fish disse...

eu tenho coleção de Cartões Postais e Papa Tudo/Tele Sena rsrsrs

Amanda disse...

Depois de ler seu texto, me dei conta que preciso fazer uma faxina na agenda de meu celular...