Vida dura. Planejar férias, comprar o material necessário, reservar albergues, escolher os trajetos mais baratos e fazer tudo isso via internet. Muito fácil. Nada. Há um limbo (que o papa disse que não existe mais) entre a compra/reserva e o bilhete/confirmação.
Faz uma semana que tento comprar um passe de trem. O mesmo erro. O mesmo problema. Já fiz de um tudo para resolver o problema. Pior, não rola comprar em outro lugar, pois a promoção é pela internet. Sabe como é, tarifa web e liso no teclado.
Pior de tudo, não está adiantando muito ser meticuloso, planejado. Já fiz vários cálculos de tempo de deslocamento e tal. Fiquei imaginando como seria fazer isso anos atrás, quando a internet não era acessível a todos e em todos os lugares. Desvendar os lugares, correr atrás de recomendações, fazer tudo por agências de viagem.
O São Google já me ajudou em várias coisas. Inclusive na escolha do onde ficar. Acho digno quando começo a digitar e ele já vai tentando adivinhar o que estou querendo. Às vezes, ele erra. Mas ele não é perfeito. Nem quero. Vai que na imperfeição eu encontro o que realmente estou a desejar. Milagres do Google.
Mas a solução para alguns dos problemas, sejam estes relatados, sejam outros, é apelar para os amigos. Melhor amigo na praça que dinheiro no caixa. Se bem que a boa combinação de amigos e dinheiro é melhor, hehehe. Troca-se e-mail daqui, troca-se e-mail dali e vamos resolvendo as coisas.
Depois, tentarei fazer um relato da peregrinação. Mostrar fotos e os relatos dos pés calejados, do sorriso no rosto e do bolso sofrido. Férias, venham logo.
Agradecimentos especiais à trilha sonora de 500 dias com ela (resenha já publicada aqui). Todas as músicas foram inspiração para o dia de hoje e para este post. Afinal, this is a story of a boy ...
sexta-feira, 26 de março de 2010
segunda-feira, 8 de março de 2010
Paixão Bidimensional
Já faz um tempo que noto a inversão de determinados valores nos seres humanos. Hoje, ao ler notícias na internet, uma me chamou a atenção e serviu de inspiração: um sul-coreano casou-se com um travesseiro. Cada louco com sua mania, mas a forma como as pessoas têm mergulhado no mundo virtual e bidimensional, isso tem ficado cada vez mais estranho.
Na semana passada, um casal de sul-coreanos deixou a filha morrer de inanição por ficarem mais tempo cuidando de uma filha tamagochi que da verdadeira, da que saiu do ventre da mãe. Pergunto-me: até onde seremos capazes de chegar a evitar o contato direto com outros seres humanos?
Há diversas pessoas que se conhecem pessoalmente, mas só conseguem uma boa relação no meio virtual, onde o papo flui mais fácil por não estarem cara a cara. Eu não dispenso um olho no olho. Nada como uma boa conversa cara a cara, com possibilidade de toque, de troca de olhar, de percepção da entonação da voz, da postura. Não que eu tenha estudado milimetricamente o livro O corpo fala, mas são elementos que te ajudam a compreender o outro e a si mesmo.
No Japão, há um movimento para que se reconheça o casamento com personagens de anime. Além de estranho, o mesmo anime vai ter inúmeros parceiros e não têm a possibilidade de se negar a casar com quem o (a) pediu em casamento. Viva a poligamia, né?
A cada dia que passa, as relações interpessoais estão cada vez mais esparsas, com o distanciamento físico crescente. E muitos dos relacionamentos virtuais ainda são com personagens que criamos para a autodefesa. Não que não façamos isso no mundo real, mas é mais difícil esconder certas questões. Maníaco há em todo lugar. Ninguém sabe se há um psicopata sentado ao seu lado no ônibus (caso do carioca morto na última semana por causa da janela aberta).
Assusta-me saber que as relações interpessoais estão cada vez mais desgastadas e que a humanidade tem recorrido cada vez mais ao universo virtual para (sobre)viver. Já, já estaremos sobrevivendo em uma Matrix, onde todas as sensações serão falsas e, mesmo assim, ficaremos felizes por isso. Será que o mundo lá fora está tão ruim que não valha a pena estender a mão ao outro? Será que ficaremos presos aos nossos travesseiros?
Na semana passada, um casal de sul-coreanos deixou a filha morrer de inanição por ficarem mais tempo cuidando de uma filha tamagochi que da verdadeira, da que saiu do ventre da mãe. Pergunto-me: até onde seremos capazes de chegar a evitar o contato direto com outros seres humanos?
Há diversas pessoas que se conhecem pessoalmente, mas só conseguem uma boa relação no meio virtual, onde o papo flui mais fácil por não estarem cara a cara. Eu não dispenso um olho no olho. Nada como uma boa conversa cara a cara, com possibilidade de toque, de troca de olhar, de percepção da entonação da voz, da postura. Não que eu tenha estudado milimetricamente o livro O corpo fala, mas são elementos que te ajudam a compreender o outro e a si mesmo.
No Japão, há um movimento para que se reconheça o casamento com personagens de anime. Além de estranho, o mesmo anime vai ter inúmeros parceiros e não têm a possibilidade de se negar a casar com quem o (a) pediu em casamento. Viva a poligamia, né?
A cada dia que passa, as relações interpessoais estão cada vez mais esparsas, com o distanciamento físico crescente. E muitos dos relacionamentos virtuais ainda são com personagens que criamos para a autodefesa. Não que não façamos isso no mundo real, mas é mais difícil esconder certas questões. Maníaco há em todo lugar. Ninguém sabe se há um psicopata sentado ao seu lado no ônibus (caso do carioca morto na última semana por causa da janela aberta).
Assusta-me saber que as relações interpessoais estão cada vez mais desgastadas e que a humanidade tem recorrido cada vez mais ao universo virtual para (sobre)viver. Já, já estaremos sobrevivendo em uma Matrix, onde todas as sensações serão falsas e, mesmo assim, ficaremos felizes por isso. Será que o mundo lá fora está tão ruim que não valha a pena estender a mão ao outro? Será que ficaremos presos aos nossos travesseiros?
segunda-feira, 1 de março de 2010
Sob chuva de borboletas
Outro dia, levando parentes para conhecer pontos turísticos aqui do Rio de Janeiro, fui (mais uma vez) ao Museu da República, no Palácio do Catete – antiga moradia dos presidentes do Brasil, antes do Palácio da Alvorada, em Brasília. Nos jardins do Palácio, há uma exposição sobre insetos, com representações gigantes de alguns e com um borboletário. Imaginei que entraria em um ambiente com diversas borboletas sobrevoando e brincando sobre nossas cabeças. Não foi assim. A maioria ficava pousada sobre as plantas e as telas e, devido ao grande fluxo de pessoas, muitas tinham as asas machucadas. Conseguíamos até tocá-las e colocá-las em nossos dedos (com ou sem açúcar – um atrativo).
Mas não poderia imaginar o que seria estar no meio de uma revoada de borboletas, até ontem. Sob uma chuva fina e constante, dirigi-me para a Praça da Apoteose, onde teria o meu segundo reencontro com a minha banda favorita. Após uma espera de algumas horas e já no fim do show, ao som de Lovers in Japan, o Coldplay surpreendeu a todos com milhares de borboletas de sobrevoando nossas cabeças. Foram quatro “chuvas” de papel colorido durante os quatro minutos de música. A última delas, fluorescente, com as luzes apagadas e canhões de luz negra a fazer brilhar a noite sobre nossas cabeças.
O que dizer do show? Apoteótico. Nenhuma palavra resumiria a sensação de ter sido mais um a ouvir o som, ao vivo, da banda inglesa de sucesso mundial, composta por Chris Martin, Jonny Buckland, Guy Berryman e Will Champion. Tanto que para escrever estas palavras, tive que ouvir as músicas para aumentar a inspiração. No momento, escuto Vi La Vida, música do último CD e com a qual a banda iniciou a divulgação do mesmo. OOOOh ooh ooooh.....
A abertura ficou pela Vangart, um banda do Mato Grosso, que tocou meia hora para um público que não prestou muita atenção neles. Fui um deles. Mas o som apresentado não era convidativo. Oposto da segunda banda, a inglesa Bat For Lashes. Com uma aparência física da Lily Allen e com uma voz estilo Björk, Natasha Khan encantou a quem quis se encantar. Muitos comentavam sobre a voz dela, sua bela performance em solo carioca, sua desenvoltura, seu sotaque. Enfim, foi muito do que eu esperava e me fez ficar mais atento e curioso ao seu som. Quero mais. Quero um exclusivo dela no Brasil, como o Franz Ferdinand fez ao abrir o show do U2, em 2006, e acabou tocando no Circo Voador.
O grande evento começou com 30 minutos de atraso, acredito eu que pela chuva que caiu após o show do B4L. Aos primeiros acordes de Life in Technicolor, todos na Apoteose entraram em catarse. O hipnotismo pelo palco e suas bolas coloridas. Mas não há como mencionar o que houve minutos antes, quando começou o trecho mais famoso de Lago dos Cisnes e todos a balançar as mãos e bater palmas e as grandes bolas que enfeitavam a Praça a começaram a acender e a fazer a contagem regressiva para o show.
Logo vieram os grandes sucessos na voz de Martin: Life in Technicolor, Violet hill, Clocks, In my place, Yellow (com o palco claro e bolas de encher gigantes a percorrer a platéia), Glass of water, Cemeteries of London, Fix you (sem sua luz), Strawberry swing, God put a smile upon your face / Talk (versão acústica e conjunta), The hardest part (sem a Barbara), Postcards from far away, Viva la vida, Lost, SHIVER (numa versão acústica, próxima ao público da pista comum, num palco adicional e que mais uma vez eu estava perto deles – afinal, é a minha música favorita), Death will never conquer (cantada pelo baterista Will Champion), Don Quixote (música nova), Politik, Lovers in Japan (chuva de borboletas), Death and all his friends, The scientist, Life in technicolor II (as duas últimas no Bis). Foram 22 músicas. Faltaram várias outras, mas senti falta mais de Trouble (como assim Bial??) e de Speed of Sound. Mas isso não desmereceu, em um minuto sequer, o show.
De lá, sai realizado, cansado, satisfeito, molhado, com sede, rouco. Mas, infelizmente, carreguei e carrego um sentimento: arrependimento de não ter investido na área VIP. Vou carregar isso por mais tempo. Meu consolo foi o show de 2007, em São Paulo, quando consegui encostar no palco, tocar na mão do Chris Martin, participar do coro pedindo Shiver, ouvir minha música favorita a menos de dois metros dele e pegar o setlist do show.
Não há como comparar os shows, mas há como dizer isso: NÃO FOI? PERDEU!!!!
PS: O vontade de refazer tudo isso e consertar certas coisas amanhã no Morumbi.
Mas não poderia imaginar o que seria estar no meio de uma revoada de borboletas, até ontem. Sob uma chuva fina e constante, dirigi-me para a Praça da Apoteose, onde teria o meu segundo reencontro com a minha banda favorita. Após uma espera de algumas horas e já no fim do show, ao som de Lovers in Japan, o Coldplay surpreendeu a todos com milhares de borboletas de sobrevoando nossas cabeças. Foram quatro “chuvas” de papel colorido durante os quatro minutos de música. A última delas, fluorescente, com as luzes apagadas e canhões de luz negra a fazer brilhar a noite sobre nossas cabeças.
O que dizer do show? Apoteótico. Nenhuma palavra resumiria a sensação de ter sido mais um a ouvir o som, ao vivo, da banda inglesa de sucesso mundial, composta por Chris Martin, Jonny Buckland, Guy Berryman e Will Champion. Tanto que para escrever estas palavras, tive que ouvir as músicas para aumentar a inspiração. No momento, escuto Vi La Vida, música do último CD e com a qual a banda iniciou a divulgação do mesmo. OOOOh ooh ooooh.....
A abertura ficou pela Vangart, um banda do Mato Grosso, que tocou meia hora para um público que não prestou muita atenção neles. Fui um deles. Mas o som apresentado não era convidativo. Oposto da segunda banda, a inglesa Bat For Lashes. Com uma aparência física da Lily Allen e com uma voz estilo Björk, Natasha Khan encantou a quem quis se encantar. Muitos comentavam sobre a voz dela, sua bela performance em solo carioca, sua desenvoltura, seu sotaque. Enfim, foi muito do que eu esperava e me fez ficar mais atento e curioso ao seu som. Quero mais. Quero um exclusivo dela no Brasil, como o Franz Ferdinand fez ao abrir o show do U2, em 2006, e acabou tocando no Circo Voador.
O grande evento começou com 30 minutos de atraso, acredito eu que pela chuva que caiu após o show do B4L. Aos primeiros acordes de Life in Technicolor, todos na Apoteose entraram em catarse. O hipnotismo pelo palco e suas bolas coloridas. Mas não há como mencionar o que houve minutos antes, quando começou o trecho mais famoso de Lago dos Cisnes e todos a balançar as mãos e bater palmas e as grandes bolas que enfeitavam a Praça a começaram a acender e a fazer a contagem regressiva para o show.
Logo vieram os grandes sucessos na voz de Martin: Life in Technicolor, Violet hill, Clocks, In my place, Yellow (com o palco claro e bolas de encher gigantes a percorrer a platéia), Glass of water, Cemeteries of London, Fix you (sem sua luz), Strawberry swing, God put a smile upon your face / Talk (versão acústica e conjunta), The hardest part (sem a Barbara), Postcards from far away, Viva la vida, Lost, SHIVER (numa versão acústica, próxima ao público da pista comum, num palco adicional e que mais uma vez eu estava perto deles – afinal, é a minha música favorita), Death will never conquer (cantada pelo baterista Will Champion), Don Quixote (música nova), Politik, Lovers in Japan (chuva de borboletas), Death and all his friends, The scientist, Life in technicolor II (as duas últimas no Bis). Foram 22 músicas. Faltaram várias outras, mas senti falta mais de Trouble (como assim Bial??) e de Speed of Sound. Mas isso não desmereceu, em um minuto sequer, o show.
De lá, sai realizado, cansado, satisfeito, molhado, com sede, rouco. Mas, infelizmente, carreguei e carrego um sentimento: arrependimento de não ter investido na área VIP. Vou carregar isso por mais tempo. Meu consolo foi o show de 2007, em São Paulo, quando consegui encostar no palco, tocar na mão do Chris Martin, participar do coro pedindo Shiver, ouvir minha música favorita a menos de dois metros dele e pegar o setlist do show.
Não há como comparar os shows, mas há como dizer isso: NÃO FOI? PERDEU!!!!
PS: O vontade de refazer tudo isso e consertar certas coisas amanhã no Morumbi.
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