Varias coisas, lidas e vistas, me fizeram querer escrever sobre este tema. Não sei se já o abordei de alguma forma aqui, mas não há como escapar dele. Até porque tudo em nossa vida passa pelos nossos direitos e, principalmente, sobre os nossos deveres.
Admiro os que levantam a bandeira dos nossos direitos, dos que falam dos deveres dos outros. Mas, e dos nossos deveres? Isso é quase nunca. Raramente, vejo alguém com essa bandeira em punho, flamulando sobre as nossas cabeças. No máximo, vejo alguém dizer que é dever do Estado, do governo etc. Mas, quero ver alguém levantar e peitar a luta pelos nossos deveres.
Um bom exemplo disso é o direito que temos de ter a cidade limpa e o dever que a prefeitura tem de manter o lixo no lixo. Afinal, pagamos nossos impostos. Mas, onde fica nosso dever de cidadão de zelar pelo espaço público? Teríamos nós o direito de jogar papel no chão ou de deixar os “restos” de nossos cachorrinhos pelas calçadas da cidade? Creio que não. Ou melhor, sei que não.
Mas vou tentar entrar em outra seara mais delicada. Porém, seguindo para o lado dos direitos. Como o direito que temos de ficar vivos. Espantou-me a Igreja Católica (Hipócrita) Romana excomungar a mãe e os médicos envolvidos em um aborto feito numa criança de nove anos que estava grávida de gêmeos. O ocorrido foi em Recife, PE. A menina engravidou após ser violentada pelo padrasto.
O ápice do caso com a excomunhão é uma mostra de como a Igreja é conservadora para umas coisas e conivente com outras. A garotinha (que repito: foi violentada) corria risco de morte. Seu corpo, ainda em formação, não teria como abrigar uma gravidez de risco, por sua idade e por serem dois bebês. Mas a Igreja preferiu fechar os olhos para a violência que assola nosso país, principalmente a velada e que se dá dentro de casa, e castigar o direito à vida que a menina possui.
Queria saber o posicionamento do tal arcebispo de Recife se fosse o caso de umas das crianças de Catanduva, no interior de São Paulo. Além da violência físico-psicológica que elas sofreram, ainda foram exploradas sexualmente. Será que ele manteria o mesmo posicionamento? O que me deixa mais estarrecido é o fato da Igreja ignorar todo o problema e se focar em uma coisa tão efêmera, frente à problemática geral da violência contra crianças e adolescentes.
Gostaria de esclarecer que o que me motivou a escrever este pequeno ato de protesto contra a hipocrisia de nossa sociedade foi o fato de estar cansado de ver Direitos Humanos sendo violados enquanto nós, me incluo nessa, ficamos de braços cruzados. Todos nos revoltamos quando lemos que bandidos jogaram um casal de um paredão a beira-mar no Rio de Janeiro, mas consentimos que outros atos violentos (alguns já relatados aqui) sigam em frente sem a menor consequencia (olha a reforma ortográfica) para os seus causadores.
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