Injustiça da Justiça. É assim que vejo a forma como o Supremo Tribunal de Justiça, órgão máximo da jurisprudência no Brasil, determinou o fim da exigência de diploma para jornalistas no país. Sei que não é o fim do curso, mas é o começo de uma série de problemas que a categoria começará a enfrentar. Afinal, é como se rasgassem o nosso diploma.
Já passávamos por questões delicadas, com os baixos salários e as incompreensíveis cargas-horárias (acho que não caiu o hífen), a que éramos submetidos. Tenho medo de que comece a Era do Vai Cobrar Quanto. Pretensão salarial e luta de categoria já não existe mais, pois qualquer um que saiba ler e escrever poderá ser um jornalista em potencial. Com blog e twitter então, nem se fala. Vamos ser submetidos ao ou recebe pouco ou fica sem emprego (ou seria subemprego?). Pior que já começou a pilhagem em concursos públicos.
Peço desculpas aos que sabem ler e escrever e que são jornalistas em potencial, mas meu desabafo não vai contra vocês. Viva a liberdade de expressão. O lance de ser jornalista é uma profissão como outra qualquer, com suas regulamentações e etc. Nunca faltou espaço para que qualquer pessoa pudesse se manifestar: cartas, artigos, colunas ... e por ai vai. Com o avanço tecnológico, tudo isso foi multiplicado por N. A cada dia que passa, novas possibilidades e plataformas surgem.
O senhor ministro e relator do processo foi infeliz em comparar profissões que não possuem uma relação sequer. Sei que para alguns profissionais não há exigência de diploma. Mas há cursos e especificações que eles devem fazer e seguir. Gostaria sim que houvesse regulamentação para as profissões que o ministro julga que não precisem de diploma (falaram em mais de 100).
Mas, caso os nossos (in)justos homens de poder julguem desnecessários o diploma, gostaria de ver uma profissão no meio dessa lista, pois para mim basta saber ler e interpretar texto. Afinal, o bacharel em Direito passa cinco anos na faculdade estudando as leis e os códigos. Qualquer um que se dedique a isso de forma autodidata poderia ser um advogado. Bastaria ter o direito a fazer a prova da Ordem dos Advogados do Brasil.
Será que veremos isso? Ainda mais num universo do corporativismo de classe que mantém a mesma estrutura para a formação em Direito e cujos formados reprovam a prova da OAB em taxas alarmantes de 80% (ou até mais). Fico decepcionado com os rumos que nossos gestores conduzem este país. E o mais engraçado é que eles falam de ética do jornalista, mas esquecem que ética mesmo ninguém aprende na faculdade. Já vem de berço. Afinal, podemos achar picaretas em qualquer profissão.
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Um comentário:
Não sou jornalista, mas concordo em gênero,número e grau com você , cadê o respeito com as pessoas que lutaram e se especializaram nessa profissão?Isso só serve para comprovar o que os governates sempre quiseram, manter as pessoas orientadas por pessoas despreparadas pois a manipulação é mais fácil!!!
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