quarta-feira, 25 de março de 2009

Ausência

Fiquei tão ausente de mim mesmo estes dias que não me permiti escrever tortas linhas. Sentia faltar de escrever, de pôr no “papel” as minhas questões e impressões da vida, do mundo ao meu redor. Mas essa ausência não foi provocada por nada em especial. Foi apenas um tempo necessário para que eu pudesse me afastar de mim mesmo e enxergar certas coisas que estavam influenciando diretamente as minhas atitudes.

O tempo é o melhor remédio para muitas coisas e foi esse tempo que eu precisava tomar para ter contato comigo mesmo. Poder ver meu interior e tentar solucionar aquilo que me afligia. Não sei se conseguir atingir o cerne da questão, mas consegui vislumbrar saídas e entradas de coisas ruins e boas. Da construção de um novo eu: fortalecido, decidido, corajoso.

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Nesse meio tempo, minha visão passou por tanto lugares. Locais novos e inexplorados da cidade. Filmes que encantaram os olhos e apaziguaram o coração. Alguns deles até relevadores dessa personalidade conhecida em minha ausência. No resumo da ópera, foram tantas coisas que não sei nem por onde começar.

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Falemos então de filmes, resumidamente, óbvio. Nesse meio tempo, vi quatro filmes muito bons, sendo dois no cinema e dois na TV.

1- Milk – A voz da igualdade, de Gus Van Sant, pelo qual o Sean Penn ganhou o Oscar de melhor ator. O filme não trata apenas dos direitos dos homossexuais numa São Francisco da década de 70. Ele trabalha com direitos humanos de uma forma geral. O filme narra a história de Milk, um gay nova-iorquino que se muda para São Francisco e acaba entrando na política para ajudar os moradores de seu novo bairro. Tudo lá foi fato real, inclusive o assassinato do prefeito e do próprio Milk, que acabou por mudar a rotina de toda uma cidade em pelo crescimento.

2- Quem quer ser um milionário?, de Danny Boyle, é o grande merecedor do Oscar desse ano. Roteiro simples e direto sobre um amor infantil que dura anos. De origem pobre, como muitos garotos na Índia, Jamal é mais um tentando ganhar dinheiro honestamente. Selecionado para participar de um programa de perguntas que distribui até 20 milhões de rúpias, Jamal responde as perguntas sempre relacionando a fatos de seu passado, da infância à véspera do programa. Com uma estética que se assemelha ao Cidade de Deus, o filme é mais leve e descontraído. Mereceu todas as estatuetas, exceto a de fotografia, que merecia ter ido para o Benjamin Button.

3- O amor não tira férias, de Nancy Meyers, narra a história de duas mulheres que sofrem de amor. Uma está inscrita num site sobre troca de casas para período de férias. A outra passa por uma decepção e procura uma fuga para seus problemas. Mas, como o próprio nome da comédia romântica diz, não há férias. Uma sai da fria Londres, em pelo inverno, para passar duas semanas na casa da ensolarada Los Angeles. Nesse período, tudo na vida delas muda. Até porque podemos considerar mais um milagre de Natal, período do ano em que se passa a história. A americana, vivida por Cameron Dias, acaba conhecendo o irmão, Jude Law, da britânica, interpretada por Kate Winsley. Esta, por sua vez, conhece o melhor amigo do ex da americana, Jack Black (ou seria Blergh). Sei que me identifiquei com traços dos quatro personagens.

4- P.S.: Eu Te Amo, de Richard LaGravenese, traz a história de Holly, uma mulher apaixonada pelo marido que morre de forma inesperada, mas que deixa várias cartas para ela, mostrando que ela deve seguir a sua vida e finalizando com o que dá o nome ao filme. Com uma trilha sonora impecável, você acompanha os passos de uma mulher que não consegue superar a dor da perda, mas que busca forças para seguir um novo caminho. Para quem não está no espírito da coisa, melhor não ver, pois lágrimas certamente irão rolar. As músicas as conduzem. O drama todo, mesmo em sua leveza e sutileza, conduz para tal. Holly recebe apoio da mãe, uma mulher mais fria pelo sofrimento de ter sido abandonada pelo marido, a irmã louca, de uma amiga tarada e de uma outra, mais centrada. Os sorriso acompanham os sorrisos da personagem, assim como as lágrimas. Mas é inegável que o filme, apesar de simples, é perfeito em sua proposta de sensibilizar.

Um comentário:

Anônimo disse...

P.S.: Eu te amo é o filme que eu mais chorei em toda a minha vida. Emocionante!