Não queria começar 2009 com um post de revolta, mas sinto que preciso falar sobre isso. Sobre a covardia que as pessoas fazem com as outras, sem a menor precisão. Parece que é por diversão de um mesquinho que só enxerga o próprio umbigo, achando-o lindo. De alguém que não sabe viver em sociedade com o mínimo de polidez. Se bem, que este deve polir muito bem o braço e o rabo.
Um cara que age na covardia, deve bater até na própria mãe. Só pode. Até porque não haveria motivo para agressão gratuita. Ainda mais com quem não é de criar confusão. Adianto que não estou falando de algo que aconteceu comigo, mas a um amigo.
Relato: Copacabana. Dois milhões e meio de pessoas. Fogos nas barcas. 15 minutos de luz. Brindes. Abraços. Beijos. Famílias reunidas. Amigos vibrando. Ano a começar. Expectativas. Desejos. Oportunidades. Champagne, cerveja, vinho, água, refrigerante, vodka. Bacalhau, pernil, chester, peru. Rua, avenida, trânsito. Multidão. Casa de amigos. Volta pelo bairro. Grupo de amigos. Comer cachorro-quente. Beber cerveja. Separar. Esbarrão. Pedido de desculpas. Pitboy. Troglodita. Estúpido. Punho cerrado. Nocaute. Maxilar quebrado em três partes. Dor. Sangue. Solidão. Polícia. Atendimento de emergência. Táxi. Falta de compaixão. Hospital. Cirurgia. Placa de titânio. Internação.
Pior foi fazer isso tudo sozinho e sem os amigos ou a família. Simplesmente porque um panaca resolveu começar o ano batendo em alguém. Que tivesse procurado um que curtisse isso, para que um partisse a cara do outro.
Não sou de violência, ainda mais a gratuita. Me revolta saber que há pessoas assim na rua. Que se incomodam com um pisão no pé ou um esbarrão onde há um aglomerado de mais de dois milhões de pessoas. Não sabe viver em sociedade, fica em casa. Coisas comuns e que sabemos que acontecem deveriam ser relevadas. Nunca reclamei de nada em shows ou algo do tipo. Não vejo sentido. Deveríamos fazer como os ingleses e ser mais polidos. Mas desconsideremos os hooligans. Vamos pedir desculpa por tudo: de pisar a ser pisado.
Fica aqui o sentimento de revolta pelo amigo machucado e pela impotência de não mudarmos parte de nossa sociedade para que, enfim, tenhamos um ano de paz.
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