Até parece dica de culinária, mas vim falar de uma aplicação nada convencional do banho-maria. Creio que os que cozinham sabem mais sobre a aplicação do método de cozimento em banho-maria, mas o termo já tem sua divulgação para as outras formas de aplicação.
Naquele esquema de não gostar do que façam comigo e evitar fazer o mesmo com os outros, procuro não cozinhar ninguém em banho-maria, independente de qual função a pessoa tenha em minha vida. Resposta, seja negativa ou positiva, é sempre muito bem-vinda. No começo pode até machucar um pouco, frustrar as expectativas, mas sempre fica um alívio depois, pois sabemos com o que estamos lidando.
Quem nunca ficou sem resposta por um currículo enviado? Quem nunca ficou sem resposta por um SMS enviado ou uma ligação não atendida? O silêncio vai aquecendo e cozinhando suavemente. Mas esse efeito só me permite ver duas funções: ou queima ou azeda de vez. Por mais que o cozimento seja mais lento, é um cozimento. Há fogo envolvido e se deixar passar do ponto pode estragar o prato.
E é o que geralmente fazemos. Nunca nos lembramos de olhar no relógio e ver que já esta no tempo de retirar do fogo, seja para consumo próprio, seja para oferecer aos outros. E algo que poderia sair bem, acaba queimando. A lei de que um lado sempre ganha e o outro sempre perde se concretiza mais uma vez.
Acredito muito na maturidade humana. Ouvir um sim ou um não, não é o fim das coisas e, muito menos, do mundo. Faz parte do aprendizado. Como já falei, pode até doer, mas, como todo machucado, ele se cura e a dor acaba. Vale ai o famoso “levanta para cair de novo”.
Conversando com um amigo sobre o banho-maria, é como se fosse uma forma de armazenamento. Guarda-se amigos, relacionamentos, amantes ... Mas tudo tem validade. E esse cozimento lento e nada gradual pode azedar mentes confusas. Ou até provoca decisões precipitadas. Porém, não menos acertadas. Erros e acertos estão no nosso dia a dia. Não há quem possa indicar que a decisão foi a mais correta. O Destino nos mostra as possibilidades e as oportunidades. A nós, basta decidir o que pegar e viver as consequências disso. Mas, por favor, sem ser em banho-maria.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
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