Outra dia, refletindo sobre as inúmeras questões da vida, fiquei me questionando o quanto eu seria capaz de fazer isso ou aquilo. Colocava várias situações para que pudesse analisar a melhor forma. E não achei nenhuma. Percebi que a máxima da “ocasião que faz o ladrão” é a mais pura verdade.
Algumas questões passavam pelo altruísmo, que segundo o dicionário Aurélio, significa 1. Amor ao próximo; filantropia; 2. Desprendimento, abnegação. Mas não acredito nessa palavra. Não tenho vergonha de dizer ou escrever isso. Sinto que o altruísta não deve esperar nada em troca pelos seus atos, mas também sinto que todo ser humano, no fundo, quer ser reconhecido por determinada atitude. O sentimento de troca, nem que venha de outra pessoa, é necessário para o fazer acontecer.
Passamos por vários problemas. Quem não os têm? E sempre sabemos dos problemas dos amigos, dos familiares, de quem gostamos. Tenho a tendência a me envolver mais do que deveria, trazendo a situação externa a minha vida para dentro desta cabeça que não para por um minuto. Fico matutando as melhores formas de ajudar. Chego a perder o sono. Mas nunca acho que seria capaz de me envolver o quanto queria, de me doar o quanto deveria. Faço aquilo que está ao meu alcance. Não tenho o desprendimento necessário para ir além.
Sinto-me inútil toda vez que isso ocorre. Já pensei em tomar atitudes mais enérgicas. Realmente me doar. Mas fico com medo da reação do outro. Será que o ser humano está preparado para isso? Para receber? Tenho receio de emprestar grana para situações adversas. Sei que alguns não mudam, mas já vi amizades acabarem por envolvimento financeiro. Sinto que posso ajudar um pequeno grupo dos meus amigos, caso venham me pedir socorro.
Mas queria ir além. Sinto que posso, mas o medo ainda me trava. Quanto envolve a saúde então, me consome ainda mais. Queria fazer algo além de doar um pouco de meu sangue. Queria ajudar a carregar a cruz imposta. Sei que cada um tem a sua, mas, às vezes, sentimos a nossa leve e sabemos que é só oferecer o outro ombro para carregar, por alguns “minutos”, o fardo de quem está ao nosso lado.
E fico me perguntando: até que ponto eu seria capaz de ir se houvesse a necessidade ou possibilidade de doar uma parte minha em vida? Afinal, tenho, além do sangue, dois rins, medula e um órgão que se regenera.
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