Sabe quando parece que todo o Universo conspira a seu favor: você consegue resolver questões internas, consegue exteriorizar o que sente para quem e aquilo que vinha te incomodando, a balança te mostra uma curva descendente, o sorriso (que já estava na face) continua firme e forte e ... BAAAAM ... o destino vem e te prega mais uma peça. Se bem que continua a se perguntar se é peça mesmo ou se, depois de tanta coisa que rolou, aquilo tudo é de verdade.
O ceticismo toma conta de sua cabeça. Você quer se entregar, mas já está tão escaldado de situações semelhantes, que tem medo de apostar e de arriscar. Fica em um controle total e absoluto, mesmo com a vontade de pular de cabeça. Sente que poderá se dar mal mais uma vez. A parede já está toda riscada com marcações do histórico da vida.
Mas parece que há um bichinho no ar, contaminando a todos que passam por essa situação. Ele te ferroa e tudo está perdido. Mais uma crise de ansiedade. O estômago revira, o suadouro começa, as mãos ficam frias. Quer correr, quer gritar. Isso tudo porque voltou ao ponto anterior. Quanto tudo estava aparentemente bem e controlado. Agora não mais. Pior, ou seria melhor, depois de tudo isso, várias outras coisas surgem. Um novo universo se apresenta. Mas o medo vem junto, mesmo sabendo que não deve ter medo.
Quer controlar cada passo. Está cansado de decepções, independente de que ponto elas venham. Quer olhar para frente e seguir, sem medo, com passos firmes e decididos. Mas o que adianta caminhar assim se o chão é mole. Nada de areia movediça, mas num ponto que poderá te fazer cair. A mancha da última queda ainda nem saiu. O machucado ainda dói. Mas quer fazer tudo novamente, como uma criança ao aprender a andar. Levantar na tentativa de não mais cair.
Isso tudo já virou rotina constante. Não? Então não se está vivendo intensamente. Temos que aproveitar cada momento. Mas até que ponto vale o autocontrole? Até que ponto devemos controlar a ansiedade de tal forma a nos privar de algo? Por que não arriscar tudo novamente? Cansam inúmeras questões, que só geram mais ansiedade. Fica o círculo vicioso. O ciclo do bichinho da ansiedade. Definir estratégias milimétricas de onde pisar, do que mexer, do que falar. Onde fica a naturalidade da coisa?
Há uma festa que prega a política do livre para dançar. Deveríamos expandir. Livre para falar, correr, amar, viver. Enfim, livre de tudo que essa sociedade hipócrita prega e de que nós temos medo: do que o outro vai pensar. Importa o que nós vamos pensar sobre nós mesmos ao fazer um balanço: será que busquei intensamente a minha felicidade?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário