terça-feira, 24 de novembro de 2009

Baseado em fatos reais

Incrível a identificação que você pode ter com um filme. Numa não-comédia romântica, como começa a narração, o filme 500 dias com ela [(500) days of Summer], traz a despretensão de ser mais um filme sobre o amor entre duas pessoas. Na verdade, é apresenta o amor de uma forma diferente, cheio de esperanças e complicações. Com uma edição entrecortada entre idas e vindas, ele traz a história de um escritor de cartões, Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt), e a assistente de seu chefe, Summer Finn (Zooey Deschanel).

Para alguns, os clichês de comédias românticas se apresentam ao longo do filme. Mas o detalhe é que não são os clichês açucarados. Até porque há inversão nos papéis. Ele é o romântico inveterado desde a infância (o que rolou uma grande identificação com este que vos escreve, que chegou a pensar que roteirizaram sua vida), que acredita em amor à primeira vista e que vê passarinhos quando se apaixona. Ela é uma menina que, desde cedo, ficou cética com o amor, tendo marco no divórcio de seus pais.

O filme, como já dito, é bem despretensioso e mostra o relacionamento como ele é na vida real, mesmo brincando com a magia do cinema. Os problemas apresentados são os possíveis, as discussões bobas, as diversas formas de se fazer as pazes, as sempre imprevisíveis brincadeiras, as inusitadas visitas às lojas. Enfim, é um filme bem real. As brincadeiras com a não-realidade seguem paralelas e são fácies de identificar na brincadeira do diretor Marc Webb.

Tive medo apenas em uma cena, quando o romântico Tom deixa-se levar pelo ceticismo e passa a desacreditar no amor. Esquecer que sua fonte inspiradora para a vida não está nos olhos azuis de Summer, mas sim na forma como ele se relaciona com o sentimento. Não tem como esquecer o passado, principalmente quando há um "I Love Us". Um coração quebrado é capaz de nos fazer ter atitudes que nunca antes acreditaríamos em ter.


Tom e Summer


Não podemos esquecer-nos da trilha sonora, bem casada para os momentos e as situações. Nem a desafinação de alguns personagens no karaokê intimida. Elas divertem. Destaco The Smiths, que provocam a união do casal. Mas a cena ao som de Quelqu’um m’a dit, na voz suave de Carla Bruni, também tem seu peso.

Pourtant quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors ?

O final é mesmo o ponto alto do filme. Os dois diálogos finais arrebatam. E são eles que trabalham as esperanças de românticos inveterados (principalmente dos cancerianos, hehehe). Manter o sorriso e o otimismo são boas formas de dissipar energia positiva para o mundo e recebê-la de volta. Vale ficar atento para as oportunidades também, que muitas vezes cruzam nosso caminho e deixamos escapar. Voltar ao ponto inicial de algo pode surpreender. Sei que me surpreendi comigo mesmo representado no telão.

2 comentários:

Tammy Diktiva disse...

Confesso q li apenas umas partes pra naum ficar MUITO por dentro do filme UIHAEEUAHE... adoro historias reais, me identificar, me enxergar no filme... ouseja, assistirei e depois comento :)
Carla Bruni? AAAAAAAAAAH agora eu quero mesmo - atoroon Quelqu’um m’a dit *-*

RUIDO disse...

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