Há tempos que algo me deixa inquieto. Tento encontrar o que me perturbar em meio ao caos das experiências que só se aglomeram. Às vezes, penso estar a um passo de ver, mas um barulho muda meu olhar de direção e me deparo com o nada. Vasculho de forma incansável minha mente, em busca da resposta.
Não creio que seja algo banal, mas também não deve ser o enigma de minha vida. Acho, simplesmente, que é mais um agente modificador de um processo que está só no começo. Tanta coisa aconteceu nos últimos 12 meses. Elas foram fontes de inquietude, ansiosidade, medo, aflição, felicidade, tristeza ... Infinitas reações em um corpo e mente em constantes modificações. Ainda bem.
Acredito que esta mais recente tem relação com um novo mundo que me esperar. A ampliação concreta de meus horizontes. Novas culturas, novos costumes, novos ares. Um novo mundo que me lanço ao mar para descobrir. Quem sabe chegarei às Índias, numa terra já conhecida por alguns, ou desbravarei novas terras, na busca de um novo eu.
Eu este que já desaponta no horizonte. Que me surpreende a cada dia. Um eu por quem me apaixonei (relato mais abaixo – post antigo) e que qualquer um poderá se deixar levar.
Só sei que hoje olho por minha janela na busca desse novo universo ao qual estou inserido, mas que ainda não descobri de fato.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Entre safra
Vinha me perguntando por onde anda minha inspiração. Do nada, simplesmente parei de escrever neste blog. Os fluidos textos foram minando, sumindo. Houve semana que escrevi textos a rodo, esperando um novo dia para ser publicado. Havia uma ordem.
Hoje, está sendo difícil tirar palavras de minha mente, de meus dedos. Pior que não consigo visualizar a fonte de tal bloqueio. Será que a musa inspiradora se afastou de tal forma que não sei mais o que expressar?
Devo estar com o foco em outras coisas: trabalho, pós, férias, vida. Mas isso tudo poderia ser fonte para palavras tortas. Romantismo até tive estes dias, em bobos versos de uma tentativa frustrada. Vai ver que o silêncio foi quem me calou. Não saber o que me espera do outro lado. Gostou? Riu-se? Achou bobo demais?
Enfim, sei que faz parte. Por isso que vou continuar. Aqui, ali e acolá. O que importa é tentar, seja em escrever versos quase infantis, seja na mais sincera vontade de amar.
Hoje, está sendo difícil tirar palavras de minha mente, de meus dedos. Pior que não consigo visualizar a fonte de tal bloqueio. Será que a musa inspiradora se afastou de tal forma que não sei mais o que expressar?
Devo estar com o foco em outras coisas: trabalho, pós, férias, vida. Mas isso tudo poderia ser fonte para palavras tortas. Romantismo até tive estes dias, em bobos versos de uma tentativa frustrada. Vai ver que o silêncio foi quem me calou. Não saber o que me espera do outro lado. Gostou? Riu-se? Achou bobo demais?
Enfim, sei que faz parte. Por isso que vou continuar. Aqui, ali e acolá. O que importa é tentar, seja em escrever versos quase infantis, seja na mais sincera vontade de amar.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Apaixonado
Deitei-me com uma sensação estranha. Não sabia ao certo o que passava por minha cabeça. Um turbilhão de pensamentos me roubava o sono. Olhava a noite avançar pela janela. O luar já havia corrido quase toda a penumbra do quarto. Pude ver claramente o caminho feito pelas estrelas. De tão longo o pensar, adormeci. Os primeiros raios de sol que invadiram o quarto me fizeram despertar.
Ainda cheio de sono, com a luz dourada que batia na parede e caia macia sobre a cama, senti algo percorrer meu corpo. Nada externo. Apesar do frio da manhã, que teimava em levantar, estava com aquele friozinho no estômago, que muitos comparam a borboletas. Tudo estava confuso como na véspera. Cambaleando de sono, levantei e fui beber uma água. Na volta, parada estratégica no banheiro, pois ainda poderia dormir mais, afinal era sábado e não tinha motivos para levantar cedo.
Foi ai que tudo se revelou. Olhei-me no espelho. Profundamente. E ali, na minha frente, estava o motivo da sensação estranha. Forcei um pouco a vista e vi o porquê de sentir frio na barriga já ao amanhecer. Tinha me apaixonado por mim mesmo. Não uma coisa narcisística, de do querer a mim, de me achar o mais belo de todos. Tudo naquela imagem me atraía, me despertava carinho. Queria tocar, pegar, apertar, sentir.
Voltei para a cama e comecei a visualizar cada parte de meu corpo. Não acreditava que estava apaixonado por mim mesmo. Ainda mais sabendo de minhas qualidades e meus defeitos. Mãos, pés, barriga, braços. A frustração era depender de um objeto frio para por me olhar no olho. Interagir com minha alma.
A medida que me estudava, começava a ver defeitos. Mas nada que me desagradasse. A natureza imperfeita é que cria o charme. A imperfeição dos acidentes naturais é que traz a beleza das paisagens mundo a fora. Sei que nada do que enxergava me causava ojeriza. Estava encantado com as formas. Vi tudo minuciosamente. Queria me conhecer, me reconhecer.
Enquanto os aspectos físicos tomavam conta de meus impacientes olhos, meu cérebro ardia na avaliação de minhas virtudes e de meus defeitos. Passei, a partir daquele momento, a me conhecer melhor. Conseguia ver até onde iria minha limitação. Metas, planos, vontades. Tudo isso foi estudado de perto. Eu e eu, numa discussão arrebatadora, questionávamos a mim tudo o que eu sentia, o que queria, o que desejava.
Abracei-me e voltei a dormir em minha companhia. Não queria mais nada além de mim, naquele momento. Vi o quanto eu valia a pena e o quando eu deveria lutar por mim mesmo. E aquele tanto de eu e de mim não me passava a ideia de egoísmo. Sabia que era necessário aquele encontro para poder oferecer aos outros o melhor de mim: um eu apaixonado por mim mesmo.
Ainda cheio de sono, com a luz dourada que batia na parede e caia macia sobre a cama, senti algo percorrer meu corpo. Nada externo. Apesar do frio da manhã, que teimava em levantar, estava com aquele friozinho no estômago, que muitos comparam a borboletas. Tudo estava confuso como na véspera. Cambaleando de sono, levantei e fui beber uma água. Na volta, parada estratégica no banheiro, pois ainda poderia dormir mais, afinal era sábado e não tinha motivos para levantar cedo.
Foi ai que tudo se revelou. Olhei-me no espelho. Profundamente. E ali, na minha frente, estava o motivo da sensação estranha. Forcei um pouco a vista e vi o porquê de sentir frio na barriga já ao amanhecer. Tinha me apaixonado por mim mesmo. Não uma coisa narcisística, de do querer a mim, de me achar o mais belo de todos. Tudo naquela imagem me atraía, me despertava carinho. Queria tocar, pegar, apertar, sentir.
Voltei para a cama e comecei a visualizar cada parte de meu corpo. Não acreditava que estava apaixonado por mim mesmo. Ainda mais sabendo de minhas qualidades e meus defeitos. Mãos, pés, barriga, braços. A frustração era depender de um objeto frio para por me olhar no olho. Interagir com minha alma.
A medida que me estudava, começava a ver defeitos. Mas nada que me desagradasse. A natureza imperfeita é que cria o charme. A imperfeição dos acidentes naturais é que traz a beleza das paisagens mundo a fora. Sei que nada do que enxergava me causava ojeriza. Estava encantado com as formas. Vi tudo minuciosamente. Queria me conhecer, me reconhecer.
Enquanto os aspectos físicos tomavam conta de meus impacientes olhos, meu cérebro ardia na avaliação de minhas virtudes e de meus defeitos. Passei, a partir daquele momento, a me conhecer melhor. Conseguia ver até onde iria minha limitação. Metas, planos, vontades. Tudo isso foi estudado de perto. Eu e eu, numa discussão arrebatadora, questionávamos a mim tudo o que eu sentia, o que queria, o que desejava.
Abracei-me e voltei a dormir em minha companhia. Não queria mais nada além de mim, naquele momento. Vi o quanto eu valia a pena e o quando eu deveria lutar por mim mesmo. E aquele tanto de eu e de mim não me passava a ideia de egoísmo. Sabia que era necessário aquele encontro para poder oferecer aos outros o melhor de mim: um eu apaixonado por mim mesmo.
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